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O mercado futuro de juros voltou a dar sinais de estresse e ajustou as taxas para cima nesta terça-feira (13), acompanhando a trajetória do dólar em meio a incertezas no cenário interno e no externo.

No exterior, pesaram os números da balança comercial da China, que registrou queda de 20,4% nas importações do país, acima da expectativa dos analistas, de queda de 16,5%. O número ruim das importações chinesas sinalizou desaceleração da segunda maior economia do mundo, com reflexos em diversos mercados, inclusive os de câmbio, com valorização do dólar frente a moedas de diversos países emergentes, entre elas o real.

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No cenário interno, as atenções estiveram focadas nos desdobramentos da disputa em torno da possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O foco central da batalha é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem em suas mãos os pedidos de impeachment da presidente e, ao mesmo tempo, se vê encurralado pelas evidências de que recebeu propina em negócios envolvendo a Petrobras.

Dentro da disputa em torno do impeachment, três mandados de segurança obtidos pela base governista dificultam as estratégias de Cunha de fazer avançar o processo na Câmara. Com as liminares obtidas no STF, deputados ficam impedidos de recorrer quando houver rejeição de pedido de impeachment feito por Cunha. Na prática, a decisão de levar à frente um processo de impeachment fica somente nas mãos do presidente da Câmara.

Com as indefinições no governo e sem esperanças de avanços nas medidas de ajuste fiscal necessárias para combater o déficit do orçamento em 2016, os investidores voltaram a buscar posição defensiva. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2016 fechou com taxa de 14,37%, contra 14,32% do ajuste de sexta-feira. O vencimento de janeiro de 2017, o mais negociado, ficou com taxa de 15,80%, ante 15,56% do ajuste anterior. O DI de janeiro de 2021 teve a taxa elevada de 15,65% para 15,94%.

Em uma sessão de forte influência do cenário internacional, com dólar em alta e bolsas em baixa, o mercado futuro de juros encontrou espaço para ajustar as taxas para baixo. A notícia de que o Banco do Povo da China (PBoC) promoveu uma desvalorização de 1,9% do yuan frente ao dólar americano impôs perdas em todo o mundo, em particular nos países exportadores de commodities, como o Brasil. Com a medida, o BC chinês buscou estimular a enfraquecida economia do país, por meio de uma maior competitividade em suas exportações.

A desvalorização do câmbio da segunda maior economia do mundo deflagrou uma série de ajustes nos mercados, com queda dos preços das commodities, das bolsas de valores e dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano. No caso dos títulos americanos, a queda das taxas refletiu não apenas a busca dos investidores por ativos de menor risco, mas também a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ter de adiar o início do ciclo de ajustes dos juros locais. No fim da tarde, o juro do T-Note de dois anos tinha taxa de 0,677%, enquanto a taxa do título de dez anos recuava para 2,138%.

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As atenções no mercado futuro de juros se dividiram entre as influências externas e as análises mais técnicas. As taxas operaram em torno da estabilidade pela manhã, com viés de alta nos vencimentos mais longos. À tarde, no entanto, as taxas recuaram, influenciadas pela percepção de que as recentes altas do dólar não alteraram, pelo menos por enquanto, a estratégia do Banco Central. Essa visão veio depois que, segundo fonte, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu, em encontro com analistas no Rio, sinalizou que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no fim de 2016 tem se fortalecido.

No fim da sessão regular, a taxa do DI com vencimento em janeiro de 2017 estava em 14,03%, contra 14,15% do ajuste de ontem. Já a taxa do DI de janeiro de 2019 estava em 13,72%, ante 13,82%, enquanto o DI de janeiro de 2021 terminou o dia com 13,60%, ante 13,66%.

As taxas de juros negociadas na BM&FBovespa fecharam em alta nesta terça-feira (4) nos vencimentos intermediários e longos, com o mercado ainda influenciado pelas incertezas do cenário doméstico. A alta foi determinada principalmente pela pressão do câmbio, por ser um indicativo de inflação - e de alta de juros.

Já as taxas dos vencimentos mais curtos ficaram próximas da estabilidade, com os investidores ainda influenciados pela sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) do fim do ciclo de aumentos da taxa Selic. Essa estabilidade, segundo operadores, deve se manter pelo menos até quinta-feira, quando será conhecido o teor da ata da reunião do comitê.

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O dia começou tranquilo, com o cenário mais ameno na China e na Grécia. Mas a falta de notícias positivas acabou por tirar o fôlego dos negócios. A divulgação da produção industrial de junho, que recuou 0,3% ante maio, ficou abaixo da mediana das estimativas (-0,80%), mas manteve os investidores pessimistas quanto à recuperação da economia. No acumulado do primeiro semestre, a produção industrial indica uma retração de 6,31%, o pior resultado para o período desde 2009.

O cenário político conturbado foi outro fator de pressão, uma vez que as incertezas se estendem à capacidade do governo de aprovar no Congresso as medidas necessárias para o ajuste fiscal e o cumprimento das metas fiscais para este e os próximos anos.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 fechou com taxa de 13,60%, a mesma do ajuste de ontem. O contrato para janeiro de 2019 ficou com 13,08%, contra 13,05% da véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 subiu de 12,99% para 13,00%.

Os investidores estrangeiros reduziram a posição comprada (aposta na alta) em Ibovespa no mercado futuro, movimento que esteve correlacionado à retirada de capital externo na Bolsa brasileira no mercado à vista. Segundo dados disponibilizados pela BM&FBovespa, a aposta desses investidores na alta do Ibovespa, no mercado futuro, passou de pouco mais de 70,5 mil contratos em aberto no dia 1º de outubro para aproximados 43,2 mil contratos em aberto na última sexta-feira, 10.

No período, a estratégia dos não-residentes resultou na zeragem de 27,3 mil contratos na posição comprada. Considerando-se a pontuação de fechamento do contrato de outubro do Ibovespa ao final da semana passada, aos 55.100 pontos, a aposta dos investidores estrangeiros na alta do derivativo representa R$ 2,380 bilhões.

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É válido ressaltar que, no mercado à vista, os "gringos" inverteram a direção, após as sucessivas retiradas de recursos externos entre os dias 3 e 8 de outubro, o que resultou em um déficit de capital externo no acumulado do mês até a última quarta-feira, de R$ 2,3 bilhões. No ano, porém, o saldo de investimento estrangeiro na Bolsa ainda é positivo em cerca de R$ 19,5 bilhões.

Para um operador da mesa de renda variável, esse movimento nas posições dos investidores estrangeiros está relacionado à incerteza com o quadro eleitoral no Brasil. O próximo vencimento de Ibovespa futuro e de opções sobre índice futuro está marcado para esta quarta-feira, dia 15.

Os investidores estrangeiros reduziram ainda mais a aposta na queda do Índice Bovespa (Ibovespa), no mercado futuro. Dados atualizados pela BM&FBovespa até esta segunda-feira, 22, mostram que os "gringos" estão vendidos no derivativo com 64.122 contratos em aberto, resultado de 119.722 contratos na compra e 183.844 contratos na venda.

Um dia antes, essa estratégia contava com um descoberto de 72.458 contratos, o que representa uma redução líquida de 8.336 contratos na posição vendida, entre a sexta, 19, e esta segunda-feira. Em valores, os não-residentes estão apostando R$ 3,123 bilhões na queda do Ibovespa futuro, considerando-se a pontuação de fechamento nesta segunda do derivativo referente a agosto. No mercado à vista, a Bolsa acumula superávit de R$ 4,212 bilhões em recursos estrangeiros, considerando-se o saldo entre aportes e retiradas até a quinta-feira, 18. No mês, até a mesma data, essa conta está negativa em R$ 13,638 milhões.

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O mercado futuro de juros repercute nesta quarta-feira declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o reajuste do preço da gasolina. O ministro disse que não é "oportuno" falar de novo aumento, mas sinalizou que a política de preços para os combustíveis pode mudar. A fala de Mantega renova as preocupações com a inflação e, assim, faz com que os juros futuros iniciem o dia em alta.

A informação de que o governo vai flexibilizar a meta fiscal em 2013 contribui para esse movimento. Mas o rumo dos negócios ao longo do dia também depende da divulgação de dados de atividade.

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"Apesar de o ministro ter descartado novo aumento dos combustíveis agora, até porque um reajuste acabou de ser concedido, o fato de ele falar que estarão mais atentos ao petróleo no mercado internacional mantém as taxas futuras pressionadas", diz o gerente de renda fixa da Lerosa Investimentos, Carlos Fernando Vieira. Ele acrescenta que a informação sobre a flexibilização da meta fiscal, embora traga mais clareza diante de críticas sobre manobras fiscais, "é outro indício de que o governo pode estar menos preocupado com a inflação e mais com o crescimento, o que adiciona pressão à curva de juros".

Na noite de terça-feira (05), Mantega afirmou que a tendência é que novos reajustes nos preços dos combustíveis acompanhem mais de perto a variação da cotação do barril de petróleo no mercado internacional. "Nós procuraremos estar mais colados à variação de preços do barril de petróleo lá fora para que não haja, digamos, nenhum prejuízo para a Petrobras". No entanto, evitou dizer quando ocorreria um novo reajuste. "Nós acabamos de dar um aumento para a gasolina, portanto, não me parece oportuno falarmos de um novo aumento".

Meta fiscal

Quanto à meta fiscal, o governo criará um novo mecanismo que permitirá contabilizar até R$ 20 bilhões das desonerações de impostos como parte do superávit primário. Formalmente, manterá o compromisso de fazer um esforço fiscal de R$ 155,9 bilhões, ou 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, com o novo artifício, o governo poderá poupar até 41,8% menos do que o previsto e, ainda assim, terá cumprido legalmente o esforço fiscal prometido.

Segundo o ministro da Fazenda, as desonerações constituem "gastos tributários". "A meta de 3,1% do PIB é importante, vamos continuar a contenção, mas poderemos flexibilizar quando houver investimento. Agora, pedimos ao Congresso um limite adicional para o caso de fazermos desoneração. Isso mantém o espírito e faz parte do momento", afirmou Mantega.

Novos dados>/b>

Ainda na manhã desta quarta serão divulgados números sobre o Nível de Utilização da Capacidade da Indústria (Nuci) em dezembro e no acumulado de 2012, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), às 11 horas, e dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sobre a produção automobilística em janeiro, no mesmo horário. Para o Nuci, a previsão é que termine dezembro entre 81,20% e 81,90%, com mediana de 81,40%, segundo levantamento do AE Projeções. Às 12h30, o Banco Central revela o Índice de Commodities (IC-Br) referente ao mês passado.

"Os juros futuros ficam atentos aos números da CNI, que devem apontar nova alta do Nuci, e da Anfavea, com perspectiva de um mês de janeiro positivo. Com isso, os dados forneceriam suporte às altas recentes dos DIs", diz o economista Silivio Campos Neto, da Tendências Consultoria, no serviço online da empresa.

Já a inflação percebida pelas famílias de baixa renda, divulgada mais cedo, acelerou de 0,76% em dezembro para 0,98% em janeiro, conforme o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador mensura o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Em 12 meses, a alta acumulada é de 7,03%.

Às 9h25, na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,29%, ante 7,28% no ajuste de terça-feira (05); o DI com vencimento em janeiro de 2015 marcava 8,05%, de 8,02% na véspera; e o contrato para janeiro de 2017 tinha taxa de 9,04%, ante 9,00% no ajuste anterior.

Os investidores estrangeiros iniciaram fevereiro fazendo um ligeiro ajuste na posição vendida em índice Bovespa, nesta reta final do vencimento do derivativo referente a este mês. Segundo dados atualizados pela BM&FBovespa até a última sexta-feira (01), os não residentes estavam com uma aposta líquida de 74.802 contratos na queda do Ibovespa, resultado de 90.563 contratos na compra e 169.547 contratos na venda.

Um dia antes, no fechamento do mês de janeiro, os estrangeiros contavam com uma aposta líquida de 78.984 contratos na queda do Ibovespa, resultado de 88.479 contratos na compra e 163.281 contratos na venda. Portanto, houve uma redução de 4.182 contratos no saldo líquido da posição vendida no período.

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Na tarde de sexta-feira, o mercado futuro de juros indicava que a Selic, a taxa básica de juros, vai cair dos atuais 11,5% ao ano para pouco menos de 10% em abril. Desde outubro, à medida que a crise europeia ia se agravando, as taxas dos contratos futuros tiveram tendência de queda, refletindo projeção de cortes mais acentuados da Selic nos próximos meses. O contrato de janeiro de 2013, por exemplo, saiu de 10,39% em 27 de outubro para 9,97% no fim da tarde de sexta-feira.

A aposta do Banco Central (BC) no forte impacto da crise europeia na atividade econômica no Brasil parece ter sido plenamente aceita pelo mercado financeiro. Em 31 de agosto, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic de 12,5% para 12%, parte expressiva dos analistas reagiu com contrariedade, considerando a ação prematura diante do quadro internacional ainda incerto.

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Agora, a situação europeia deteriorou tanto que o mercado parece antever quedas da Selic ainda mais fortes do que a comunicação do BC, que tem reiterado a expressão "ajustes moderados".

"Os spreads dos bônus italianos foram subindo e a gente viu aqui os DIs (contratos futuros de juros) indo para baixo", diz Carlos Kawall, economista-chefe do banco de investimento J. Safra. Ele se refere ao fato de que, à medida que piorava a percepção de risco da Itália, os juros pagos pelo governo do país para colocar títulos públicos foram aumentando, chegando a se distanciar em mais de cinco pontos porcentuais do custo de captação da Alemanha no pior momento da crise.

No extremo, para quem já vê um cenário de ruptura da zona do euro como o mais provável, a Selic pode cair bem abaixo de 9% em 2012. Mas essa é uma aposta minoritária, que não se reflete até agora no mercado futuro. O fato de que o mercado financeiro agora projeta firme queda da Selic, acompanhando o agravamento da crise internacional, não quer dizer que há aprovação unânime da estratégia do BC.

"Uma coisa é dizer que o mercado está prevendo, outra é dizer que todo mundo concorda com isso", diz um ex-diretor do BC. Ele nota que, de fato, na última semana o mercado futuro começou a projetar aceleração dos cortes da Selic, inclusive indicando em alguns dias a possibilidade de que o corte da taxa básica nas reuniões do Copom de dezembro e janeiro seja de mais de 0,5 ponto porcentual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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