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O ex-presidente Maurício Assumpção foi excluído do quadro social do Botafogo. A medida tem caráter definitivo e foi tomada em modo unânime por uma comissão julgadora do clube, em razão de irregularidades que foram cometidas durante a sua gestão, em votação realizada na noite de terça-feira.

O julgamento de Maurício Assumpção se deu após denúncia oferecida pelo vice-presidente jurídico do Botafogo - Domingos Fleury - em conjunto com o conselheiro Rodolfo Mattos do conselho fiscal, com a apresentação diversas irregularidades cometidas na gestão do ex-presidente, incluindo atos de improbidade administrativa.

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Assumpção teve dois mandatos à frente do Botafogo, entre 2009 e 2014. Sob o seu comando, o clube até conseguiu bons resultados esportivos e chamou a atenção do mundo do futebol ao contratar o astro holandês Clarence Seedorf em 2012. Além disso, o Botafogo conquistou dois títulos do Campeonato Carioca, em 2010 e 2013, além de ter se classificado para a disputa da Copa Libertadores de 2014.

Porém, o que parecia um resgate do clube se transformou em um desastre financeiro. Sob a sua gestão, os atrasos salariais foram constantes no Botafogo. Além disso, o clube perdeu vários jogadores pela falta de pagamento de direitos trabalhistas.

As dívidas explodiram e o clube inclusive acabou sendo rebaixado para a Série B no fim de 2014, último ano da gestão de Assumpção, que foi sucedido por Carlos Eduardo Pereira, o atual presidente do Botafogo. Agora ele está definitivamente fora do quadro social do clube carioca.

Demitidos de forma polêmica do Botafogo pelo presidente do clube, Maurício Assumpção, há duas semanas, os jogadores Emerson, Bolívar, Julio César e Edílson comentaram a saída do clube em entrevista nesta quarta-feira, em um restaurante na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. A ausência ocorre em um período de dificuldade para o time, que ocupa a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Além disso, os quatro desligados eram considerados os melhores atletas do elenco, ao lado do goleiro Jefferson, que segue no elenco alvinegro.

O aviso de rescisão do contrato foi feito no início deste mês e até hoje os jogadores não entendem o motivo. "Ele falou que nós íamos ao médico normalmente. Não nos atrasávamos, não faltávamos. Ele nunca foi treinador de futebol para avaliar a parte técnica. Aí manda a gente embora do nada", afirmou o atacante Emerson.

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O Botafogo vive uma grande crise financeira e os jogadores demitidos - principalmente Bolívar e Emerson - faziam cobranças públicas pelos salários atrasados, mas para eles, os pedidos eram justos e nem por isso houve corpo mole dentro de campo. "Na verdade nem é cobrança, é direito que temos de receber salário. Sempre que fizemos reunião, não era com o presidente, mas com pessoas de confiança dele. Sempre tinha decisão com a comissão e jogadores para poder falar alguma coisa. Quando tomávamos decisão era por todos. Pelos funcionários também", explicou o zagueiro Bolívar.

Os jogadores se mostraram sensibilizados pela fase do Botafogo em campo e afirmaram que se o clube for rebaixado, será por culpa do presidente. Mas, além disso, se mostraram preocupados com suas carreiras. "Não foram quatro juvenis que foram afastados. Cada um de nós tem uma história no futebol, que não foi respeitada. Ficamos preocupados com a situação do Botafogo, mas também de manchar a nossa história", contou Emerson.

Edílson, que estava sob cuidados médicos quando foi desligado, declarou que tinha que pagar os próprios remédios durante a recuperação. Emerson foi mais além. Ele recebia o pagamento do Corinthians, então não sofria diretamente com a crise do Botafogo e revelou que por diversas vezes teve de contribuir financeiramente com funcionários do clube que chegavam até a "passar fome", conforme informou.

O lateral-esquerdo Julio Cesar se mostrou indignado com a forma com que foram avisados sobre a rescisão - por telefone. "Acho que o presidente tinha que ser homem de chegar para gente e falar a verdade. Não foi isso que aconteceu. Por telefonema, e-mail? Acho que ele tinha que ser homem de chegar na gente e assumir. Em hora nenhuma falou com a gente", criticou.

No fim da entrevista, os jogadores explicaram que seguem tentando manter a forma física, treinando em academias particulares - menos Emerson, que segundo ele, frequenta a praia pela manhã. No momento, eles não podem atuar em outros clubes da primeira divisão e só devem voltar aos gramados em 2015.

Com dois meses de salários atrasados, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, elogiou nesta terça-feira a postura dos jogadores. Nos últimos dois jogos disputados no Rio, os atletas não se concentraram: chegaram somente duas horas antes das partidas. O dirigente afastou qualquer possibilidade de crise.

"Sabemos que vamos colocar em dia. Não desistimos, estamos correndo atrás para consertar isso. Discutimos tudo às claras com eles", disse. "Estamos brigando pela liderança do campeonato. Por muito menos, tem clube com crise degringolando", afirmou Assumpção, que culpou o fechamento do Engenhão como principal causa para a falta de recursos.

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"Muita empresa boa quebra em uma situação dessas. Não estamos conseguindo resolver na velocidade que a gente gostaria, mas vamos chegar lá", disse. Na quinta-feira, o Botafogo receberá o Vitória no primeiro jogo como mandante no novo Maracanã. "O adversário está colado na gente. É uma equipe rápida e será um confronto duríssimo", disse o lateral-esquerdo Julio Cesar.

O presidente Mauricio Assumpção solicitou nesta quinta-feira a licença do seu cargo no Botafogo. A confirmação do afastamento do dirigente foi feita através de nota oficial, publicada no site do clube, em que se explica que a sua saída é por tempo indeterminado. De acordo com o Botafogo, o afastamento de Assumpção se dá por motivos particulares, sem especificar quais são.

"O Presidente do Botafogo de Futebol e Regatas, Mauricio Assumpção, solicitou licença do cargo por motivos particulares, e por tempo indeterminado, ao presidente do Conselho Deliberativo, José Luiz Rolim, respeitando ao disposto no artigo 75 do estatuto", anunciou o Botafogo.

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Enquanto estiver ausente, Maurício Assumpção será substituído no comando do Botafogo por Paulo Mendes. "No período de ausência do Presidente, o Vice-Presidente Geral Paulo Mendes exercerá o cargo de presidente em exercício", explicou o clube.

A ausência de Assumpção se dá no momento em que o Botafogo passa por uma indefinição sobre a sua "casa" - o Engenhão foi interditado no fim de março por causa do risco de queda da cobertura.

Assumpção ocupa a presidência do Botafogo desde 2009 e está no seu segundo mandato no clube. Campeão da Taça Guanabara, o time está classificado para as semifinais da Taça Guanabara e encerra sua participação na fase classificatória neste domingo, quando vai enfrentar o Volta Redonda, fora de casa. Na Copa do Brasil, o time estreou com um empate por 0 a 0 com o Sobradinho, como visitante, na última quarta.

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