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O mês de maio ainda nem acabou mas já garantiu boas novidades para quem gosta de música pernambucana. Apesar das limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus, os artistas de Pernambuco estão criando a todo o vapor e os singles e clipes não param de chegar. Confira alguns dos lançamentos que já estão disponíveis, ou que estarão até o final do mês, nas principais plataformas digitais. 

Larissa Lisboa

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Foto: Divulgação/Flora Negri

A parceria entre os pernambucanos Larissa Lisboa e Amaro Freitas resultou na canção Eu choro, não nego. A faixa ganha um clipe, nesta sexta (21), com tom autobiográfico, bem como a letra da música. O material audiovisual tem direção assinada por Luara Olívia. 

Rafael Marques

Foto: Divulgação

O bandolinista Rafael Marques juntou um time de músicos de ‘peso’ para gravar seu novo disco, Sereno. Participam do trabalho, Alexandre Rodrigues (sopros), Julio Cesar Mendes (sanfona) e Marcio Silva (bateria). O álbum, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, foi gravado no Fábrica Estúdios e lançado pelo selo Boa Vista Jazz Records. Disponível em todas as plataformas digitais a partir desta quinta (20). 

Duart

Foto: Divulgação/Daniel Rodrigues

O DJ de Altinho, Pernambuco, mistura a música regional ao eletrônico, recriando tons tradicionais com muito experimentalismo. Em seu disco de estreia, Mudança, Duart traz o samba, o maracatu e o forró sob diferentes nuances da House Music. Já disponível nas principais plataformas digitais. 

Deb Lima

Foto: Divulgação

Com produção de Pupillo, da Nação Zumbi, Deb Lima entrega mais uma novidade ao público, a dançante Duvido Você Não Gostar, já disponível nas principais plataformas. Deb é conhecida como embaixadora do bregafunk recifense e já conta com mais de 10 milhões de streams no Spotify. 

Ortinho

Foto: Divulgação/Isabela Martini

O caruaruense Ortinho revisitou suas raízes durante a quarentena e acabou fazendo muita música. No dia 28 de maio, ele lança o EP Caruarus, que antecipa quatro faixas do seu próximo álbum, de mesmo nome, com lançamento previsto para 2022. A produção e os arranjos são assinados por Yuri Queiroga e o disco conta com participações especiais de Zeca Baleiro, Lula Viegas, Chico César, Josildo Sá e Anastácia.

Cascabulho

Foto: Divulgação

Seguindo sua proposta de brindar o público com lançamentos mensais até a chegada do São João, a Cascabulho convidou um grande mestre da cultura popular pernambucano, o Mestre Galo Preto, para o lançamento de maio. Ao lado do coquista, eles disponibilizaram ao público, nas plataformas digitais, a música Tempo de Coco. 

Sargaço Nightclub

Foto: Divulgação/Jhow Borges

Na virada do mês de abril para maio, o duo recifense Sargaço Nightclub trouxe aos seus fãs o resultado do projeto C’MON – Construção Musical On-line. Em uma ação colaborativa, a banda pegou sugestões do público para a criação de uma nova música. O resultado foi o single Minimalize Já, que também ganhou um clipe já disponível no YouTube. 

 

 



 

Desde que os serviços de streaming de música ficaram mais populares, através de aplicativos como Spotify e Deezer, por exemplo, as retrospectivas pessoais nas redes sociais ganharam um capítulo a mais. Todo mês de dezembro, além de revermos as fotos e vídeos mais curtidos dos amigos, ficamos conhecendo também um pouco mais sobre seus hábitos musicais. São posts contabilizando a cantora mais ouvida, o artista descoberto naquele ano e quantas vezes a pessoa deu repeat no mesmo single. 

Os artistas, por sua vez, também têm sua retrospectiva garantida. Eles compartilham a quantidade de novos seguidores nas plataformas, em quantos países foram ouvidos e qual música sua foi a mais tocada. Em 2020, no entanto, a brincadeira foi compartilhada com um adendo não menos importante, a proposição de um debate acerca de outros números relevantes aos músicos: os valores que esses serviços pagam pelo seu trabalho. 

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São várias as plataformas de streaming de música disponíveis na internet. Spotify e Deezer, duas entre as mais populares, dividem a grande rede com a Apple Music, Amazon Music, YouTube, Google Play, Tidal e Pandora, entre outras. Tantas possibilidades podem parecer uma mina de ouro para artistas, no entanto, bem como acontecia quando a música dependia quase que exclusivamente das grandes gravadoras - que determinavam como e onde os artistas trabalhavam e recebiam -, a realidade é bem diferente. 

Segundo o site The Trichordist, que faz levantamentos do quanto paga cada uma das várias plataformas desde 2014, os valores praticados por elas em cada ‘play’ giram em torno de 0,00348 a 0,00876; sendo o Spotify o que menos paga (0,00348) e o Tidal o que remunera os artistas com um valor um pouco superior (0,00876). O Deezer, um dos canais mais populares entre os usuários, paga 0,00562 por streaming. Esses valores correspondem ao ano de 2019. 

As plataformas, por sua vez, arrecadam através de publicidade e dos valores de assinaturas dos clientes que optam por pagar pelo serviço. No Brasil, assinaturas no Spotify e Deezer, por exemplo, podem custar de R$ 16,90 a R$ 26,90. Inclusive, o 'play' de um assinante tem valor diferente daquele que usa o serviço de forma gratuita. O repasse do arrecadado para os artistas também depende de diversas variáveis, como a filiação em editoras, como a União Brasileira de Editoras de Música (UBEM), e o número de execuções do fonograma, entre outras. 

No Deezer, segundo dados enviados por sua assessoria de imprensa, 70% do apurado pela plataforma é empregado no pagamento de royalties, "que vai para toda a cadeia da indústria da música (gravadoras, distribuidoras, artistas, compositores, etc)". No serviço, o valor de cada streaming é determinado a partir do valor "das assinaturas dividido por play de execução, multiplicado pela quantidade de plays". Resumidamente, cada artista ganha com base na porcentagem de ouvintes e, ainda de acordo com a assessoria do app, a plataforma acredita "que essa é a forma mais justa de pagamento." 

Mesmo assim, desde 2019 o serviço está testando um novo sistema de monetização na busca de pagamentos mais justos aos músicos: o UCPS. O aplicativo diz que a ideia da mudança é trazer um aumento de pelo menos 30% na monetização de artistas menos conhecidos, mas, por enquanto, a novidade está sendo testada apenas na França e a abrangência da modalidade será expandida para o resto do mundo a depender da “maturidade do mercado”.

O LeiaJá também tentou contato com o Spotify para entender seu sistema de monetização, porém, não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem. 

Os números e porcentagens acabam transformando a relação plataforma X artista um tanto dúbia. Por um lado, a facilidade de escoar sua produção para todo o mundo à distância de um simples 'clique', por outro, a invisibilidade diante tantos nomes em busca do mesmo objetivo, remuneração irrisória e o quase esmagamento ocasionado pelos artistas de grosso calibre.

Sendo os serviços de streaming cada vez mais crescentes em termos de consumo de música atualmente - só no primeiro trimestre de 2020, houve um crescimento de 35% nas assinaturas dessas plataformas, segundo levantamento da Counterpoint Research -, como fechar essa conta de maneira justa para todos os envolvidos? 

O desafio está lançado e parece cada vez maior a cada ‘play’. A discussão também está acirrada e já tem artista em busca de alternativas para não se transformar refém das plataformas - a exemplo do pernambucano Juvenil Silva, que durante a quarentena lançou quatro EPs com comercialização exclusiva pelo e-mail.

Os músicos estão na busca de um mercado fonográfico mais amplo e justo e pode ser que ao final do próximo ano, a retrospectiva sobre números de streaming de música apareça de forma diferente. Ouvidos e olhos atentos. 

Fotos: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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