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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que o prefeito interino de Ipojuca, o vereador Ricardo Souza (PTC), exonere em até 48 horas o atual diretor de Tributos do município, José Mendonça Correa de Araújo, e nomeie um auditor fiscal de carreira para o cargo. A determinação é baseada na lei municipal n° 1.494/2008 que restringe o exercício da função a servidores com qualificação específica. 

De acordo com a promotora de Justiça de Defesa de Patrimônio Público de Ipojuca, Bianca Stella Barroso, “a assessoria jurídica do município confirmou que o diretor de Tributos, o atual diretor de Tributos que foi nomeado, não é integrante da carreira do Fisco do município de Ipojuca, portanto o ato de nomeação do prefeito em exercício afronta os artigos 183, 184 e 185” da legislação que rege o Estado dos Servidores Municipais. 

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Procurada pelo LeiaJá, a prefeitura afirmou, em nota, que o atual diretor de Tributos é auditor fiscal aposentado da Prefeitura do Recife, onde atuou por 28 anos e disse que o entendimento da atual gestão ao contratá-lo, em janeiro passado, é de que ele atende ao requisito da Lei 1.494/2008.

“A lei não explicita se o ocupante do cargo precisa ser servidor da Prefeitura do Ipojuca ou não – fala apenas em auditor fiscal de carreira, requisito atendido pelo atual diretor. De qualquer forma, a Procuradoria Municipal está avaliando a questão com maior profundidade, para então elaborar um parecer a ser entregue ao Ministério Público possivelmente ainda hoje”, diz o texto.

Caso não acate a determinação, o prefeito em exercício pode ser acusado de improbidade administrativa e perder os direitos políticos. Esta não é a primeira vez que Ricardo Souza é notificado quanto a atos administrativos, pois o Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu uma recomendação determinando que o gestor não contrasse pessoal ou iniciasse obras durante a estadia no cargo. 

O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira, 2, em entrevista ao Jornal do SBT, que não tem trabalhado para acelerar o processo de impeachment, mas disse que a transitoriedade não é boa para o País. "Eu soube que o Senado quer antecipar (o impeachment) e antecipar em benefício do País", afirmou.

"Convenhamos, com muita franqueza, ficar nessa situação de transitoriedade não é útil para o País, não é útil para senhora presidente que fica fazendo naturalmente campanha para tentar voltar e não é útil para governo, porque as pessoas olham ainda como se o governo fosse ainda episódico, fosse transitório", afirmou.

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Apesar disso, ele atribuiu aos poucos dias de seu governo a queda menor do que a esperada no resultado do Produto Interno Bruto (PIB) seu governo interino. "Quero registrar que a queda do PIB foi menor que a esperada, esperavam 0,8% e caiu 0,3%, o que já é um indicativo que esse brevíssimo período que estamos governando já produziu um efeito positivo", disse.

Temer disse ainda que não tem trabalhado para garantir os votos necessários no Senado pelo afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff. "Em relação ao Senado eu vou fazer tal e qual eu fiz no episódio da Câmara, eu não entusiasmei ninguém a votar em uma ou em outra posição", afirmou.

Sobre estar recebendo senadores nestes 20 dias de governo interino, o presidente em exercício disse que o faz "em funções de pleitos e postulações". "Mas não tratamos absolutamente nada", afirmou.

Ele reconheceu, entretanto, que os aliados estão acompanhando de perto o placar. "É verdade os nossos interlocutores dizem que fazemos aqui os cálculos e há um grupo de 59, 60 senadores (a favor do afastamento definitivo de Dilma)", disse. "É a informação que eu tenho, mas não é coisa que eu faço ou a qual me dedico. Eu não trato deste assunto."

O presidente em exercício rechaçou a tese de golpe no impeachment e disse que há base na Constituição para ele exercer interinamente a presidência. Ele destacou que as pedaladas - que estão na base do pedido do impeachment - configuram crime de responsabilidade e que o principio básico que o administrador público tem que obedecer é a legalidade. "Cabe ao Congresso Nacional fazer (esse julgamento)", afirmou, ressaltando que o julgamento é político.

Depois de 22 anos, o senador José Sarney (PMDB-AP) poderá voltar à cadeira de presidente da República. Com a viagem da presidente Dilma Rousseff para a França e a Rússia, a partir de domingo (9), quem assume o governo é o vice-presidente Michel Temer, primeiro na linha da sucessão. Mas Temer deve embarcar para Lisboa, entre os dias 14 e 15, para as comemorações do "ano do Brasil em Portugal". O segundo na linha de sucessão, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), também deve estar fora do País. Há uma previsão de viajar para cumprir agenda do Mercosul. O gabinete, então, ficará aberto para Sarney.

A interinidade de Sarney seria uma "homenagem" de Dilma ao presidente que comandou o Planalto, de março de 1985 a março de 1990. Mas assessores da Presidência e do Senado negam que esta composição seria uma tentativa de agradar Sarney, no momento em que ele poderá ser instado a colocar em votação a derrubada do veto presidencial ao projeto dos royalties do petróleo.

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O fato é que a presidente Dilma está preocupada com a mobilização dos governadores de Estados não produtores de petróleo, capitaneados por Cid Gomes, do Ceará, que querem derrubar o veto da presidente, para garantir a distribuição dos recursos. Entre os governadores, Roseana Sarney, do Maranhão, filha do presidente do Senado. Embora a derrubada do veto seja uma manobra considerada difícil de ser concretizada, o Planalto foi alertado sobre o risco de isso ocorrer e tenta agora uma aproximação com Sarney.

No início da semana, a presidente Dilma Rousseff esteve em São Luiz, no Maranhão, quando destacou a parceria do Planalto com o governo maranhense e tratou o ex-presidente como uma das "mais destacadas personalidades" maranhenses. Dilma também agradeceu a Sarney por "todas as iniciativas que, na liderança do Senado, ele tem propiciado ao Brasil". No Palácio dos Leões, sede do governo, a presidente recebeu as medalhas da Ordem dos Timbiras e Manoel Bequimão, concedidas respectivamente pelo governo do Estado e pela Assembleia Legislativa.

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