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O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta o pedido de exame de uma "prova nova" apresentada pelo advogado Rogério Tolentino, um dos 38 réus da ação. Desde o mês passado, o pedido estava nas mãos de Ricardo Lewandowski, revisor do processo, que o enviou a Joaquim Barbosa na última quarta-feira.

O advogado de Tolentino, Paulo Sérgio Abreu e Silva, afirmou nesta sexta que, apesar de não conhecer o teor da decisão do relator, vai recorrer dela ao plenário no início da próxima semana. Uma decisão final sobre esse pedido pode levar a um atraso no julgamento, no momento em que os ministros do Supremo preparam seus votos. "Como vai julgar, se a prova não acabou?", questiona Abreu e Silva, dizendo que há pelo menos outros dois recursos de advogados de réus pendentes de apreciação do plenário.

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Com a "prova nova", Tolentino, ex-advogado das empresas de publicidade de Marcos Valério, pretende ser absolvido da acusação de formação de quadrilha. O advogado sustenta que jamais participou de uma reunião com Valério e outros réus em que, segundo a Procuradoria-Geral da República, foram destruídos e falsificados documentos da contabilidade para acobertar crimes supostamente cometidos por uma das empresas do grupo. Para provar o que diz, Tolentino apresentou ao STF uma sentença de fevereiro da Justiça Federal mineira na qual não há qualquer menção à participação dele ao encontro, ocorrido logo após o estouro do escândalo, em 2005.

No documento, o defensor de Tolentino classificou de "fantasia mental" a acusação feita pelo ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, autor da denúncia do mensalão. Tolentino quer que o relator encaminhe o pedido ao atual procurador-geral, Roberto Gurgel, para que ele tome ciência da sentença e tenha direito à "ampla defesa". Tolentino ainda é réu no processo por lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

Lewandowski devolveu a ação para Joaquim Barbosa um dia antes de ele renunciar ao cargo de ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ter mais tempo para se dedicar à análise do caso. Assim que tomou a decisão, Barbosa devolveu o processo para o colega. Ministros do STF pressionam Lewandowski para liberar a ação o quanto antes.

Cabe ao revisor analisar todos os atos da instrução processual e informar ao presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, que a ação está pronta para ser apreciada em plenário. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada ontem, Lewandowski disse que entrega seu voto até o fim deste semestre, o que possibilitaria o julgamento da ação no início de agosto, antes da aposentadoria do ex-presidente Cezar Peluso.

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*Com informações da Agência Brasil

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Fechou em cinco votos contra um o número de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que votaram, nesta quarta-feira, a favor da liberação do aborto em casos de fetos anencéfalos (com malformação do tubo neural). A sessão deverá ser retomada às 14h desta quinta-feira (12). O único voto contra foi do ministro Ricardo Lewandowski.

A ministra Rosa Weber votou a favor da descriminalização do aborto em casos de gravidez de fetos anencéfalos, seguindo o voto do relator, Marco Aurélio Mello. Segundo a ministra, a manutenção da gravidez  “viola o direito fundamental da gestante, já que não há direito à vida nesses casos”. O ministro Joaquim Barbosa antecipou seu voto, também favorável à interrupção da gravidez. Os outros ministros são Marco Aurélio Mello, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Para Weber, a ação julgada hoje (11) promove a defesa do direito reprodutivo da mulher. “Não está em jogo o direito do feto, mas da gestante. A proibição da antecipação do parto fere a liberdade de escolha da gestante que encontra-se na situação de carregar o feto anencéfalo em seu ventre”. A ministra entendeu que os fetos anencéfalos não atendem aos conceitos de vida descritos na Constituição. A ministra defendeu ainda que a interrupção da gravidez, nesses casos, não deve ser interpretado como aborto.

A ministra foi a primeira a votar após o julgamento ser retomado na parte da tarde. Pela manhã, o relator do processo, Marco Aurélio Mello, leu o relatório da ação e proferiu seu voto. O ministro foi favorável à interrupção da gravidez no caso de fetos anencéfalos, mas esclareceu que a decisão deve deixar escolha para a gestante. Segundo ele, motivos religiosos não devem interferir nas demais decisões. Faltam ainda para votar sete ministros.

Antes do relator, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também defendeu o direito de as gestantes interromperem a gravidez nos casos em que há fetos anencéfalos. Assim como o relator, ele destacou cabe à gestante optar se deseja ser submetida à intervenção cirúrgica para interromper a gravidez.

O ministro José Antonio Dias Toffoli se declarou impedido de votar porque quando era advogado-geral da União, manifestou-se favorável à interrupção da gravidez no caso de anencéfalos. A expectativa é que o julgamento dure a tarde inteira com possibilidade de continuar amanhã (12).

A ordem de votação segue a antiguidade – ou seja, depois do relator, votam os ministros que foram nomeados por último para a Corte Suprema, depois os mais antigos e, ao final, o presidente do STF, Cezar Peluso. No momento, Luiz Fux está votando e será seguido por Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cezar Peluso.

Os 38 réus que respondem à Ação Penal nº 470, o processo do mensalão, não perderam a oportunidade de se manifestarem pela última vez antes do início do julgamento. De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), todos respeitaram o prazo, último dia nesta quinta-feira (8), e encaminharam suas alegações finais ao gabinete do ministro Joaquim Barbosa.

As alegações finais são a última parte do processo antes do início da elaboração do voto do relator. Na sequência, o processo segue para o voto do ministro revisor, Ricardo Lewandowski. Só depois o processo vai a plenário. A expectativa é que isso ocorra no primeiro semestre de 2012. A defesa dos acusados só volta a se manifestar oralmente no dia do julgamento.

Mais da metade dos réus (17) deixaram para apresentar a defesa no último dia. Entre eles, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoíno, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), João Paulo Cunha (PT-SP). Também encaminharam suas defesas os ex-deputados Paulo Rocha, Bispo Rodrigues e Professor Luizinho.

As alegações finais do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luiz Gushiken, são o último registro de protocolo. O Ministério Público Federal (MPF) pediu a absolvição de Gushiken nas alegações finais encaminhadas a Barbosa alegando falta de provas contra o ex-ministro.

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