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Gustavo Borges é um dos principais nadadores brasileiros da história. Quatro vezes medalhista olímpico, com oito ouros em Jogos Pan-Americanos, ele agora vê o filho Luiz Gustavo seguir seus passos na modalidade.

O garoto de 19 anos mora nos Estados Unidos há quase dois e estuda na mesma faculdade que o pai frequentou e possui uma foto no Hall da Fama, em Michigan. Gustavo, formado em economia, bateu alguns recordes na competição universitária, mas agora vê o filho, aluno de administração, superá-lo. No final de 2017, Luiz Gustavo nadou a prova de 50 jardas em 19s43, superando o melhor tempo do pai na distância - 19s68.

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Gustavo Borges vive atualmente no Brasil, mas está desde a semana passada nos Estados Unidos para acompanhar o filho na NCAA, a competição universitária que está acontecendo em Austin, no Texas. "Para mim foi uma experiência maravilhosa em termos de cultura, crescimento, aprendizado, educação e treinamento. Foi completa. A universidade americana une o mundo esportivo e o acadêmico de alto rendimento", disse o nadador ao Estado.

O filho nasceu em Jacksonville, na Flórida, no período em que Gustavo ainda vivia nos Estados Unidos. Depois vieram para o Brasil. Assim como o pai, Luiz Gustavo nadou pelo Clube Pinheiros e integrou a seleção de base do País. Depois recebeu a ajuda de Gustavo para definir o curso e a faculdade. Coincidiu de ser a mesma.

No caso do pai, a ida para os EUA aconteceu antes, no ensino médio. Ele recebeu um convite do Comitê Olímpico Internacional (COI), que veio por meio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para participar do programa Solidariedade Olímpica. "Se aproximaram dos meus pais e falaram sobre a possibilidade de me patrocinar em qualquer lugar que quisesse estudar e treinar, nesse programa que era destinado para atletas com 18 anos incompletos, algo assim."

Ele optou por estudar na Balls School, em Jacksonville, e permaneceu nos Estados Unidos por dez anos. Terminou o ensino médio, ingressou na Universidade de Michigan, passou os primeiros anos como atleta morando fora do país, conheceu a esposa Barbara, que é espanhola e também estudou no EUA, e retornou.

COB - O Comitê Olímpico do Brasil não possui um programa de incentivo a intercâmbio universitário, mas o diretor de Esportes da entidade, Jorge Bichara, informou que os atletas são estimulados a estudar fora do país. "É muito válido. Ajuda na formação, na evolução técnica, no pós-carreira, além do amadurecimento, da confiança e de um novo olhar sobre o mundo."

Bichara disse que o COB monitora os principais atletas que estão fora e que é comum esse intercâmbio, especialmente com a natação e o atletismo. "O caso mais recente de sucesso foi o do Thiago Braz, que se mudou para Itália e ganhou o ouro no salto com vara", destacou.

A segunda turma do programa Ganhe o Mundo Esportivo (PGME) viajou no último sábado (6)  para o Canadá e na bagagem altas expectativas para o dias de estudos e treinos fora do país. Serão dois meses em que os 20 alunos/atletas do programa, que vieram das cidades de Bodocó, Garanhuns, Recife, Jatobá, Ouricuri, Jaboatão dos Guararapes, Afogados da Ingazeira e Petrolina, ficarão fora de Pernambuco. Entre participantes de raízes indígenas até aqueles que já tem o sangue esportivo na família, a ansiedade é a mesma entre os jovens.

Na edição deste ano, pela primeira vez o grupo de atletas que viajou para o Canadá contou com um representante indígena. Gillierby Barbosa, de 15 anos, é atleta do arremesso de peso e terá sua primeira experiência fora do país e da sua tribo Pankaru, em Jatobá. Os pais do garoto são os primeiros a demonstrar boas expectativas e acreditam no potencial do filho. “Ele é o orgulho da etnia”, ressaltou a mãe dele, Sucrécia Barbosa.

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Outra integrante do grupo que viajou também orgulhou a família, mesmo tendo nela forte concorrência de uma atleta olímpica. De Afogados da Ingazeira, Maiara Pereira, de 16 anos, compete no atletismo e aprendeu a gostar dos esportes por conta da sua prima, Yane Marques. “Yane é um orgulho para a nossa cidade. Ela é a maior pentatleta do Nordeste e com certeza uma referência para mim. Me inspiro nela e espero um dia chegar onde ela chegou”, destacou a jovem que já traça planos para a temporada no Canadá. “Estou muito ansiosa. Espero encontrar com a minha família de lá, abaixar meu tempo com os treinamentos e estudar muito na escola para ter uma boa evolução”, complementou.

Destaque também para o grupo que viajou é que em particular, dois participantes não vão se sentir tão longe da família no Canadá. Representantes do atletismo, Deiziane Lima, de 15 anos, e Deivison Lima, de 14, são irmãos e farão sua primeira viagem internacional juntos. A jovem compete nos 100m e 200m rasos, já o garoto, na marcha atlética. A mãe de ambos, Regina Cristina de Lima revela emoção pela viajem deles. “Desde domingo que só faço chorar e o coração bate muito forte, mas como é um futuro para eles, tenho que me acalmar e aceitar”, revelou.

O secretário de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras, festeja mais uma edição do projeto e destaca a parceria com a secretaria de educação que proporciona estudo para os jovens além da prática esportiva. “É muito gratificante saber que nosso Estado é referência quando se trata da união do esporte com a educação em favor da formação de novos atletas e cidadãos”, destacou o representante do governo.

Além dos citados, o PGME enviou para as cidades de Quebéc e Montreal outros 16 atletas: Adão Neto (Ciclismo / Bodocó), Carlos Donato (Judô / Garanhuns), Davi Castro (Judô / Recife), Deyse Pereira (Tênis de Mesa / Recife), Fernando Araújo (Atletismo / Recife), Hemerson Alencar (Atletismo / Ouricuri), Ítalo Menezes (Atletismo / Ouricuri), João André Silva (Atletismo / Ouricuri), José Hugo da Silva (Natação / Jaboatão dos Guararapes), José Ítalo Oliveira (Atletismo / Ouricuri), Leonardo Santos (Natação / Jaboatão dos Guararapes), Lívia Sonale (Remo / Recife), Maria Aparecida Souza (Atletismo / Ouricuri), Maria Cecília Santos (Badminton / Jaboatão dos Guararapes), Vinícius Melo (Judô / Petrolina) e Vitória Araújo (Judô / Garanhuns).  Todos ficarão em casas de famílias selecionadas que recebem intercambistas de todo o mundo.

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