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O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) determinou nesta quinta-feira (12) o bloqueio de R$ 300 milhões das contas do Município do Rio de Janeiro para o pagamento dos profissionais terceirizados da Saúde que estão com os salários atrasados. Os empregados devem voltar ao trabalho assim que forem pagos.

A decisão foi do desembargador Cesar Marques Carvalho, na audiência de conciliação realizada no dissídio coletivo de greve. A prefeitura ainda pode recorrer da decisão.

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O desembargador determinou que o bloqueio deve ser feito nas contas que contém recursos próprios da Prefeitura, ou seja, não vinculados à União Federal. Eles devem ser usados para o pagamento dos salários de outubro, novembro, décimo terceiro salário e verbas rescisórias, nessa ordem.

Ficou decidido também que, com a entrada dos recursos, as Organizações Sociais (OSs), que empregam estes trabalhadores, façam a transferência imediatamente, priorizando aqueles que recebem até R$ 3 mil. Caso os recursos sejam destinados a outros fins, as OSs deverão pagar multa de 30% do valor. Uma nova audiência foi marcada para a próxima terça-feira (17), para prestações de contas pela OSs.

Paralisação

Hoje é o terceiro dia de paralisação dos empregados terceirizados. São agentes comunitários de saúde, farmacêuticos, técnicos de enfermagem, entre outros profissionais, que estão sem salário desde outubro. De acordo com os trabalhadores, mais de 20 mil profissionais estão nessa situação.

Os afetados pela falta de pagamento são aqueles contratados por OSs e organizações não governamentais (ONGs), que recebem recursos da prefeitura para administrar unidades de saúde. Nas unidades administradas por essas organizações, o atendimento ficou restrito a 30% do contingente dos profissionais. A paralisação afeta principalmente clínicas da família e centros municipais de saúde.

Embate judicial

O embate judicial dura mais de uma semana. No último dia 4, o desembargador do TRT, Cesar Marques Carvalho, determinou o bloqueio de R$ 325 milhões de uma conta da prefeitura. 

Os recursos seriam usados para quitar os salários atrasados de outubro, assim como o pagamento da folha de novembro, do 13º salário e das rescisões contratuais dos terceirizados da área da saúde. No dia 5, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) suspendeu o bloqueio.

A decisão do presidente do TST, ministro João Batista Brito Pereira, acatou o pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender a liminar. O dinheiro tinha sido depositado pela União na conta da prefeitura para cumprir compromissos do legado olímpico e do programa Minha Casa, Minha Vida, entre outros.

No dia 9, o TRT-RJ intimou novamente o município do Rio de Janeiro, a indicar, em 24 horas, outras contas da prefeitura que não estejam vinculadas à União para que fosse possível o repasse às OSs e, com isso, fosse feito o pagamento dos terceirizados. O município disse que aguardava possível liberação dos recursos da União em decorrência de reunião do prefeito Marcelo Crivella com o presidente Jair Bolsonaro e com representantes da Advocacia Geral da União e do Ministério da Saúde, em Brasília.

 

Tudo apontava para um segundo turno entre Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Anthony Garotinho (PR) na disputa pelo governo do Rio de Janeiro. Mas, nem tanto pelo próprio crescimento e mais pela queda do candidato do PR, o ex-ministro da Pesca e senador Marcelo Crivela (PRB) voltou a vislumbrar a possibilidade de continuar no páreo após domingo (28). Ele tem duas estratégias na reta final: aumentar os ataques ao governo Pezão/Sérgio Cabral e se reafirmar como o voto útil anti-Garotinho.

"Vamos continuar com a tese de que uma mão suja tudo suja; de que o culpado pela corrupção na PM (Polícia Militar) é o governador", disse o publicitário Lula Vieira, marqueteiro da campanha de Crivella. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira (26), Pezão lidera com 31% das intenções de voto. Garotinho tem 23%. Crivella, 17%. Com a margem de erro de três pontos porcentuais, estão tecnicamente empatados.

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Já a rejeição a Crivella passou de 20%, no levantamento de 10 de setembro, para 14%. Dos quatro principais candidatos ao governo do Rio (lista que ainda inclui o petista Lindbergh Farias, em quarto com 12% das intenções de voto), o senador evangélico é o que tem hoje a menor rejeição. "Nossa mais importante vitória até agora nesta eleição não foi nem o crescimento do Crivella, mas a perda da rejeição", disse o marqueteiro.

Em 2008, Vieira levou Fernando Gabeira (PV) ao segundo turno na disputa pela Prefeitura do Rio contra Eduardo Paes (PMDB), ironicamente deixando para trás o mesmo Crivella, que ocupava o segundo lugar até dias antes da eleição. Naquela disputa, o já senador (eleito pela primeira vez em 2002, quando entrou na vida política, Crivella foi reeleito em 2010) classificou Gabeira como candidato que defendia "homem com homem e maconha".

Apesar do esforço para diminuir a rejeição, Crivella continua com frases polêmicas. Nesta eleição, já afirmou que a holandesa fabricante de aviões Fokker teve problemas porque os funcionários fumavam maconha e disse que, se a população da Baixada Fluminense for deixada "vivendo na miséria, essas pessoas migram para vir roubar na capital, onde está a maior riqueza".

Embora tente desvincular sua imagem da Igreja Universal (da qual é bispo licenciado), o sobrinho de Edir Macedo provocou polêmica ao afirmar que "homossexualismo não é doença, mas é pecado".

"Só peço uma coisa a ele: `Mestre, não fale uma frase que possa ser pinçada do contexto'", contou o marqueteiro. Nesta última semana, Crivella terá mais dois programas de TV, cada um com 1 minuto e 9 segundos, para tentar tirar votos de Pezão (8 minutos e 57 segundos) e Garotinho (2 minutos e 17 segundos). "Pezão tem duas novelas inteiras pra vender aquela imagem: `Eu sou humilde, sou o Nerso da Capitinga, como pão com margarina'. Nós vamos continuar mostrando quem é o Crivella, o que ele fez: é a alternativa mais consistente graças à sua honestidade e decência", afirmou Lula Vieira.

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