Tópicos | Instituto Royal

Defensores dos animais e sociedade anseiam pela aprovação do projeto de lei 777/2013, de autoria do deputado Feliciano Filho (PEN/SP) pela restrição do uso de animais para testes laboratoriais. Dentro de 15 dias, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin deve definir os rumos do projeto. Caso seja sancionado, o estado de São Paulo será o primeiro, sem precedentes em todas as Américas, a proibir os testes em animais para fins cosméticos e de higiene.

O caso acontece pouco mais de um mês após o caso acontecido em uma unidade do Instituto Royal, em São Roque, interior do estado de São Paulo. Na ocasião, ocorrida no dia 18 de outubro, resultou na invasão da fábrica por defensores de animais para retirar 178 cães da raça Beagle e alguns coelhos, que eram utilizados em teste de produtos da marca. A fábrica anunciou o fechamento da unidade poucos dias depois do fato.

##RECOMENDA##

A Polícia Civil investigará as fotos da mais recente invasão do Instituto Royal, em São Roque, São Paulo, postadas na rede social Facebook. O local, que havia sido invadido para a retirada de 178 cães da raça beagle no dia 18, voltou a ser ocupado e depredado por invasores na madrugada desta quarta-feira (13), dessa vez para soltar cerca de 300 camundongos.

As fotos, na página do grupo Coletivo Armageddon Black, mostram mascarados retirando os ratos e pichando as paredes. Um dos que usam máscaras aparece armado com um objeto longo semelhante a um facão. Em outra imagem, 13 mascarados posam com uma garrafa e um isqueiro aceso, como se fosse um coquetel-molotov.

##RECOMENDA##

A Polícia Civil juntará as imagens no inquérito que apura a nova invasão. Quem for identificado responderá por danos, furto qualificado e formação de quadrilha. Também pode responder por lesões corporais e ameaça, uma vez que os três vigias alegam terem sido agredidos e ameaçados de serem queimados pelos ativistas. Eles passaram por exames, mas a polícia ainda aguarda os laudos.

A Associação de Mulheres Protetoras de Animais Rejeitados e Abandonados (Ampara) havia requerido na Justiça a guarda dos ratos e camundongos que ainda estavam no instituto. O pedido foi protocolado no dia 12, no Fórum de São Roque, e aguardava uma definição quando aconteceu a invasão do instituto.

De acordo com nota da Ampara, desde o dia 6, quando o Royal anunciou o encerramento das pesquisas com animais, a entidade pôs-se à disposição para acolher os animais de pequeno porte. A organização não governamental (ONG) alega que houve demora do instituto em fazer o encaminhamento. A Ampara destacou que os dirigentes e voluntários não tiveram participação na retirada dos ratos.

Uma semana depois de ter anunciado o encerramento de suas atividades, o Instituto Royal, de São Roque, que utilizava cães da raça beagle para testes de medicamentos, voltou a ser invadido e depredado na madrugada desta quarta-feira (13), por ativistas mascarados. De acordo com a assessoria de imprensa, os invasores renderam os vigias e promoveram um novo quebra-quebra nas instalações.

Portas foram arrombadas para que o grupo tivesse acesso ao local em que eram mantidos ratos e camundongos. Esses animais não haviam sido levados quando o instituto foi invadido pela primeira vez, no dia 18 de outubro. Na ocasião, foram retirados 178 cães da raça beagle e alguns coelhos. Na nova invasão, segundo o instituto, os vigias foram ameaçados e sofreram "tortura psicológica". Na semana passada, o Instituto anunciou o encerramento das atividades em São Roque por "falta de segurança".

##RECOMENDA##

Um cão da raça beagle supostamente furtado do Instituto Royal, em São Roque, no interior paulista, foi posto à venda na quinta-feira (24), no site Mercado Livre, conhecida rede de comércio virtual, pelo preço de R$ 2,7 mil. O autor da oferta informava que o animal procedia do instituto e estava fraco. O Instituto Royal, que usa cães para testes com medicamentos, foi invadido por ativistas há uma semana, sob a alegação de maus-tratos aos animais.

Os 178 beagles que estavam no local foram levados pelos invasores. Ao tomar conhecimento da oferta na internet, o instituto pediu que o animal seja encaminhado de volta para que passe por exames veterinários. No início da tarde desta sexta-feira, 25, segundo a assessoria de imprensa, o anúncio havia sido retirado do ar. A Polícia Civil de Sorocaba vai investigar a autoria da postagem.

##RECOMENDA##

Apoio

Um dia depois que a prefeitura vistoriou as instalações e manteve o alvará de funcionamento, o Instituto divulgou nesta sexta-feira, em seu canal no YouTube, um vídeo com depoimento do cientista Osvaldo Augusto Brazil Esteves Sant'Anna, bisneto do médico e imunologista brasileiro Vital Brazil, de apoio às pesquisas feitas em São Roque. No vídeo, Sant'Anna, que é pesquisador do Instituto Butantã e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, compara a invasão da unidade por manifestantes a "uma atitude insana" e defende o instituto das acusações de maus-tratos aos animais.

Sant'Anna ressalta que o uso de animais em laboratório é imprescindível e pode ser feito com respeito. Na base desses estudos, segundo ele, estão pequenos roedores, mas a partir de certo estágio, antes da aplicação em seres humanos, os testes são feitos em mamíferos superiores, como cães e cavalos. "É o sentido social de um trabalho de pesquisa." Os beagles, complementa, são animais que têm pouca diversidade genética, o que facilita perceber a ação dos medicamentos. "Isso é feito mundialmente."

O pesquisador diz que, se vivesse nos dias atuais, seu bisavô Vital Brazil, criador do Instituto Butantã e descobridor do soro antiofídico, provavelmente seria enforcado, já que sacrificava serpentes para seus estudos e fazia o teste para produzir o soro usando cavalos como cobaia. "Graças a isso, ele prestou um grande serviço para a humanidade."

A Câmara instaurou na tarde desta terça-feira, 22, uma comissão externa formada por seis parlamentares para acompanhar as investigações sobre possíveis maus-tratos contra animais praticados pelo Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo. Na última semana, ativistas invadiram o laboratório e resgataram 178 cães da raça beagle. Ao fim dos trabalhos, os deputados deverão apresentar uma proposta para atualizar a legislação que trata do uso de animais em pesquisas científicas.

A coordenação dos trabalhos ficará à cargo do deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP), que acompanhou no fim de semana a situação no laboratório farmacêutico. Protógenes revelou que durante anos de trabalho como delegado da Polícia Federal (PF) nunca se deparou com um local sob investigação tão degradante. "O que eu vi lá foi um ambiente de tortura, parecia um campo de concentração nazista", comparou. Ele afirma que, pelas condições encontradas no laboratório, pode-se confirmar a denúncia de maus-tratos contra animais. "Encontrei um ambiente deprimente, fétido, muito distante da realidade de pesquisa científica", afirmou.

##RECOMENDA##

Além de Protógenes, participarão da comissão os deputados Alexandre Leite (DEM-SP), Antônio Roberto (PV-MG), Ricardo Trípoli (PSDB-SP), Roberto de Lucena (PV-SP) e Ricardo Izar (PSD-SP), este último como relator dos trabalhos. Os deputados terão acesso ao inquérito da Polícia Civil referente ao furto qualificado e aos danos nas dependências do laboratório, além da investigação em andamento há um ano do Ministério Público sobre as denúncias de crime de maus-tratos. Segundo Protógenes, o Instituto Royal recebe recursos públicos da União em suas pesquisas.

A comissão não tem prazo para concluir os seus trabalhos e poderá eventualmente investigar outros laboratórios que forem denunciados. O coordenador dos trabalhos já adiantou que defende uma nova legislação proibindo o uso de animais em experimentos científicos, à exemplo do que já existe em diversos países. "Se são métodos ultrapassados, por que estamos utilizando-os?", ponderou.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando