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A Força Aérea da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira (23) que derrubou 13 mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia em um ataque noturno contra uma base militar no oeste do país.

"Os 13 mísseis de cruzeiro dos ocupantes foram destruídos", afirmou a Força Aérea ucraniana no Telegram.

"O inimigo atacou a Ucrânia com aviões estratégicos. Desta vez o ataque estava direcionado contra uma base aérea militar na região de Khmelnitsky" (oeste), acrescenta a nota.

"Os lançamentos (de mísseis) aconteceram por volta da meia-noite a partir do Mar Cáspio, quatro bombardeiros Tu-95MS", informou a Força Aérea.

O prefeito de Khmelnitsky, Oleksandr Simchishin, relatou explosões na cidade - que tinha 275.000 habitantes antes da guerra -, e elogiou os sistemas de defesa antiaérea ucranianos.

Autoridades militares da Ucrânia também afirmaram que suas forças derrubaram um drone de reconhecimento russo durante a noite e relataram alguns avanços no sul.

A Rússia executou vários ataques aéreos com mísseis e drones durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), o que levou a Ucrânia a solicitar aos aliados ocidentais mais ajuda para reforçar os sistemas de defesa aérea.

A Rússia começou a entregar nesta sexta-feira à Turquia mísseis S-400, apesar da oposição do governo dos Estados Unidos à compra por parte de Ancara deste sistema de defesa antiaérea, anunciou o ministério turco da Defesa.

"A entrega da primeira carga de equipamentos de defesa antiaérea S-400 começou em 12 de julho na base aérea Murted de Ancara", afirma um comunicado ministerial.

A informação foi confirmada por fontes oficiais em Moscou.

De acordo com uma fonte citada pela agência pública TASS, outro avião com outros elmentos do S-400 deve decolar "em breve" e uma terceira entrega de mais de 120 mísseis de diferentes tipos será enviada "no final do verão por via marítima".

Além disso, uma outra fonte informou à TASS que cerca de 20 militares turcos foram formados entre maio e junho na Rússia para a utilização dos S-400, e 80 a outros devem receber formação entre julho e agosto.

A base de Murted, que antes era chamada Akinci, é considerada o quartel-general dos oficiais que tentaram um golpe de Estado contra o presidente turco Recep Tayyip Erdogan em julho de 2016.

A entrega deste sofisticado sistema de defesa aérea é um marco na aproximação de relações entre Rússia e Turquia, que se distanciou do campo ocidental desde a tentativa de golpe de Estado.

O terceiro aniversário do golpe de Estado frustrado acontecerá na segunda-feira.

Após o anúncio oficial, um responsável da Otan se disse "preocupado" com a entrega à Turquia, um peso pesado da Aliança Atlântica, dos mísseis russos S-400.

"A interoperabilidade de nossas Forças Armadas é essencial na condução de nossas operações e missões", disse o responsável, que pediu anonimato, instando Ancara a continuar desenvolvendo sistemas de defesa aérea com aliados da Otan.

- Advertências americanas -

Na quarta-feira, a Turquia rejeitou uma última advertência americana sobre a compra dos mísseis russos.

"Pedimos à parte americana que não adote medidas prejudiciais para as relações entre os dois países", afirma um comunicado do ministério turco das Relações Exteriores, em resposta a uma declaração da porta-voz do Departamento de Estado americano.

"A Turquia ficará exposta a consequências reais e nefastas se aceitar os S-400", declarou a porta-voz, Morgan Ortagus.

O governo dos Estados Unidos é contrário à compra dos S-400 por parte da Turquia porque considera que estes mísseis não são compatíveis com os dispositivos da Otan, aliança de defesa que tem a presença da Turquia.

Washington também menciona o risco de que os militares russos que treinarão os turcos para o uso dos mísseis possam ter acesso aos segredos tecnológicos do novo caça americano F-35, que a Turquia deseja comprar.

No início de junho, o Pentágono lançou um ultimato a Ancara, dando o prazo até 31 de julho para desistir dos mísseis russos, sob o risco de ser excluída do programa F-35.

Mas Erdogan disse no final de junho, depois de se encontrar com Donald Trump no Japão, que não temia expor seu país a sanções.

De acordo com Nick Heras, do Center for a New American Security, o sistema S-400 "muda as regras do jogo com relação à estratégia de defesa aérea da Turquia".

"Do ponto de vista de segurança nacional, a Turquia precisa de um sistema de defesa aérea eficaz e de amplo alcance para cobrir todo o país, e os S-400 são perfeitamente adequados a essa necessidade", disse à AFP.

"Não é nenhum segredo que Erdogan quer fazer da Turquia uma potência, o que supõe encontrar um equilíbrio entre as relações com a Rússia e a China, por um lado, e com os Estados Unidos, por outro", apontou.

Para Nicholas Danforth, do German Marshall Fund, a compra desses mísseis reflete o desejo de Ancara de adotar "uma política externa independente e passar a limpo os termos de seu relacionamento com os Estados Unidos".

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