Uma operação liderada pelo Exército Nacional Líbio apreendeu dezenas de livros tidos como “eróticos” ou contra o islã na região de Al Marj, no leste do país à margem do Mar Mediterrâneo. Segundo autoridades ligadas ao ato, comandado pelo marechal Califa Haftar, “a ‘invasão cultural’ através dos livros sobre cristianismo e bruxaria, além de romances com passagens "eróticas", são contrárias aos preceitos do islamismo sunita”.
Dentre as obras apreendidas e incineradas, edições de livros de escritores como Paulo Coelho, Dan Brown, Friedrich Nietzsche, Najeeb Mahfouz, dentre outros. A informação foi compartilhada pelo jornalista líbio Ghaith Shennib no Twitter. Outros usuários da rede social comentaram a publicação e confirmaram a ação sistemática do Exército Nacional, que confiscou e queimou livros em diversas regiões da cidade.
##RECOMENDA##Representantes da classe artística da Líbia publicaram um comunidade de protesto contra a ação do serviço de segurança local. Azia Maghur e Idriss Al Tayeb, dois dos mais renomados escritores do país, afirmaram que o confisco e incineração dos livros é “uma tentativa de amordaçar as vozes e confiscar a liberdade de opinião e pensamento”.
O romancista brasileiro Paulo Coelho usou sua página oficial no facebook para defender o Islã e criticar os fundamentalistas. “O Islã é uma religião que merece nosso respeito. O povo líbio também merece o nosso respeito. Não podemos julgar os muçulmanos baseados no que estes fundamentalistas estão fazendo”, concluiu o autor.