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A região Nordeste reúne o maior quantitativo de inscritos no  Seleção Unificada (Sisu) 2024, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Ao todo, o processo seletivo contaou com 1.000.048 inscrições de candidatos nordestinos. Em seguida estão a regiçao Sudeste (810.542), Sul (266.171), Centro-Oeste (189.774) e Norte (161.394).  Ainda de acordo com o MEC, a seletiva recebeu 1.271.301 de inscrições, o que corresponde a 57,6% do quantitativo de candidatos aptos para essa edição do programa (2.209.175). 

O levantamento realizado pelo órgão federal sobre o Sisu também aponta que, em 2024, o número de participantes é o maior dos últimos sete anos. De 2017 a 2022, a taxa de participação no Sisu variou de 53,6% a 56,7% dos candidatos aptos para as duas edições anuais do programa. Na edição anterior, ou seja, em 2023, esse percentual foi de 56%. Em 2024, o Sisu ofereceu 264.181 vagas, em 6.827 cursos de graduação, de 127 instituições de educação superior participantes. 

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Resultado do Sisu 2024

O Ministério da Educação (MEC), por meio de nota, alegou “problemas técnicos no sistema” para adiamento da divulgação do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2024. Com a modificação, os candidatos devem ter acesso à classificação no processo seletivo nesta quarta-feira (31). No entanto, no comunicado, o MEC não sinalizou o horário. 

“A Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Ministério da Educação (MEC), área responsável pela operacionalização do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), identificou problemas técnicos no sistema e reiniciou os protocolos de homologação, adiando a divulgação dos resultados definitivos do Sisu 2024 para esta quarta-feira, 31 de janeiro, em horário a ser informado”, publicou o órgão. 

Sem Copa do Nordeste, sem Série, e com pouquíssimos jogos a disputar. A derrota do Santa Cruz para o Altos, nesse domingo (7), trouxe à tona a temporada mais obscura da Cobra Coral no século – quiçá, de todos os tempos. Na melhor das hipóteses, caso chegue à final do Campeonato Pernambucano, serão 15 partidas disputadas em 2024.

Caso o Tricolor seja eliminado na primeira fase, serão apenas 10 jogos, com o calendário do futebol profissional se encerrando em fevereiro. A estreia no Estadual, diga-se, acontece nesta quinta-feira (11), quando o Santa recebe o Maguary, no Arruda, pela rodada inaugural. Já a última rodada da primeira fase do Pernambucano será disputada no dia 24 de janeiro.

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De 2001 para cá, o ano que mais se aproxima deste limbo sem jogos foi em 2008. Na ocasião, após o primeiro rebaixamento à Série D do Campeonato Brasileiro, a equipe passou 157 dias sem atuar em competições nacionais, com a torcida tendo que se contentar na disputa da extinta Copa Pernambuco. Mesmo assim, o número de partidas foi bem superior ao máximo atingível este ano: 26.

O roteiro seguiu em 2009, quando a Cobra Coral chegou a colocar mais de 60 mil pessoas no Arruda em jogo da Copa Pernambuco, mas fracassou na Série D e não conseguiu o acesso. A partir daí, os vexames dentro das quatro linhas foram ganhando mais e mais capítulos, até 2016, quando o Tricolor retornou à Série A, além de ter conquistado o inédito título da Copa do Nordeste.

Neste mesmo ano, o desempenho nas quatro linhas voltou a entrar em declínio, e os porões do futebol brasileiro estavam abertos para o Santa Cruz novamente. O retorno à Série D só viria em 2021, após quase conseguir o acesso na temporada anterior.

Se aquele que pensava que disputar a Quarta Divisão seria o fundo do poço, 2024 chegou para provar o contrário. Sem vagas na Copa do Brasil e na Série D, o Mais Querido agora tem apenas o Campeonato Pernambucano em seu enxuto calendário.

Jogos do Santa por temporada desde o início do século:

2001: 78 jogos

Rebaixamento à Série B

Último jogo - 02/12 Guarani 1 x 2 Santa Cruz

2002: 69 jogos

Eliminação na Série B

Último jogo - 26/11 Criciúma 3 x 0 Santa Cruz

2003: 56 jogos

Eliminação na Série B

Último jogo - 25/10 Palmeiras 2 x 0 Santa Cruz

2004: 54 jogos

Eliminação na Série B

Último jogo - 30/10 - Brasiliense 1 x 1 Santa Cruz

2005: 56 jogos

Acesso à Série A

Último jogo: 26/11 Santa Cruz 2 x 1 Portuguesa

2006: 62 jogos

Rebaixamento à Série B

Último jogo - 03/12 - Santos 3 x 1 Santa Cruz

2007: 58 jogos

Rebaixamento à Série C

Último jogo - 24/11 Santa Cruz 2 x 3 Coritiba

2008: 26 jogos

Eliminação na Série C

Último jogo - 06/09 Salgueiro 2 x 2 Santa Cruz

2009: 30 jogos

Eliminação na Série D

Último jogo: 09/08 Santa Cruz 2 x 2 CSA

2010: 52 jogos

Eliminação na Copa do Nordeste

Último jogo - 05/10 Bahia 4 x 1 Santa Cruz

2011: 45 jogos

Acesso à Série C

Último jogo - 20/11 Santa Cruz 0 x 2 Tupi

2012: 46 jogos

Eliminação na Série C

Último jogo - 28/10 Águia 1 x 0 Santa Cruz

2013: 53 jogos

Título da Série C

Último jogo - 01/12  Santa Cruz 2 x 1 Sampaio Corrêa

2014: 68 jogos

Eliminação na Série B

Último jogo - 29/11 Atlético-GO 2 x 3 Santa Cruz

2015: 52 jogos

Acesso à Série A

Último jogo - 28/11 Santa Cruz 3 x 1 Vitória

2016: 73 jogos

Títulos do Pernambucano e do Nordestão, mas rebaixamento à Série B

Último jogo - 11/12 São Paulo 5 x 0 Santa Cruz

2017: 64 jogos

Rebaixamento à Série C

Último jogo - 21/11 Santa Cruz 5 x 2 Juventude

2018: 40 jogos

Eliminação na Série C

Último jogo - 26/08 Operário-PR 3 x 0 Santa Cruz

2019: 44 jogos

Eliminação na Série C

Último jogo - 24/08 Náutico 3 x 1 Santa Cruz

2020: 44 jogos

Eliminação na Série C

Último jogo - 26/12 Ituano 1 x 2 Santa Cruz

2021: 45 jogos

Rebaixamento à Série D

Último jogo - 19/10 Santa Cruz 3 (2) x (4) 3 Floresta

2022: 29 jogos

Eliminação da Série D

Último jogo - 14/08 Tocantinópolis 1x0 Santa Cruz

2023: 39 jogos

Eliminação na Série D, sem calendário nacional para 2024

Último jogo - 23/07 Iguatu 1 x 0 Santa Cruz

32% dos brasileiros desejam aumento salarial em 2024 é o que aponta o estudo realizado pela Onlinecurriculo, plataforma de currículos online. O levantamento também traz metas profissionais dos 500 entrevistados. A pesquisa mostra que 20% desejam crescer de cargo dentro da empresa onde trabalham; 11% querem fazer um ou mais cursos curtos; 9% almejam trocar de emprego, e 7% gostariam de mudar de área de atuação.

A pesquisa da plataforma de currículos on-line ouviu profissionais de diversos segmentos produtivos, faixas etárias, classes sociais e regiões do país. mulheres e homens foram entrevistados individualmente, respondendo as perguntas através de questionário estruturado em formato on-line, entre os dias 4 e 12 de dezembro de 2023. 

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebem pagamentos mensais de seus respectivos partidos. Entre abril e outubro, Bolsonaro foi remunerado pelo PL sete vezes, somando R$ 200 mil. Por sua vez, Lula foi beneficiado com nove repasses do PT, de fevereiro a outubro, totalizando R$ 96 mil. Os vencimentos pagos ao atual presidente e a seu antecessor são uma exceção, já que nenhum outro ex-chefe de Estado possui benefício semelhante em suas legendas. Procurados, o PL não se manifestou, enquanto o PT argumentou que recurso é para pagar aluguel de imóvel.

As informações foram levantadas pelo Estadão junto às prestações de contas anuais do MDB, PL, PSDB, PT e PTB enviadas neste mês ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os documentos encaminhados à Justiça Eleitoral compreendem o período de outubro de 2022 a outubro de 2023. Nesse intervalo, não foram identificados pagamentos em benefício dos ex-presidentes José Sarney (MDB), Fernando Collor (PRD, antigo PTB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB).

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A legislação brasileira não impõe aos partidos a obrigação de pagar salários a presidente ou ex-presidentes. Portanto, as remunerações recebidas por Lula e Bolsonaro não derivam de suas passagens pelo Palácio do Planalto, mas sim de suas funções dentro de seus respectivos partidos. Lula e Bolsonaro ocupam as posições de presidentes de honra no PT e no PL, respectivamente. Além deles, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também desempenha um papel na estrutura partidária como presidente do PL Mulher.

Entre fevereiro e outubro, Bolsonaro e Michelle receberam um total de R$ 437 mil pelas responsabilidades que desempenharam dentro do PL. O registro financeiro do partido classificou essa transferência como "serviços técnicos-profissionais". O salário atual de cada um como dirigente partidário é de R$ 30.483,16. Os gastos com assessores, advogados e outras despesas, como deslocamentos e alimentação, não estão inclusos nesse valor. O PL foi procurado pela reportagem, mas não retornou.

Além de seu salário no PL, Bolsonaro também recebe a aposentadoria do Exército, de cerca de R$ 12 mil por mês. Além disso, usufrui dos benefícios da aposentadoria como ex-deputado, o que corresponde a mais de R$ 30 mil mensais. Como ex-presidente da República, ainda tem direito a quatro servidores para desempenhar funções de segurança e apoio pessoal, dois assessores pessoais, dois veículos oficiais e dois motoristas.

Repasses a Lula são para pagar aluguel em SP, diz PT

O PT, por sua vez, informou, em nota, que as transferências mencionadas pela reportagem referem-se ao custeio de parte do aluguel de imóvel que, desde 2022, serviu como residência e local de trabalho do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. "Todas estas transferências foram feitas com recursos de arrecadação própria do partido, conforme declarado à Justiça Eleitoral, sem uso de Fundo Partidário ou outras fontes", diz o texto.

O partido esclareceu também que assumiu uma parcela do custo do aluguel, tendo em vista que o imóvel deveria prover as necessidades de segurança, privacidade, espaço para trabalho de assessores e para reuniões políticas inerentes às atividades de seu presidente de honra. "Desde outubro último, o PT assumiu integralmente o contrato de locação e o pagamento do contrato de aluguel, cessando então as transferências registradas na Justiça Eleitoral".

57% dos trabalhadores brasileiros apontam relação difícil ou tóxica com os chefes, segundo levantamento divulgado pela EDC Group, multinacional focada em consultoria e outsourcing de RH. A pesquisa também demonstra que 45% dos profissionais se sentem perseguidos pelos gestores. O estudo realizado pela The Workforce Institute revela também que as posturas das lideranças exercem impacto direto na saúde mental de 69% dos profissionais.

Ainda de acordo com o levantamento, o percentual de influência no bem-estar dos funcionários é o mesmo para parceiros e outras pessoas do convívio. Os dados coletados são mais severos em respondentes com idade entre 25 e 44 anos e que ocupam cargos de assistente ou analista. Entre as principais problemáticas relatadas pelos participantes está o excesso de controle. Mais de 56% afirmam que seus chefes são controladores sempre ou frequentemente. Outros dados coletados mostram que 63,80% dos respondentes dizem ter dificuldades de relacionamento com a liderança e outros 45,88% relatam se sentir perseguidos pelos gestores. 

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"Nosso principal objetivo com a pesquisa é endossar o protagonismo que o papel de liderança exerce não somente para a cultura organizacional das empresas, mas, sobretudo, na vida dos indivíduos. Um gestor mal preparado pode gerar inúmeros prejuízos de produtividade, retenção e crescimento para a empresa. Porém, não podemos deixar de ressaltar os custos imensuráveis causados na saúde mental das equipes lideradas por esses chefes altamente despreparados", ressalta Daniel Campos Neto, CEO e founder da EDC Group.  

A pesquisa

Para a realização da pesquisa, a The Workforce Institute ouviu 278 pessoas de todo o país para entende como as pessoas se relacionam com seus líderes, trabalho e funções. O levantamento reuniu informações a partir de recortes por idade, cargo e gênero.  

O preço do gás de cozinha vendido pela Refinaria da Amazônia (Ream), privatizada no último mês do governo de Jair Bolsonaro, é o mais alto do País e custa 72% acima do cobrado pela Petrobras, segundo levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP).

A Ream comercializa o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de 13 quilos a R$ 54,41, enquanto nas unidades estatais o gás de cozinha sai por R$ 31,66. "A diferença de R$ 22,75 em relação ao preço praticado pela Petrobras é a maior desde que a Ream foi privatizada, em dezembro do ano passado", informou o OSP.

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No dia 19 de outubro, a refinaria amazonense aumentou em 19% o preço do gás de cozinha, ampliando a margem. Os dados mostram ainda que a Ream foi responsável por 24% da oferta de GLP no Norte do País em 2023, e a Petrobras, por 75,8%.

No comparativo com as refinarias privadas, o botijão da Ream custa, em média, R$ 13,34 (32,5%) mais caro. A Refinaria de Mataripe, na Bahia, vende o botijão de GLP a R$ 39,14 e a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, a R$ 43,00, ou seja, R$ 15,27 (28,1%) e R$ 11,41 (21%) a menos, respectivamente, do que o cobrado pela Refinaria da Amazônia.

Privadas

Com relação aos preços das três refinarias privadas, o botijão da Petrobras é comercializado a R$ 13,86 (30,4%) em média, mais barato. São R$ 7,48 (23,6%) a menos do que o cobrado pela Refinaria de Mataripe e R$ 11,34 (35,8%) abaixo do preço da unidade potiguar. Os dados do levantamento se baseiam nos preços divulgados pela Petrobras, Ream, Mataripe, RPCC (Clara Camarão) e Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Para o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), entre todas as refinarias da Petrobras que foram privatizadas, a venda da Ream foi a mais trágica para a população local. Segundo ele, todos os produtos hoje vendidos por ela são mais caros do que os da concorrência e até do Preço de Paridade de Importação, o PPI.

"Isso contrasta com o período anterior à privatização, quando os preços dessa refinaria eram inferiores aos das outras unidades da Petrobras. Atualmente, vemos uma diferença exagerada no preço do GLP. Como o botijão pode ser 72% mais caro? É difícil encontrar uma justificativa", questiona Dantas.

Monopólio regional

A criação de um monopólio regional privado seria uma das justificativas apontadas pelo diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro PA/AM/MA/AP, Bruno Terribas, para os preços mais altos. "O monopólio regional eleva o preço e tem consequências desastrosas para o consumidor local", afirma.

Em 2016, segundo ele, a Atem, que controla a Ream, detinha pouco mais de 20% do mercado de combustíveis, porcentagem que saltou para mais de 50% em apenas dois anos. "Comandada por uma família do interior do Amazonas, a pequena distribuidora passou a ser a quinta maior empresa do País", informou o economista.

Uma pesquisa feita pelo Grupo QuintoAndar e Imovelweb, com mais de 1,9 mil entrevistados, apontou um favoritismo ao trabalho remoto no mercado atual. Cerca de 43% das pessoas preferem encontrar outro emprego caso seu cargo atual obrigasse a ser totalmente presencial.

O estudo mostra que dois a cada cinco trabalhadores que, atualmente, possuem uma rotina remota ou híbrida, não aceitariam voltar para o regime tradicional. Este dado é maior entre as pessoas com 35 a 44 anos, sendo os mais jovens (entre 18 e 24 anos) mais dispostos a trabalhar presencialmente.

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O gerente de dados do Grupo QuintoAndar, Thiago Reis, acredita que a faixa etária dos resultados é uma consequência das responsabilidades familiares e compromissos que aparecem, além de maior experiência no mercado, o que torna o trabalho remoto mais atraente para profissionais mais velhos.

“Por outro lado, os mais jovens podem estar mais dispostos a experimentar o ambiente presencial, uma vez que estão em uma fase da vida com menos responsabilidades familiares e em busca dos primeiros passos profissionais”, afirma o gerente.

O levantamento contou com 1.914 mulheres e homens de todas as 27 capitais do Brasil, em que 60% dos entrevistados possuem pelo menos um dia de semana útil fora do seu escritório. Ao todo, 37% são funcionários híbridos e 23% funcionários com regime remoto.

Mesmo em diferentes estados, a pesquisa mostra que o local de trabalho e de moradia possuem uma relação importante com os entrevistados. Para os que trabalham de casa, morar em um lugar silencioso para trabalhar é o fator mais importante na hora de escolher um imóvel (70%) e morar perto do trabalho é o segundo fator mais citado (66%).

Cerca de 33% das pessoas declararam que seu emprego teve influência na escolha de onde vivem atualmente, sendo 57% destas decisões pela proximidade com locald e trabalho, 28% pela proximidade com transporte público e 24% pela rapidez do trajeto entre a casa e o trabalho, sem trânsito.

“O trabalho é um importante fator no momento de escolher a sua residência. 36% dos entrevistados afirmam que podem se mudar no próximo ano por conta do trabalho”, declara Reis.

Mapeamento realizado pela Secretaria de Estado da Mulher do Rio de Janeiro (SEM-RJ) identificou 38 organismos de políticas para mulheres (OPM) em todo o estado, o que representa um crescimento de 52,17% nos últimos 10 anos, de acordo com dados apresentados pelo Ministério da Mulher. O raio X inédito da rede de atendimento a mulheres no estado do Rio de Janeiro teve resposta de 75 dos 92 municípios.

De acordo com a pesquisa, o estado do Rio de Janeiro tem 55 equipamentos especializados para atendimento às mulheres, dentre eles, centros especializados de Atendimento à Mulher (Ceam), centros integrados de Atendimento à Mulher (Ciam), casas da Mulher e centros de Referência.

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Ao todo, 55 municípios apontaram que têm programas, projetos e ações para mulheres em seu território, o que corresponde a 73% das cidades que participaram do estudo. Quando a mesma pergunta é replicada somente aos municípios que já têm organismos de políticas para mulheres implementados, a afirmativa chega a 94,3%, o que reforça a importância de se fomentar a ampliação de OPM em todo o estado, para a expansão das políticas para mulheres.

“A ideia é fomentar a criação de secretarias municipais da Mulher. Precisamos levar essa política para o primeiro escalão dos governos. O caminho é árduo. Os dados não são animadores. É a realidade da mulher, com dupla ou tripla jornada. Ainda tem que melhorar muito. Só temos 38 organismos de políticas para mulheres formalmente”, disse a secretária estadual da Mulher, Heloisa Aguiar.

Quanto ao acolhimento às mulheres, o mapeamento mostra a existência de três casas abrigos localizados nas regiões metropolitana: Casa Abrigo Lar da Mulher, Casa Abrigo Maria Haydée Pizarro Rojas e Casa Abrigo Cora Coralina. Há também uma na região do Médio Paraíba, denominada Casa Abrigo Deiva Rampini 3, e uma casa de acolhimento provisório na região norte Fluminense, denominada Casa da Mulher Benta Pereira.

O enfrentamento à violência contra mulheres conta com a atuação da Patrulha Maria da Penha Guardiões da Vida, programa da Secretaria de Estado da Polícia Militar (PMERJ), que atualmente disponibiliza 42 viaturas da patrulha, uma para cada um dos 39 batalhões atendidos, além de 3 UPP: Rocinha, Andaraí e Barreira do Vasco.

Segundo a Secretaria de Estado da Polícia Civil existem atualmente 14 delegacias especializadas de Atendimento a Mulheres em funcionamento no estado do Rio de Janeiro.

Quanto à percepção dos municípios que responderam à pesquisa sobre os principais problemas enfrentados pelas mulheres no nível municipal, ressaltam-se os temas de desemprego (74,3%), dificuldade no acesso à capacitação profissional (71,4%) e baixa escolaridade (51,4%), enquanto problemas considerados muito importantes a serem enfrentados atualmente.

No que diz respeito à percepção sobre as demais dificuldades enfrentadas, destacam-se também o acesso à saúde da mulher (48,6%), aos benefícios sociais (48,6%) e às creches para os filhos menores (35,1%) como frentes importantes.

“Como conclusão preliminar do diagnóstico, é possível afirmar com esses dados coletados que há uma relação direta entre a existência de organismos de políticas para Mulheres - OPM nas estruturas governamentais municipais e estadual e a capacidade de articulação e fortalecimento de políticas públicas para mulheres nos municípios, por meio da constituição e aprimoramento de programas, projetos, equipamentos e serviços especializados para as mulheres ofertados em todo o estado do Rio de Janeiro”, diz a pesquisa.

A população ocupada de 14 anos ou mais de idade no setor privado - sem incluir empregados no setor público e militares - foi estimada em 87,2 milhões de pessoas no quarto trimestre do ano passado.

Deste total, 2,1 milhões realizavam trabalhos por meio de plataformas digitais, que são os aplicativos de serviços, ou obtinham clientes e vendas por meio de comércio eletrônico, tendo a atividade como ocupação principal. Deste total, 1,5 milhão mil pessoas - ou 1,7% da população ocupada no setor privado - usavam aplicativos de serviços e 628 mil as plataformas de comércio eletrônico.

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Os dados fazem parte do módulo Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pela primeira vez, nesta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, “as estatísticas são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação”.

“Consideramos fundamental a disponibilização de uma base de dados que possibilite melhor quantificar e compreender o fenômeno da plataformização do trabalho no país. Esse foi o objetivo da introdução do módulo na pesquisa”, afirmou Gustavo Geaquinto, analista do levantamento, 

O grupamento das atividades transporte, armazenagem e correio foi o que reuniu mais trabalhadores (67,3%). O grupo abrange tanto o serviço de transporte de passageiros quanto os serviços de entrega, que são os aplicativos mais frequentes. Em seguida, aparece o setor de alojamento e alimentação, com 16,7%. “Aqui é sobretudo por causa dos estabelecimentos de alimentação, que usam as plataformas de entregas para clientes”, disse.

A categoria de emprego mais usada foi a "feita por conta própria" (77,1%). “Empregados com carteira assinada eram apenas 5,9% dos plataformizados, enquanto no setor privado, os empregados com carteira eram 42,2 %. Havia uma forte prevalência dos trabalhadores por conta própria no trabalho plataformizado.”.

O trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, em ao menos um dos dois tipos analisados de táxi ou excluindo táxi, alcançou 52,2%, ou 778 mil, do total de trabalhadores de plataformas. Nos aplicativos de entrega de comida ou produtos trabalhavam 39,5%, ou 589 mil. Já os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais representavam 13,2% ou 197 mil.

Plataformas

O aplicativo de transporte particular de passageiros foi a plataforma digital mais utilizada pelos usuários (47,2%), seguido do serviço de entrega de comida, produtos, etc (39,5%), do aplicativo de táxi (13,9%) e do aplicativo de prestação de serviços gerais ou profissionais (13,2%).

“Tem sido observado ao longo do tempo o aumento dessa forma de trabalho e esse fenômeno tem levado a importantes transformações nos processos e nas relações de trabalho, com impactos tanto no mercado de trabalho do país, como sobre negócios e preços de setores tradicionais da economia”, afirmou o analista. Ele alertou que pode haver qualquer tipo de sobreposição de uso de aplicativos de táxi pelos trabalhadores e, por isso, a soma ultrapassa 100%.

Regiões

A região com maior percentual foi o Sudeste (2,2%), com 57,9%, ou 862 mil pessoas, do total de trabalhadores plataformizados, conforme denomina o IBGE essa parcela do mercado de trabalho. Segundo o levantamento, nas outras regiões, o percentual de pessoas ocupadas que realizavam trabalho por meio de aplicativos de serviços ficou entre 1,3% e 1,4%.

A maior proporção de pessoas que trabalhavam com aplicativos de transporte particular de passageiros, excluindo os de táxi, estava na região Norte: 61,2%, ou 14 pontos percentuais (p.p.) acima da média nacional.

Características

Os homens (81,3%) eram a maioria dos trabalhadores plataformizados. Segundo o levantamento, o percentual é uma proporção muito maior que a média geral dos trabalhadores ocupados (59,1%). As mulheres eram 18,7% do total desses trabalhadores.

Idade

Na distribuição por idade, quase a metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais de trabalho estavam no grupo de 25 a 39.

Escolaridade

Em termos de nível de instrução, os plataformizados concentravam-se nos níveis intermediários de escolaridade, com preponderância no nível médio completo ou superior incompleto (61,3%), que correspondia a 43,1% do total da população ocupada que não utilizava plataformas.

Rendimentos

Os trabalhadores plataformizados tinham, no 4º trimestre de 2022, rendimento 5,4% maior (R$ 2.645) que o rendimento médio do total de ocupados (R$ 2.513). Na mesma comparação, eram os que trabalhavam mais horas semanais: 46h contra 39,6h.

“Para os dois grupos menos escolarizados, o rendimento médio mensal real das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativos de serviço ultrapassava em mais de 30% o rendimento das que não faziam uso dessas ferramentas digitais. Por outro lado, entre as pessoas com o nível superior completo, o rendimento dos plataformizados (R$ 4.319) era 19,2% inferior ao daqueles que não trabalhavam por meio de aplicativos de serviços (R$ 5.348)”, apontou o levantamento.

Cor e raça

Gustavo Geaquinto informou que na distribuição por cor e raça, não foram observadas diferenças significativas entre os plataformizados e os que não utilizavam plataformas. Os brancos representavam 44% dos plataformizados contra 43,9%, os pretos eram 12,2% contra 11,5% e os pardos 42,4 contra 43,4%.

Previdência e informalidade

No 4º trimestre de 2022, apenas 35,7% dos plataformizados eram contribuintes da previdência, enquanto entre os ocupados no setor privado eram 60,8%. Na informalidade a proporção de trabalhadores plataformizados (70,1%) era superior à do total de ocupados no setor privado (44,2%). “Aqui esse dado de informalidade se refere exclusivamente ao trabalho principal da pessoa”, concluiu.

Metodologia

A coleta dos dados do módulo inédito Teletrabalho e Trabalho por Meio de Plataformas Digitais da PNAD Contínua se refere ao 4º trimestre de 2022 entre a população ocupada de 14 anos ou mais de idade, exclusivamente o setor público e militares. O levantamento foi feito com base no trabalho único ou principal que a pessoa tinha na semana de referência.

O IBGE destacou que conforme a Organização Internacional do Trabalho (OIT) definiu em 2021, “as plataformas digitais de trabalho (ou de serviços),viabilizam o trabalho por meio de tecnologias digitais que possibilitam a intermediação entre fornecedores individuais (trabalhadores plataformizados e outras empresas) e clientes”.

Repercussão

Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e procurador do Ministério Público do Trabalho, Rodrigo Carelli, esse levantamento do IBGE joga luz no mercado de trabalho. “A função das plataformas é reduzir a remuneração dos trabalhadores. É uma coisa a olhos vistos, mas agora temos uma fotografia estatística que mostra isso. É de extrema importância e está dando luz para o problema dentro do mercado de trabalho. Na verdade, estão corrigindo uma ausência. Com o crescimento do jeito que foi já tem uma representatividade importante no mercado de trabalho, e isso tem que ter um raio X. Acho que foi muito bem feito e muito bem organizado, inclusive colocando tudo em seu devido lugar.”

Na visão de Carelli, a comparação de trabalhadores na mesma função dentro e fora das plataformas mostra a diferença de remuneração.

“Os trabalhadores que trabalham fora das plataformas, tanto entregadores como motoristas, recebem mais fora das plataformas. Esse para mim é o dado mais importante que tem dessa parte de remuneração”, disse, em entrevista à Agência Brasil, reforçando que as comparações têm que ser feitas em uma mesma profissão para avaliar o rendimento de cada um.

“Entregador nas plataformas e entregador fora da plataforma. Eu não posso comparar um médico na plataforma com um entregador. Não tenho que comparar com o resto da população brasileira, porque as plataformas são somente um meio de gestão de trabalho. A parte mais importante que tem no achado em relação à remuneração é exatamente essa. Trabalhadores com o mesmo tipo de trabalhador. Se ele for trabalhar fora da plataforma ele ganha mais que na plataforma e ainda em o achado que eles trabalham muito mais horas nas plataformas do que fora das plataformas”, observou.

“A gente não pode colocar tudo no mesmo balaio. Eu acho que eles [IBGE] tratam bem isso, quando eles dividem por profissão.”

Realizada no período de  25 a 29 de setembro, a pesquisa da cesta básica feita, mensalmente, pelo Procon Pernambuco registrou uma queda de 3,29% em relação à pesquisa de agosto. A cesta básica passou de R$ 655,05 para R$ 633,53, gerando o menor impacto do ano, sob o salário mínimo do consumidor pernambucano, de 47,99%.

Apesar da queda, a pesquisa identificou algumas variações de preços nos produtos da cesta básica que, em algumas situações, ultrapassam 400%. É o caso do papel higiênico com quatro rolos de 30m, que foi encontrado por R$ 1,99, no seu menor preço, e por R$ 9,98, no maior preço, gerando uma diferença de 401,51%. Já nos itens de limpeza também foram encontradas variações significativas como o sabão em pó de 500g que, em um local, foi encontrado por R$ 1,39 e, no outro, por R$ 5,49, configurando uma diferença percentual de 294,96%.

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Nos itens de alimentação a variação entre os preços ultrapassam o percentual de 200% de um local para o outro. Um dos produtos que chamou a atenção foi a salsicha avulsa, que em um local foi o quilo foi encontrada por R$ 5,99 e, em outro, por R$ 19,99, configurando uma diferença de 233,72%. O quilo da farinha de mandioca torrada também apresentou uma diferença percentual que chamou a atenção, com a variação de 181,69%, podendo ser encontrado por R$ 4,15 num local e, por R$ 11,69, em outro. A cebola, ficou em terceiro lugar  no ranking da maior variação de preço, chegando o quilo a custar R$ 2,69 a R$ 6,99, com a diferença percentual de 159,85%.

O Procon-PE pesquisou um total de 27 itens, sendo 19 itens de alimentação, 4 itens de limpeza doméstica e quatro itens de higiene pessoal, abrangendo 24 estabelecimentos localizados na Região Metropolitana do Recife. A pesquisa completa está disponível no site do Procon-PE: www.procon.pe.gov.br.

*Da assessoria 

Dados Censo Escolar 2022 mostram que 61.594 alunos da educação básica possuem alguma deficiência relacionada à surdez. Ainda segundo o levantamento, 1,5 milhão, do total de alunos, tem alguma deficiência e está matriculado em turmas da educação especial.

No que se refere ao participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o mesmo levantamento expõe que, dos 3,9 milhões de inscritos, 38.101 contarão com atendimento especializado. Para o exame, que é a principal porta de entrada em universidades públicas e programas estudantis, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibiliza 70.411 recursos de acessibilidade em 2023 como Tradutor-intérprete em Língua Brasileira de Sinais (Libras), Auxílio para transcrição, Leitura labial, entre outros.

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Remédios para tratar ou reverter momentaneamente a disfunção erétil foram os mais vendidos em quatro das cinco grandes regiões brasileiras, entre janeiro e julho deste ano. Os medicamentos lideram o consumo no Sul, Nordeste e Centro-Oeste, e estão também entre os três mais vendidos na região Sudeste. Apenas no Norte do país fármacos desse tipo não surgem no pódio. 

A informação consta no levantamento do Consulta Remédios, segundo maior site de farmácias do país, feito a partir do perfil de compras e de buscas de cerca de 500 mil usuários da plataforma. A divulgação foi feita pelo Metrópoles. 

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O Citrato de Sildenafila (viagra) e a Tadalafila, medicamentos de combate à disfunção erétil, estiveram entre os mais vendidos do país. No caso da Região Sul, foram primeiro e segundo lugar da lista, respectivamente. “Acho que uma boa explicação para este perfil de compras pode ser um possível tabu sobre adquirir este tipo de medicamento de forma presencial”, analisa Paulo Vion, CEO da Consulta Remédios. 

Veja os remédios mais comprados por região

Região Sul 

Citrato de Sildenafila (para disfunção erétil); 

Tadalafila (para disfunção erétil); 

Sorinan (descongestionante nasal); 

Clotrimazol (pomada contra micoses); 

Ivermectina (vermífugo). 

Região Sudeste 

Epocler (removedor de toxinas do fígado); 

Citrato de Sildenafila (para disfunção erétil); 

Ivermectina (vermífugo); 

Fluconazol (antifúngico); 

Neosoro (descongestionante nasal). 

Região Centro-Oeste 

Citrato de Sildenafila (para disfunção erétil); 

Simeticona (para mal-estar gástrico); 

Tadalafila (para disfunção erétil); 

Ezetimiba (controle de colesterol); 

Atorvastatina Cálcica (controle de colesterol). 

Região Norte 

Naridrin (descongestionante nasal); 

Acetato de Ciproterona (controle de hormônios femininos); 

Artrodar (combate da artrose); 

Micofenolato de Mofetila (imunossupressor); 

Jardiance (controle da diebetes). 

Região Nordeste 

Tadalafila (para disfunção erétil); 

Dicloridrato de Betaistina (controle do zumbido) 

Atorvastatina Cálcica (controle de colesterol), presente na lista duas vezes, por dois fabricantes diferentes; 

Olmesartana Medoxomila + Besilato de Anlodipino (controle da pressão alta). 

Perfil do consumidor

A pesquisa que apontou o perfil de compras de forma regionalizada ainda trouxe dados sobre quem são as pessoas que compram seus remédios de forma digital. A faixa etária com maior representatividade total dentro da plataforma está entre 50 e 60 anos, com 22,7% dos usuários. A divisão de gênero foi praticamente equânime entre homens e mulheres. 

 

Os direitos reprodutivos das mulheres ainda geram muitas discussões na sociedade, sobretudo quando o assunto se refere à interrupção da gravidez. Na Câmara dos Deputados isso não é diferente. Dos 252 Projetos de Lei (PLs) que foram encontrados e analisados com a palavra-chave “aborto”, 92 são de teor contrário ao aborto e 80,43% destes são apresentados por deputados homens.

O número reflete também a estrutura da Câmara dos Deputados, já que ela é composta por 423 (82,45%) homens e 90 (17,54%) mulheres, um padrão que se mostra frequente ao longo de outras legislaturas passadas.

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Segundo a advogada especialista em direito para mulheres e mestra pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Anne Caroline Fidelis, “existe um problema de sub-representação feminina no poder legislativo, o que também compromete a produção de leis atentas às reais necessidades das mulheres”.

“Ainda que existam homens aliados ao progresso feminino, é fato também que homens, historicamente, legislam sobre o corpo das mulheres e isso também tem um caráter simbólico associado ao controle dos corpos femininos” – Anne Caroline Fidelis, advogada especialista em direito para mulheres.

No Brasil, a realização do aborto não é criminalizada em três situações: se a gravidez é decorrente de estupro; se a gravidez representar risco de vida à mulher; ou se for caso de anencefalia fetal (não formação do cérebro do feto). Nesta última situação, o direito é garantido pela Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54, que foi aprovada em abril de 2012 pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

O levantamento realizado pela Agência Tatu também revelou que em 2023, 27 Projetos de Lei foram apresentados que mencionam a palavra “aborto” e dentre estes, 15 são de teor contrário ao tema e quatro são favoráveis à gestante em casos de interrupção da gravidez. Outros cinco são de teor neutro ou não identificado e três são de assuntos não relacionados. Entenda a metodologia da Agência Tatu ao final da reportagem.

Apesar de 2019 ser o ano em que mais foram encontrados Projetos de Lei sobre o assunto (32), 2023 está sendo o ano que possui mais proposições de teor contrário, somente até o início de setembro deste ano. A deputada Chris Tonietto (PL-RJ) e o deputado Capitão Augusto (PL-SP) são os principais autores de projetos contrários ao aborto.

Por outro lado, o ano que mais contou com projetos de leis de teor favorável à gestante em casos de aborto foi 2020, com seis proposições encontradas. Em seguida, o ano de 2021 aparece com quatro PLs com esse teor. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) é a que mais propôs legislações favoráveis às gestantes em casos de aborto (3), sendo também uma das principais defensoras da ADPF 442, que pode descriminalizar o aborto voluntário no Brasil.

ADPF 442 e a descriminalização do aborto No caso da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, protocolada em 2017 pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em conjunto com o Instituto de Bioética – Anis, a ação pede que os artigos do Código Penal que tratam o aborto como crime sejam considerados inconstitucionais, buscando, em linhas gerais, a descriminalização do aborto voluntário até a 12ª semana de gestação (terceiro mês). Quem decide a aprovação ou não de uma ADPF é o Supremo Tribunal Federal.

“Tal argumento se associa a questões biológicas como a própria formação neural do feto que só ocorre após o período indicado, como também ao fato de que o Brasil é um Estado laico que não pode se orientar por questões religiosas, mas sim sobre o que de fato é incontroverso: que o aborto também é uma questão de saúde pública e que as vidas das mulheres, sobretudo as mais vulneráveis, precisam ser consideradas”, explica a advogada Anne Caroline Fidelis.

Ainda segundo a especialista e presidente da Associação das Mulheres Advogadas de Alagoas (Amada), a ação é importante para o direito das mulheres, pois trata de questões fundamentais associados aos direitos reprodutivos das mesmas.

“(…) A questão da criminalização do aborto tem sido tratada como uma pauta moral e de controle dos corpos das mulheres, e não como uma questão de saúde pública, tal como ocorre em outros países onde, diga-se de passagem, conseguiram até diminuir a quantidade de abortos e reduziram a quase zero a mortalidade de mulheres neste contexto”, relata Fidelis.    A ADPF 442 foi liberada para julgamento pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, que é relatora da matéria. A previsão é que seja pautada para votação nos próximos dias, pois a ministra deve proferir seu voto antes de sua aposentadoria, prevista para o dia 2 de outubro.

Metodologia

A Agência Tatu extraiu todos os Projetos de Lei da Câmara dos Deputados que foram encontrados ao pesquisar a palavra-chave “aborto”. Ao todo, foram encontrados 379 projetos, mas foram analisadas 252 proposições, excluindo-se apenas aquelas cujo status consta como “arquivado” e “vetado totalmente”.

Os projetos analisados incluem textos que estão em tramitação na Casa e os que não estão tramitando. Para realizar a análise, foram criadas quatro categorias: teor contrário ao aborto; favorável à gestante em casos de aborto; teor neutro ou não identificado; e assunto não relacionado.

Entenda as categorias abaixo. 

Teor contrário ao aborto: inclui projetos que buscam dificultar o acesso ao direito legal ao aborto legal, aumentar penas relacionadas ao aborto, defender o nascituro integralmente, criminalizar a interrupção voluntária da gravidez, instituir políticas antiaborto, entre outros relacionados.

Favorável à gestante em casos de aborto: Nesta categoria foram incluídos projetos que buscam dar assistência à gestante em casos de abortamento; diminuir penas em relação ao aborto; proteger gestantes que buscam o direito legal ao aborto; descriminalizar a interrupção voluntária da gravidez; assegurar direitos à gestante em casos de aborto previsto em lei; entre outros relacionados.

Teor neutro ou não identificado: Nesta categoria estão incluídos os PLs cujos temas são relacionados a direitos reprodutivos, mas que não necessariamente envolvem o apoio ou desapoio ao aborto, mesmo em casos previstos em lei.

Assunto não relacionado: São as proposições que foram encontradas com a palavra-chave “aborto” no texto ou justificativa, mas que não dizem respeito ao assunto ou questões reprodutivas.

*Da assessoria 

O quantitativo de jovens que não trabalham e nem estudam atingiu um alto índice no Brasil, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O levantamento realizado pela instituição aponta que, em 2022, 36% da população com idade entre 18 e 24 anos estão nessa condição, ou seja, fazem parte da 'geração nem-nem'. Os números colocam o país em segundo lugar no ranking mundial, ficando atrás apenas da África do Sul.

Outro estudo, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 73% da geração nem-nem é formada por mulheres. Essa quantidade, de acordo com a organização, tem como causa principal a gravidez precoce. Na mesma pesquisa, aponta-se que mais de três milhões de brasileiros estão desocupados e buscando um emprego há mais de dois anos.

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O mesmo levantamento afirma que existe cerca de cinco milhões de pessoas desistiram de procurar emprego, devido à falta de perspectiva. Ainda segundo o Ipea, metade deles não completou o ensino fundamental, 25% estão na faixa etária de 18 a 24 anos.

Nos primeiros seis meses de 2023, 1.013 pessoas foram baleadas na Região Metropolitana do Recife (RMR), o que significa que seis moradores da metrópole, em média, foram alvejados a cada 24 horas. Do número total, 728 pessoas foram mortas e 285 ficaram feridas. O acumulado está abaixo, mas muito próximo do registrado em 2022, para o mesmo período. Os números também preocupam na violência contra jovens com idade inferior a 18 anos: ao menos três crianças e 46 adolescentes foram baleados ao longo do primeiro semestre.   

Em 2022, houve 1.035 pessoas baleadas nos primeiros seis meses: 707 mortas e 328 feridas. Neste primeiro semestre, o Grande Recife teve 890 tiroteios. A média foi de cinco tiroteios por dia. O número de registros é próximo do acumulado no primeiro semestre de 2022, que concentrou 894 tiroteios. Os dados fazem parte do Relatório Semestral do Instituto Fogo Cruzado, lançado nesta segunda-feira (17).  

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Violência contra os jovens 

Ao menos três crianças e 46 adolescentes foram baleados ao longo do primeiro semestre. Desse número, uma criança foi morta e outras duas ficaram feridas, e 31 adolescentes foram mortos e 15 ficaram feridos. Em média, é como se oito crianças ou adolescentes tivessem sido baleados por mês neste primeiro semestre. Em 2022, neste mesmo período, duas crianças e 43 adolescentes foram mortos e quatro crianças e 29 adolescentes ficaram feridos. 

“A violência armada faz vítimas em todas as idades. Destrói famílias, gera traumas, traz medo, deixa cicatrizes. Mas quando essa violência chega até os mais novos, é ainda mais grave. Ela nos mostra que estamos falhando em proteger e preservar a vida dos mais vulneráveis”, analisa Ana Maria Franca, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco.  

Além dos mais jovens, os idosos também não foram poupados da violência armada. Oito foram baleados neste semestre: seis morreram e dois ficaram feridos. Em 2022, foram 14 baleados no período; na época, oito morreram e seis ficaram feridos. 

O mapa da violência armada 

Municípios 

De janeiro a junho, Recife concentrou 38% dos tiroteios, 35,5% dos mortos e 42% dos feridos mapeados na região metropolitana. Entre os municípios mapeados pelo Instituto Fogo Cruzado, os mais afetados pela violência armada neste primeiro semestre foram: 

Recife: 342 tiroteios, 259 mortos e 120 feridos 

Jaboatão dos Guararapes: 175 tiroteios, 153 mortos e 54 feridos 

Olinda: 95 tiroteios, 76 mortos e 25 feridos 

Cabo de Santo Agostinho: 58 tiroteios, 52 mortos e 23 feridos 

Camaragibe: 37 tiroteios, 29 mortos e 16 feridos 

Paulista: 37 tiroteios, 29 mortos e 7 feridos 

Entre os bairros, os mais afetados foram: 

Muribeca (Jaboatão dos Guararapes): 25 tiroteios, 21 mortos e 5 feridos 

Barra de Jangada (Jaboatão dos Guararapes): 22 tiroteios, 21 mortos e 5 feridos 

Prazeres (Jaboatão dos Guararapes): 20 tiroteios, 13 mortos e 10 feridos 

Iputinga (Recife): 20 tiroteios, 11 mortos e 10 feridos 

Várzea (Recife): 17 tiroteios, 12 mortos e 1 ferido 

O perfil da violência armada 

Gênero 

Entre os 728 mortos mapeados no primeiro semestre na região metropolitana do Recife, 93% deles (676) eram homens e 7% (51) eram mulheres. Entre os 285 feridos, 84% (239) eram homens e 15% (42) eram mulheres e 1% (4) não tiveram a identidade revelada. Em 2022, dos 707 mortos, 94% (662) eram homens e 6% (43) eram mulheres, e dos 328 feridos, 90% (294) eram homens, 8% (25) eram mulheres e 2% (9) não tiveram a identidade revelada. 

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'Tiroteios na RMR crescem nos três primeiros meses de 2023'

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De 2019 a 2021, mais de 200 mil pessoas desapareceram no Brasil, o que dá uma média de 183 desaparecimentos por dia. Os dados são do estudo Mapa dos Desaparecidos no Brasil, divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 

Os números, no entanto, podem ser ainda maiores. Isso porque o Brasil não conta hoje com um cadastro nacional para contabilizar esses casos. “Esse é um número muito elevado e, quando a gente verifica, por exemplo, as taxas de reencontro de pessoas produzidas pelas polícias, elas são muito menores. Ou seja, a gente nem consegue hoje dimensionar a quantidade de pessoas que efetivamente estão desaparecidas no Brasil”, disse Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em entrevista hoje (22) à Agência Brasil e à TV Brasil. 

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Durante esse período, 112.246 pessoas foram localizadas. O número parece alto, no entanto, segundo Samira, é importante destacar que as pessoas que foram localizadas nesse período não necessariamente desapareceram entre os anos de 2019 e 2021. 

“No último ano, tivemos um total de 34 mil pessoas localizadas, uma taxa de 16,6%. Mas, veja, desaparece quase o dobro [de pessoas] todo ano. E temos mais um problema nessa estatística: quando a gente olha o número de pessoas localizadas, precisamos ter a clareza de que essa pessoa não necessariamente desapareceu naquele ano. Então, não podemos fazer uma conta em relação ao total de pessoas desaparecidas naquele ano e o total de pessoas localizadas porque essas pessoas localizadas podem estar perdidas há mais de dez anos”, destacou ela. 

Perfil dos desaparecidos

Do total dos desaparecimentos nos anos de 2019 e 2021, quase 30% foram crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos. 

“Esse é o grupo populacional que mais desaparece no Brasil. E isso pode estar vinculado a uma multiplicidade de fenômenos porque engloba desde aquele adolescente que é vítima de algum tipo de crime e acaba sequestrado, vítima de trabalho escravo ou exploração sexual até aqueles casos de desaparecimentos voluntários em que o adolescente sai de casa por maus-tratos ou desavenças familiares.” 

O estudo também revelou que a maioria dos desaparecidos são do sexo masculino (62,8% dos casos) e negros (54,3% do total). “Quando a gente olha para o perfil do desaparecido e vemos que são majoritariamente jovens, pretos e pardos, do sexo masculino, muitos dos quais em situação de vulnerabilidade, é mais um fator que nos leva a ter que priorizar esses casos porque isso pode incluir componentes criminais como homicídios, sequestros e tentativas de homicídios. E, muitas vezes, a gente só vai encontrar essas pessoas depois em valas clandestinas ou em cemitérios clandestinos”, disse a diretora do Fórum. 

Outro dado interessante é que, durante a pandemia de covid-19, o número de pessoas desaparecidas caiu 22,3% em 2021 na comparação com 2019. “Na pandemia, todos os estados apresentaram redução no número de pessoas desaparecidas. Mas teve uma faixa etária que mostrou crescimento [nesse período] que foi a faixa etária entre 40 e 49 anos, especialmente homens”, ressaltou Samira.  Segundo ela, isso pode estar relacionado a outro fenômeno: a população em situação de rua.

“Uma das hipóteses que a gente traz para o crescimento entre pessoas de 40 e 49 anos é que aumentou o desemprego, caiu a renda e muita gente ficou em situação de rua. A gente teve um crescimento significativo da população em situação de rua no Brasil nesse período e é comum que pessoas que perdem emprego e renda, fiquem envergonhadas e, enfim, não tendo para quem pedir ajuda, acabem indo para a rua”, ressaltou ela. 

Política nacional

Segundo o Mapa dos Desaparecidos, o estudo demonstrou que dois graves problemas dificultam ainda mais o trabalho de localização de pessoas no Brasil. O primeiro deles é a falta de um banco de dados unificado que integre os estados e as informações sobre as pessoas que desaparecem no país. 

“O que a gente percebe pelas estatísticas disponíveis é que todo ano o número de pessoas desaparecidas é muito mais elevado do que o número de pessoas localizadas. E como não temos um banco nacional que consolide essas informações, na prática, não conseguimos dimensionar de fato quantas pessoas estão desaparecidas hoje no Brasil.” 

Para Samira, outra dificuldade é que o desaparecimento no Brasil não é um crime: “o desaparecido é toda pessoa cujo paradeiro não é conhecido, tenha sido de forma voluntária ou não esse desaparecimento. O que acontece é que essa tipificação é muito ampla e não é um tipo penal, ou seja, o desaparecimento não é um crime.

Como o desaparecimento não é um crime, não necessariamente vai haver o registro de um boletim de ocorrência que vai levar a uma investigação ou instauração de um inquérito. Então isso vai depender muito da prioridade dada por aquela delegacia”.  Sem políticas públicas e um cadastro nacional, e torcendo para que um delegado investigue determinado caso, o resultado é que muitos pais acabam em uma longa busca por seus filhos desaparecidos. É o caso de Ivanise Esperidião da Silva, que fundou o movimento Mães da Sé, após sua filha de 13 anos ter desaparecido a poucos metros de sua casa, em 1995. 

Em entrevista à TV Brasil, Ivanise disse que continua à espera da localização de sua filha. “Isso é lidar com uma dor e uma busca solitária. Te falo com a experiência de uma mãe que há 27 anos procura uma resposta ao que aconteceu com minha filha e até hoje não teve resposta. São mais de 12 mil mães que passaram ao longo da minha vida no movimento e todas elas têm a mesma sensação de descaso, de abandono e de invisibilidade. O desaparecimento - na minha opinião como mãe e como militante de uma causa - deveria ser tratado como um problema de segurança pública. Mas ele não é. Nossos filhos fazem apenas parte de uma estatística: são apenas um número”, lamentou ela. 

Lei Nacional

Em 2019, o governo federal sancionou a Lei da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas. Essa lei previa a criação de um cadastro nacional que ainda não está em funcionamento. 

“Em 2019 a gente teve a sanção de uma lei que cria a Política Nacional de Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas e que determina a criação de um cadastro de pessoas desaparecidas. No entanto, não tivemos destaque orçamentário para essa política. Embora a política tenha sido sancionada em 2019, ela não teve nenhum recurso orçamentário entre 2019 e 2022. Na prática, se você não tem recursos financeiros para implementar a política, nada aconteceu”, disse Samira. 

Para Ivanise, se o cadastro estivesse em funcionamento, teria ajudado muitas famílias. “Mas nem isso nós temos”, criticou ela. Ela também defendeu a tipificação do desaparecimento.  “Pelo fato de o desaparecimento, juridicamente falando, não ser considerado um crime, o problema é tratado com descaso, com invisibilidade. As pessoas não enxergam os crimes que acontecem por trás de um desaparecimento. E assim vamos vivendo à mercê da própria sorte porque não temos, até hoje, políticas públicas voltada para a causa do desaparecimento.” 

“Minha filha era uma adolescente de 13 anos. Então o Estado me deve essa resposta. A Constituição é bem clara quando diz que a criança e o adolescente é responsabilidade do Estado, da sociedade e da família. Mas quando acontece um fato desse é como se a família fosse a única responsável. O Estado, por sua vez, é ausente, negligente e omisso. E a sociedade prefere olhar para a gente com o olhar de piedade. Nós não queremos isso. Queremos empatia com a nossa causa”, completou Ivanise 

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública não comentou o estudo, nem se manifestou sobre a criação do cadastro unificado, até a publicação do texto.

O território brasileiro aumentou em 72,2 quilômetros quadrados (km²) em 2022. A constatação é de levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro. O estudo ajustou o total da área do país para 8.510.417,771 km².

Segundo o IBGE, o aumento do território deve-se a novos delineamentos de fronteira internacional em trechos do Amazonas, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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O aprimoramento, complementa o IBGE, decorre da realidade física dos rios da região e está em conformidade com dados fornecidos pelas Comissões Demarcadoras de Limite do Ministério da Relações Exteriores.

Municípios

O IBGE também divulgou, hoje, mapas atualizados com os novos limites de 174 municípios brasileiros. As mudanças na divisão político-administrativa dessas cidades aconteceram entre 1º de maio de 2021 e 31 de julho de 2022.

Segundo o instituto, as atualizações resultam da publicação de nova legislação, decisão judicial e relatórios/pareceres técnicos confeccionados pelos órgãos estaduais responsáveis pela divisão político-administrativa de cada estado e encaminhados ao IBGE.

O estado com maior número de mudanças nos limites municipais foi o Rio Grande do Sul (61 municípios), seguido por Pernambuco (50) e Paraná (47).

Também houve alterações em Mato Grosso (seis), Maranhão e Rio Grande do Norte (três em cada), além de Tocantins e Goiás (dois em cada). Informações sobre as alterações podem ser conferidas no site do IBGE.

Dados do Mapa do Ensino Superior 2022 apontam que as mulheres são maioria em cursos de saúde, ou seja, o equivalente a 73,2%, enquanto nas demais graduações esse percentual é de 52,8%. Segundo a plataforma Pravaler, nos dois primeiros meses de 2023, os cursos majoritariamente financiados por mulheres foram Enfermagem, Psicologia, Medicina Veterinária, Odontologia, Fisioterapia, Biomedicina e Farmácia.

“Mesmo em meio a tantos desafios, as mulheres têm conseguido conquistar o espaço que lhes é de direito na sociedade. É muito gratificante saber que, por meio do financiamento estudantil, temos conseguido contribuir com a diminuição da desigualdade de gênero nas instituições de ensino superior e, consequentemente, com a inserção no mercado de trabalho”, comenta Fernanda Inomata, psicóloga e CHRO do Pravaler.

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Levantamento do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mostra que há uma diminuição do contingente de mulheres à medida que as carreiras progridem. Segundo o estudo, na maior parte dos campos do conhecimento, é possível identificar a queda em participação do grupo com o avanço em estágios profissionais.

Em apenas 34% das áreas, as mulheres alcançam equidade ou são maioria entre os docentes da pós-graduação. Por outro lado, houve aumento geral, ainda que discreto, da participação das mulheres com mestrado (2%), doutorado (3%) e na docência (5%) em diversas áreas do conhecimento no país, de 2004 a 2020.

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Os resultados da pesquisa foram disponibilizados recentemente na plataforma online criada pelo Gemaa. O estudo se baseou em dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com o apoio do Instituto Serrapilheira.

A pesquisadora de pós-doutorado no Iesp Marcia Rangel Candido explicou que as dificuldades enfrentadas pelas mulheres são de origens variadas.

“Você vê até discriminações que podem ser consideradas mais leves, como o julgamento das roupas que as mulheres usam em seus espaços profissionais, quando elas estão fazendo pesquisas científicas, ou coisas do tipo. E, por outro lado, tem discriminações que são mais pesadas, como os assédios sexuais e morais.”

Segundo o coordenador do Gemaa, Luiz Augusto Campos, houve avanços recentes na ampliação da pós-graduação no Brasil, que foram seguidos, ainda que de modo “bastante modesto”, por uma preocupação em relação à diversificação.

“Isso levou a um aumento, também modesto, da participação das mulheres com doutorado em diversas áreas no Brasil”, avaliou Campos, em nota. “É preciso lembrar que o funil para entrar na docência de uma pós-graduação é muito mais estreito e muito mais injusto com as mulheres do que, por exemplo, para conseguir um doutorado.”

Desigualdade por áreas

Outro dado observado pelo levantamento se refere à relação mestrado-doutorado-docência de acordo com as áreas do conhecimento. Nesse caso, foi possível verificar que ainda há uma desigualdade grande de gênero quando se compara o contingente de mulheres nas chamadas “ciências duras”, tais como física, matemática e engenharias, tidas como “masculinas”, e aquelas tidas como “femininas”, como nutrição, enfermagem e serviço social.

No entanto, como destacou a professora do Instituto de Ciências Sociais e coordenadora acadêmica do Núcleo de Estudos sobre Desigualdades e Relações de Gênero (Nuderg) da Uerj Clara Araújo, também nessas carreiras tem havido incremento na presença feminina.

“A matemática é um campo em que a docência feminina cresceu, mas, tanto no mestrado quanto no doutorado e na docência, a diferença entre homens e mulheres ainda é muito grande. Na medicina, há também uma diferença, mas já temos 45% de docentes mulheres, ao passo que, em 2004, elas eram 36%. Nas engenharias, a docência na pós-graduação era baixa em 2004, 18%, e em 2020 subiu para 23%. Na área de ciências biológicas, temos quase 50% de mulheres”, disse, por meio de nota.

“É por isso que é preciso incentivar desde cedo as meninas a se interessarem pelas ditas ‘ciências duras’ e os meninos a irem para carreiras consideradas femininas, porque isso terá uma repercussão na socialização das próximas gerações”, acrescentou a professora.

Barreiras

Apesar dos avanços, o levantamento do Gemaa mostrou que a diminuição das desigualdades de gênero na ciência vem ocorrendo de forma lenta, indicando que ainda há barreiras a serem transpostas pelas pesquisadoras. Uma das questões mais discutidas atualmente no meio acadêmico é a da maternidade, vista como um entrave para a entrada ou permanência de mulheres na pós-graduação.

Segundo Clara Araújo, muitas vezes o número de filhos diminui porque as mulheres não conseguem compatibilizar com a carreira acadêmica, além do fato de o número de horas com que os homens se envolvem nas atividades domésticas é muito pequeno comparativamente à carga que sobra para as mulheres.

“A ideia do cuidado é algo ainda muito marcado pelo gênero. Há mulheres que não têm filhos, mas, em geral, são elas as responsáveis por cuidar de doentes e idosos, o que interfere na carreira acadêmica também”, disse a professora.

Estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) chama a atenção para um problema crítico no Brasil e que afeta principalmente as mulheres: o número estimado de casos de estupro no país por ano é de 822 mil, o equivalente a dois por minuto.

O estudo se baseou em dados da Pesquisa Nacional da Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNS/IBGE), e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, tendo 2019 como ano de referência. De acordo com o Sinan, a maior quantidade de casos de estupro ocorre entre jovens, com o pico de idade aos 13 anos.

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Com base nessa estimativa, o Ipea também calculou a taxa de atrito para o país, ou seja, a proporção dos casos estimados de estupro que não são identificados nem pela polícia, nem pelo sistema de saúde. A conclusão é que, dos 822 mil casos por ano, apenas 8,5% chegam ao conhecimento da polícia e 4,2% são identificados pelo sistema de saúde.

“O quadro é grave, pois, além da impunidade, muitas das vítimas de estupro ficam desatendidas em termos de saúde, já que, como os autores ressaltam, a violência sexual contra as mulheres frequentemente está associada a depressão, ansiedade, impulsividade, distúrbios alimentares, sexuais e de humor, alteração na qualidade de sono, além de ser um fator de risco para comportamento suicida”, diz o Ipea.

Quanto às relações entre agressores e vítimas de estupro, notam-se quatro grupos principais: os parceiros e ex-parceiros, os familiares (sem incluir as relações entre parceiros), os amigos/conhecidos e os desconhecidos.

Neste cenário, a estimativa de 822 mil estupros por ano é, de acordo com os responsáveis pela pesquisa, conservadora. Pesquisador do Ipea e um dos autores do estudo, Daniel Cerqueira afirmou que faltam pesquisas especializadas sobre violência sexual abrangendo o universo da população brasileira. Segundo ele, uma limitação das análises é que elas se fundamentam inteiramente numa base de registros administrativos (Sinan).

“O registro depende, em boa parte dos casos, da decisão da vítima, ou de sua família, por buscar ajuda no Sistema Único de Saúde”, disse, em nota, o pesquisador. Segundo o Ipea, dessa forma, o número de casos notificados difere “substancialmente da prevalência real, pois muitas vítimas terminam por não se apresentar a nenhum órgão público para registrar o crime, seja por vergonha, sentimento de culpa, ou outros fatores”.

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