O presidente Joko Widodo foi eleito para um segundo mandato na Indonésia, a terceira maior democracia do mundo, após a publicação dos resultados oficiais, questionados por seu principal adversário.
Joko Widodo, também chamado de "Jokowi", recebeu 55,5% dos votos, contra 44,5% para o ex-general Prabowo Subianto, anunciou a Comissão Eleitoral.
"Depois de fazer o juramento, seremos presidente e vice-presidente", afirmou Widodo em Jacarta ao lado de seu companheiro de chapa, Ma'ruf Amin.
"Seremos líderes e protetores de todos os indonésios", completou.
O candidato derrotado não anunciou se pretende contestar oficialmente os resultados, mas Azis Subekti, representante de Prabowo Subianto, se recusou a assinar as atas apresentadas pela Comissão Eleitoral.
"Não vamos nos render em nossa luta contra a injustiça, a fraude e o abuso", afirmou, de acordo com o site detik.com
Widodo, que chegou à presidência em 2014 com 53,15% dos votos, venceu a eleição de 17 de abril com uma vantagem maior, com 85,6 milhões de votos, contra 68,6 milhões de seu adversário.
"A decisão foi anunciada em 21 de maio e será efetiva imediatamente", afirmou o presidente da Comissão Eleitoral, Arief Budiman.
A publicação oficial dos resultados no país, de 260 milhões de habitantes, estava prevista para quarta-feira. Mas os temores de protestos da oposição nas ruas e de distúrbios com o fim da apuração motivaram a antecipação do anúncio.
Desde o dia da eleição, na qual mais de 190 milhões de pessoas estavam registradas para votar, o candidato de oposição Prabowo Subianto contestava a apuração parcial, que apontava uma vantagem do presidente. Ele chegou a reivindicar a vitória com base em pesquisas alternativas.
Também denunciou fraudes na votação e convocou protestos.
Os candidatos têm prazo de três dias para contestar os resultados na Corte Constitucional. Se isto não acontecer, os resultados serão considerados oficiais em 24 de maio.
As autoridades pediram aos partidários de Prabowo Subianto que não protestem nas ruas e citaram o risco de atentados.
A polícia indonésia anunciou na sexta-feira a detenção de dezenas de indivíduos suspeitos de relação com o grupo extremista Estado Islâmico (EI), alguns deles acusados de planejar atentados para o momento do anúncio do resultado da eleição.
Diante do risco de divisão no país, vários partidos, incluindo alguns da oposição, pediram aos indonésios que reconheçam os resultados, assim como as influentes organizações muçulmanas Nahdlatul Ulama e Muhammadiyah.
Joko Widodo, de 57 anos e considerado um muçulmano moderado em um país no qual o islã conservador avança, escolheu como candidato a vice-presidente o pregador conservador Ma'ruf Amin, para conquistar o eleitorado religioso.
Seu rival, de 67 anos, se aproximou dos grupos islâmicos mais radicais e escolheu como companheiro de chapa Sandiaga Uni, um ex-empresário.
Subianto foi derrotado por Joko Widodo em 2014. Na ocasião, ele apresentou um recurso à justiça, mas desistiu da medida.