A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) no Rio deflagraram, na manhã desta quarta-feira (9), a Operação Talha, para investigar suposto desvio de recursos públicos no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into).
A ofensiva mira no ex-deputado Francisco Floriano (DEM) sob suspeita de exigir propinas a pretexto de conseguir a liberação de recursos de emendas parlamentares para o Into, sendo que os recursos eram posteriormente desviados pela organização criminosa desarticulada nas operações Fatura Exposta e Ressonância.
##RECOMENDA##Cerca de 30 agentes da PF cumprem oito mandados de busca e apreensão, em residências e escritórios no Rio de Janeiro e em Brasília. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Durante as diligências, a PF apreendeu R$ 168,1 mil na casa de um assessor que seria ligado a Francisco Floriano.
As investigações que culminaram na Operação Talha tiveram início a partir de informações obtidas na Operação Fatura Exposta, que indicavam a atuação de uma organização criminosa especializada no desvio de recursos públicos destinados a unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo a PF, os investigadores encontraram "fortes indícios" da atuação de um ex-deputado federal na nomeação de diretores do Into, da influência direta do investigado em questões administrativas do hospital e até mesmo na marcação de exames e cirurgias de pessoas de seu interesse.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de capitais e corrupção passiva, previstos.
A Polícia Federal indicou que o nome dado a operação remete ao período do feudalismo: "Talha era um tributo medieval pago pela exploração de propriedade senhorial, que consistia na entrega ao senhor feudal de uma parte dos produtos cultivados nos seus terrenos".
Até o fechamento dessa matéria a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados. O espaço está abeto para manifestações.