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Em celebração pelos 100 anos do Leite Moça no Brasil, a Nestlé vai retirar provisoriamente de suas embalagens a tradicional imagem de uma camponesa carregando dois baldes. Pela primeira vez na história da marca, serão colocadas ilustrações de “mulheres reais”, que, segundo a empresa alimentícia, simbolizam as brasileiras que usam o produto no cotidiano. A chegada da edição comemorativa às redes sociais, no entanto, provocou polêmica nesta sexta-feira (18).

No Twitter, de tão comentado, o assunto “Leite Moça” alcançou o topo dos Trending Topics brasileiro. O debate teve início quando parte dos internautas passou a criticar uma das embalagens divulgadas nas redes sociais da Nestlé, na qual a ilustração de mulheres comuns estampa a latinha de leite condensado. “O Leite Moça está fazendo 100 anos e resolveu apagar do rótulo a moça que dá nome ao produto pelo ‘empoderamento de mulheres reais’. Ficou igual imagem de cigarro mostrando como você fica ao usar o produto” criticou um usuário.

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Em outro tuíte, um rapaz chegou a propor uma ação de boicote à marca. “Qual lata você prefere? A do Leite Moça tradicional, com a camponesa, ou essa nova versão, com a gordinha? Na dúvida, compre de outra marca”, disse. Depois de respostas contrárias ao seu posicionamento, o dono da conta chegou a chamar de “boiolas” os profissionais de marketing da Nestlé: “Agora apareceu um monte de quadrilha e mulher do cabelo roxo me atacando por causa do post. Foram acionados pelos boiolas do marketing da Nestlé”.

Enquanto algumas pessoas concordaram com os comentários negativos sobre as mudanças no rótulo, outras acusaram os comentários de serem preconceituosos. “Trocar a identidade visual de uma marca é sim perigoso, mas vocês não estão falando isso preocupados com o lucro da empresa e sim porque se incomodam com corpos normais e mulheres normais”, destacou uma mulher em seu Twitter.

Para além do Leite Moça

Deslocando o foco da discussão, um tuíte chamou atenção para o funcionamento das indústrias Nestlé. “Nem sabia que a Nestlé trocou a embalagem do Leite Moça, porque pelo preço, já nem olho.. agora vocês sabiam sobre todo processo de industrialização e capitalização da água promovido pela Nestlé?”, publicou a usuária. Na sequência, acrescentou: “Dá pra defender a ideia do rótulo da embalagem, sem defender a empresa?!”

Além da produção alimentícia, a Nestlé também tem uma história marcada por problemas judiciais ligados à exploração de água mineral em várias partes do mundo. No Brasil, em 2001, o Ministério Público do estado de Minas Gerais moveu uma ação contra a empresa, após os moradores de Parque das Águas, em São Lourenço, cidade do sul mineiro, alegarem que o engarrafamento da água por parte da multinacional estaria comprometendo a qualidade do líquido e a vazão nas fontes. 

Em 2006, após as articulações de moradores da cidade entrarem em contato com ONGs suíças, onde inúmeras organizações apoiaram a campanha, a Nestlé teve de parar a produção de água engarrafada “Pure Life” em São Lourenço. Contudo, devido ao número de polêmicas em torno da falta de conhecimento sobre a quantidade de água envasada no Brasil, a multinacional declarou, em 2018, a venda das fábricas de água mineral em todo o território nacional.

Acompanhe a discussão no Twitter:

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O uso de dinheiro público para a compra de bens supérfluos, que vão além da qualidade e quantidade necessária, pode ser proibido. É o que determina o PL 18/2021, que veda a aquisição de bebidas alcoólicas de qualquer tipo e que produtos alimentícios devam integrar a lista da cesta básica definida pelo Poder Executivo, “salvo se houver fundamentação expressa que justifique tais aquisições''.

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O projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania- SE), altera a Lei 8.666, de 1993, que estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos administrativos. Para o parlamentar, o dinheiro da coletividade tem sido usado para a compra de “bens de luxo e iguarias gastronômicas”, opostos à austeridade do gasto público.

“Enquanto as famílias mais pobres sofrem para conseguir adquirir os alimentos que integram uma cesta básica, somos constantemente afrontados pela realização de gastos da administração pública que não condizem com a realidade do nosso país”, argumenta o senador.

De acordo com Alessandro Vieira, o projeto pode garantir que as compras feitas pelo governo sejam destinadas somente à aquisição de bens com qualidade e quantidade estritamente necessárias para cumprir as finalidades às quais se destinam. “Até quando aceitaremos que os agentes públicos usem o dinheiro do contribuinte, gastando milhões de reais, para se fartarem com frutos do mar, vinhos, espumantes, sorvetes, entre outras coisas?”, questiona.

Pelas redes sociais, o parlamentar criticou os gastos do governo federal com alimentos, que chegaram no passado a R$ 1,8 bilhão, e incluem vinho, chiclete, leite condensado, pizza e refrigerantes, e foram divulgados em levantamento feito pela imprensa por meio de dados públicos. “Eu e os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (DEM-RJ) solicitamos ao TCU apuração dos gastos indevidos do Executivo com alimentação. Em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de despesas é absolutamente preocupante e precisa ser investigado”, disse. 

*Da Agência Senado

 

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