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O senador Otto Alencar (PSD-BA) mostrou documentos na CPI da Covid comprovando que a Vitamedic, uma das fabricantes da ivermectina no Brasil, pagou bonificações a médicos para incentivar o tratamento precoce, na contramão das evidências científicas.

A empresa aumentou os lucros com a venda do medicamento durante a pandemia de Covid-19, mesmo sem eficácia comprovada cientificamente, após o uso do remédio ser incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro. Durante depoimento do diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, na CPI, Otto Alencar apresentou documentos mostrando pagamento de R$ 10 mil para médicos.

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De acordo com o senador, os profissionais que receberam a bonificação promoveram o uso do medicamento como forma de prevenir a Covid-19, embora não haja nenhuma comprovação científica nesse sentido. O mesmo discurso foi adotado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em resposta ao senador, o diretor da empresa negou relação entre o pagamento e a receita dos medicamentos. "O pagamento não foi para estimular, foi só para levantar informações", disse Batista. De acordo com ele, os médicos foram financiados para levantar informações sobre estudos em andamento.

Movimentações atípicas

Além do pagamento aos médicos, a CPI apontou para movimentações atípicas nas contas da empresa, conforme informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) citadas pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). "Nós desconhecemos qualquer pagamento atípico. Nossa empresa, ela é muito...Nós somos uma empresa que é auditada por auditorias internacionais e não podemos ter esse tipo de procedimento na nossa companhia", afirmou o diretor.

'Placebo'

O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), classificou como manobra da Vitamedic a troca de depoentes na sessão desta quarta-feira - do empresário José Alves Filho pelo diretor executivo Jailton Batista. "Infelizmente, hoje teremos acesso ao 'placebo', não ao 'princípio ativo'", ironizou o parlamentar.

O requerimento original, protocolado na CPI, previa a oitiva de Alves Filho, que teve sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI. No entanto, em ofício enviado à comissão, o empresário argumenta que, como acionista da Vitamedic, responderia apenas sobre "investimentos fabris e novas aquisições". Ele, então, sugeriu que a CPI tomasse o depoimento de Batista, a quem caberia a administração da empresa.

"A troca do depoente da Vitamedic, de José Alves (acionista) p/ Jailton Batista (superintendente), ao nosso ver, foi uma manobra da empresa tendo em vista que o mesmo sabe bem do que se tratam as acusações", declarou Randolfe no Twitter.

O diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, afirmou, nesta quarta-feira (11), que patrocinou a publicação de um manifesto a favor do tratamento precoce contra a Covid-19. A empresa é fabricante da ivermectina e aumentou o lucrou com a venda do medicamento. O remédio não tem eficácia comprovada para a doença e teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o diretor, em depoimento à CPI da Covid, a empresa patrocinou a publicação, veiculada no dia 16 de fevereiro em veículos de comunicação, após um pedido da Associação Médicos pela Vida. Questionado sobre as controvérsias ética e criminal do patrocínio com um anúncio que geraria lucros para a farmacêutica, o empresário declarou que o manifesto não citava especificamente a ivermectina.

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"Já tínhamos registrado forte demanda no mercado independente da opinião dos médicos, independente da publicação desse manifesto", disse o diretor. A atuação da empresa ao ignorar as evidências científicas nas vendas foi criticada na CPI. "Se omitiram e patrocinaram", disse o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Jailton Batista afirmou que a empresa gastou R$ 717 mil para patrocinar uma publicação a favor do tratamento precoce contra a Covid-19. A empresa patrocinou a publicação após um pedido da Associação Médicos pela Vida, que assinou o manifesto contrariando evidências científicas. Durante depoimento na CPI da Covid, o diretor da companhia negou que houve lobby com o governo federal para impulsionar as vendas do medicamento.

O faturamento da Vitamedic com a Ivermectina aumentou de R$ 15,7 milhões em 2019, antes da pandemia de Covid-19, para R$ 470 milhões em 2020, já durante a crise do novo coronavírus no Brasil. A CPI da Covid avalia acionar a Justiça Federal para bloquear os bens da farmacêutica e exigir a devolução dos ganhos com a venda do medicamento. "Estamos diante de um dos mais tristes depoimento dessa Comissão Parlamentar de Inquérito", disse o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL).

O diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, confirmou um aumento nas vendas da empresa com a ivermectina durante a pandemia de Covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus, mas teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro na crise.

Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira, Batista citou um aumento acima de 600% no faturamento da empresa com a venda do medicamento entre 2019 e 2020. Ele confirmou que, no primeiro ano, antes da pandemia, as vendas totalizaram R$ 15,7 milhões. No ano seguinte, já durante a crise da Covid-19, o faturamento com o produto foi de R$ 470 milhões, ou seja, 29 vezes maior do que o ano anterior.

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"Houve uma demanda do produto, nós somos fabricantes, nós produzimos o que o mercado demanda. Foi só isso", disse o diretor da companhia aos senadores. "Ele tem a indicação terapêutica para outras doenças. Para qualquer produto nosso, a gente vai produzindo conforme a demanda do mercado."

O empresário informou que, além da rede privada, a empresa vendeu o medicamento para o governo estadual de Mato Grosso e diversos municípios, entre eles cidades do Paraná, Goiás, Ceará, Pará e Acre. "Foram muitos municípios que fizeram aquisição", disse Batista, que declarou um "aumento interessante" nos medicamentos usados pela população na tentativa de combater a Covid-19.

Jailton Batista declarou que, conforme a bula, o medicamento é comumente usado no combate a verminoses, sarna e piolho. Apesar disso, ele admitiu que o aumento nas vendas foi diretamente proporcional ao quadro da pandemia no Brasil. O diretor da empresa afirmou que não teria como medir os efeitos da atuação de Jair Bolsonaro nas vendas. Ainda assim, ele afirmou que nenhum outro presidente incentivou o consumo de ivermectina.

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