O juiz Fábio Nunes de Martino, magistrado designado para assumir a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos julgamentos dos processos derivados da Operação Lava Jato, já assinou um manifesto em apoio a Sérgio Moro (União Brasil-PR), quando vieram a públicos os diálogos travados por ele com o então procurador da República, Deltan Dallagnol.
O documento foi divulgado em junho de 2019, após o vazamento das conversas, obtidas por um grupo hacker. A troca de mensagens deu força a acusações de parcialidade e de uma atuação combinada contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
##RECOMENDA##“O magistrado, como centro decisório, desse complexo sistema, não se encontra impedido de dialogar com os demais atores envolvidos sobre questões não relacionadas ao mérito da ação […] Não admitimos que a excelência desse hercúleo trabalho, verdadeiro ponto de inflexão no combate à corrupção e crimes cometidos por poderosos, seja aviltada por mensagens inócuas e criminosamente obtidas”, diz trecho do manifesto assinado, à época, por 270 juízes federais. Vale ressaltar que Martino é o quinto juiz da 13ª Vara de Curitiba desde a saída de Moro.
Ele assume no lugar da juíza Gabriela Hardt, que estava temporariamente à frente da Lava Jato. Além de Martino, que atualmente trabalha na 1ª Vara de Ponta Grossa, o juiz federal substituto, Murilo Scremin Czezacki, da 2ª Vara de Cascavel, também foi chamado para a capital do Paraná.
A troca acontece em um momento delicado para a 13.ª Vara de Curitiba, que é alvo de uma inspeção extraordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).