Tópicos | Mundial Indoor de Atletismo

Os Estados Unidos lideraram com folgas um Mundial Indoor de Atletismo que, como de praxe, mostrou-se bastante democrático. Sozinhos, os norte-americanos ganharam oito medalhas de ouro, mais do que o dobro da Rússia, que faturou três, e quatro vezes mais do que a Etiópia, que leva para casa duas. De resto, nenhum outro país subiu ao alto do pódio em mais do que uma oportunidade. No total, 30 nações ganharam medalha.

O Mundial, que começou na sexta, em ginásio coberto, acabou neste domingo com o resultado mais expressivo da competição, exatamente na última prova. O time norte-americano ganhou o revezamento 4x400m com 3min02s13, chegando ao novo recorde mundial indoor. Em terceiro, atrás da Grã-Bretanha, a Jamaica também bateu seu recorde nacional. Outra grande conquista norte-americana veio com Asthon Eaton, que venceu com folgas no heptatlo, somando 6.632 pontos e se aproximando do recorde mundial.

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Desde o Mundial de 2006, em Moscou, os Estados Unidos lideram o quadro de medalhas. Naquele ano, faturaram oito de ouro e 13 no total. Em Valência/2008, a vantagem foi menor: cinco de ouro, 13 no total. A maior hegemonia foi vista nas últimas duas edições: em Doha/2010, com oito de ouro e 17 no total, e principalmente em Istambul/2012, com 10 de ouro e 18 no total.

Mesmo sem Usain Bolt, a Jamaica, que só havia subido ao pódio duas vezes na Turquia, faturou cinco medalhas em Sopot, sendo uma de ouro, com Shelly-Ann Fraser-Pryce, nos 60m. Ela foi seguida de Murielle Ahouré, da Costa do Marfim, e Tianna Bartoletta, dos Estados Unidos. Inocentada da acusação de doping, Veronica Campbell-Brown, então bicampeã, voltou às competições apenas no quinto lugar.

Uma das estrelas do Mundial, a etíope Genzebe Dibada venceu os 3.000m no feminino, mas não bateu o recorde mundial, como se aguardava. O país dela somou cinco medalhas, sendo duas de ouro, ficando no terceiro lugar do quatro. Donos da casa, os poloneses só ganharam três medalhas, sendo uma de ouro e duas de prata.

Entre as surpresas, o ouro de Ayanleh Souleiman nos 1.500m. Isso porque foi a primeira medalha de história do Djibouti, um pequeno país africano, na história do atletismo. Nos 60m no masculino, o britânico Richard Kilty venceu e se tornou o primeiro homem branco a vencer a prova de Paris/1997.

O Brasil encerrou o Mundial com apenas uma medalha, de Mauro Vinícius da Silva, o Duda, no salto em distância. Tanto Thiago Braz quanto Fabiana Murer, porém, bateram na trave e ficaram no quarto lugar no salto em distância. No placing table, que leva em consideração o desempenho geral do País em finais, e não apenas medalhas, o Brasil foi 16.º, posição só pior do que Valencia/2008, quando foi 12.º.

Se no Mundial de Moscou de agosto do ano passado o atletismo brasileiro não ganhou nenhuma medalha, no Mundial Indoor de Sopot (Polônia), que acontece neste fim de semana, o primeiro ouro já veio, com Duda, no salto em distância. E quem também ganha com isso é Fabiana Murer. Acostumada a carregar nas costas a responsabilidade de ser a maior esperança do País, ela poderá competir mais aliviada neste domingo (9).

Campeã em Daegu/2010 e medalhista de bronze em Valência/2008, Fabiana vai em busca da terceira medalha em mundiais indoor a partir das 11h de Brasília, neste domingo, numa prova que não terá fase de classificação, com as 12 atletas classificadas participando diretamente da disputa pelo título.

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De acordo com o técnico Elson Miranda, a chance de medalha é real, por conta do equilíbrio entre as competidoras: "Pelo que estamos vendo das competições indoor este ano, não teve nenhum grande resultado. Mas, com certeza, aqui é Mundial e todas as atletas vão crescer, inclusive a Fabiana. Então, as chances de pódio são bem grandes. Acho que a zona de medalhas vai estar entre 4,70m e 4,80m", aposta.

Este ano, nove atletas já saltaram mais do que 4,70m, sendo que a líder do ranking é Anna Rogowska, da Polônia, com 4,76m. As demais ficaram entre 4,73m e 4,71m. Fabiana Murer chega ao Mundial como a 11ª do mundo, com 4,63m que fez na última prova antes da competição. Desde 2011 ela não passa dos 4,70m em provas indoor.

Duda teve um início complicado de temporada. Mudou seu local de treino de São José do Rio Preto para São Paulo e sofreu com lesões, na coxa e no calcâneo, que atrapalharam todo o trabalho se base. Mesmo assim, coroou um trabalho árduo com o bicampeonato mundial indoor de atletismo, neste sábado, ao vencer o salto em distância em Sopot, na Polônia, com um salto de 8,28m.

"Às vezes, nós atletas temos a mania de falar que não caiu a ficha. Eu não posso falar isso. Sou bicampeão mundial. Mas não tenho noção nenhuma do que seja isso. Estou rouco de tanto gritar", festejou o brasileiro, neste sábado, falando ao SporTV, na zona mista do estádio indoor de Sopot.

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Centrado, Duda lembrou das dificuldades na preparação para o Mundial e destacou que o bicampeonato é fruto de muito treinamento. "Tive problemas de lesão. Trabalhamos até em excesso, então as lesões vieram. Mas trabalhamos e não existe campeão sem muito treino e muita dedicação. Deus tem que estar na frente, mas o treino tem que ser muito forte senão a gente não chega a lugar nenhum."

Na trajetória para o título, neste sábado, Duda realizou três bons saltos, todos na casa dos 8 metros, mas chegou em quinto lugar à sexta e última tentativa. Precisava de um salto perfeito para superar o chinês Jinzhe Li, que tinha 8,23m e liderava. O brasileiro voou alto e, assim que viu onde tinha chegado, comemorou efusivamente.

"Perfeito, perfeito. Subiu, né? O único que deu ontem (sexta) também subiu. Precisava disso mesmo, de um pouco mais de altura", comentou Duda, assistindo ao replay do salto que lhe deu o ouro e relembrando aquele que o levou à final.

Assim como havia sido na conquista do primeiro título, em Istambul, este também veio apenas no último salto. Para Duda, porém, tudo vem com o tempo. Ele lembrou que só iniciou no esporte aos 17 anos. "O atletismo me descobriu, não fui que fui atrás. Temos que ter muita calma. Sem calma vem lesão, vem erro. Eu treinei, eu igualei meu melhor", disse.

Outro motivo para festa foi ter igualado o recorde sul-americano indoor, que já era de Duda, pelos 8,28m alcançados na fase de classificação do Mundial de dois anos atrás. "Acho que saio o cara mais feliz do mundo porque igualei o recorde nacional que já era meu. O atleta tem que ter muita frieza na hora. O treino tem que ser justificado na hora da prova. É como estudo. Tem que fazer na prova o que estudou", comparou.

Mauro Vinicius da Silva, o Duda, é bicampeão mundial indoor de atletismo. Neste sábado (8), assim como foi havia sido em Istambul (Turquia), há dois anos, o brasileiro deixou o melhor salto para o fim, chegou a 8,28m numa tentativa quase perfeita, e garantiu o ouro no salto em distância no Mundial de Sopot (Polônia).

A marca obtida por Duda neste sábado é exatamente igual à melhor dele em Istambul. A diferença é que, na ocasião, o brasileiro fez 8,28m na etapa classificatória. Na final, conquistou o ouro com 8,23m.

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Na Polônia foi tudo ainda mais sofrido. Na fase de classificação, sexta, ele fez dois saltos ruins (7,64m e 7,58m) até chegar pressionado à última tentativa. Alcançou 8,02m e avançou em sétimo à final. Antes, porém, teve que torcer contra três rivais que ainda poderiam tirá-lo do grupo dos oito melhores.

Já neste sábado, Duda começou a competição bem, com 8,06m, garantindo uma boa classificação. Sempre perto dos oito metros, fez 7,94m na segunda tentativa, 8,04m na quarta, e queimou a terceira e a quinta.

Em quinto, chegou ao sexto e último salto precisando de 8,13m para chegar à zona de medalha e 8,23m para virar líder. Num salto veloz, em que aproveitou bem a tábua de impulsão (ficou a 3,2cm do limite), alcançou 8,28m e colocou pressão nos rivais. Dos que vieram depois dele, só um não queimou. O ouro veio quando Jinzhe Li, da China, queimou a última tentativa. O asiático terminou com a prata e Michel Torneús, da Suécia, com o bronze.

O salto de 8,28m, que deu o ouro a Duda, é o segundo melhor da temporada indoor de 2014, atrás apenas do russo Aleksandr Menkov, que terminou em quinto no Mundial. É também o novo recorde brasileiro.

Foi por muito pouco que o campeão mundial juvenil não se tornou medalhista no Mundial Indoor de Atletismo. Neste sábado (8), Thiago Braz, de 20 anos, se aproximou do recorde sul-americano, ficou a um salto do bronze, mas viu um rival acertar a última tentativa e terminou em quarto lugar na vara em Sopot (Polônia).

Deixando claro que buscava a medalha, Thiago Braz abriu mão do primeiro salto (5,40m), para chegar em vantagem num possível desempate, que leva em consideração o menor número de saltos. Com o sarrafo a 5,55m, porém, teve dificuldades de passar, o que só conseguiu na terceira e última tentativa.

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Saltando alto, passou o sarrafo a 5,65m logo na primeira tentativa e superou 5,75m na segunda. Ao tentar 5,80m, que configuraria novo recorde sul-americano (ele marcou 5,76m em Donetsk, no mês passado), chegou a saltar bem, especialmente na terceira tentativa, mas bateu no sarrafo e acabou eliminado.

Naquele momento, dois atletas já haviam superado os 5,80m (o grego Konstadinos Filippidis e o alemão Malte Mohr). Thiago era o terceiro e precisava torcer contra o checo Jan Kudlicka, que tinha direito a mais um salto. O europeu conseguiu também superar os 5,80m com o melhor salto da sua carreira e tirou o bronze do brasileiro. Depois, ninguém conseguiu passar os 5,85m e o ouro acabou com o grego, ficando o alemão com a prata, em segundo.

Augusto - Outro brasileiro na prova foi Augusto Dutra. Companheiro de clube de Thiago na BM&F Bovespa, ele perdeu o recorde sul-americano indoor (5,71m) para o amigo e teve uma preparação para o Mundial prejudicada por uma entorse no tornozelo direito em Malmo (Suécia), no início da temporada indoor europeia.

Mesmo com dores, Augusto se superou. Acertou 5,40m na primeira tentativa, passou 5,55m na segunda e 5,65m na terceira, obtendo sua melhor marca na temporada. Depois, falhou três vezes ao tentar 5,75m e acabou eliminado no sétimo lugar.

Depois de ver Fabiana Murer ser campeã mundial indoor em 2010, o atletismo brasileiro pode ter um atleta brigando por medalhas no masculino. Neste sábado (8), a partir das 14h de Brasília, Thiago Braz, que é o atual campeão mundial juvenil da prova, compete em Sopot (Polônia), com chances reais de chegar ao pódio. Seu companheiro de clube, Augusto Dutra, que detinha o recorde sul-americano indoor, vai disputar o Mundial após se recuperar de lesão e tem expectativa menor por resultados.

A chance de pódio cresce porque uma vaga entre os três primeiros foi aberta com a lesão do melhor atleta do mundo e agora recordista mundial indoor. "Sem o Renaud Lavillenie, que era pódio certo, as possibilidades estão bem abertas", comenta Elson Miranda, técnico dos dois brasileiros no Clube BM&F Bovespa.

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Na preparação para o Mundial, Thiago bateu duas vezes o recorde sul-americano indoor, com 5,72m e 5,76m, melhorando a marca de 5,71m, que pertencia a Augusto. Este, por sua vez, perdeu praticamente toda a preparação porque sofreu uma entorse no tornozelo direito em Malmo (Suécia), no início da temporada indoor europeia.

Na análise de Elson, a zona de medalha deverá ficar entre 5,80m e 5,90m. "O Thiago vai ter de melhorar um pouco sua marca para entrar na briga pelo ouro, mas está pronto. O Augusto também estava pronto para saltar nessa faixa. A contusão prejudicou a preparação, mas ele tem condições de fazer uma boa prova", garante.

DUDA NA FINAL - Mauro Vinícius da Silva, o Duda, foi o único brasileiro a avançar à final do Mundial de Sopot dentre os que competiram nesta sexta-feira. Atual campeão indoor, ele vai atrás do bicampeonato a partir das 15h50 de Brasília neste sábado. Na etapa eliminatória, foi o sétimo, com um salto de 8,02m.

"Estou meio sem ritmo de competição. Tive algumas lesões, o que acabou atrapalhando um pouco a temporada e a preparação, mas Mundial é isso aí: entrega total. Nessa hora não tem desculpa, tem de ir para cima. Agora, o que eu tinha de errar já errei. A final é outra prova. Vou pegar esse último salto e melhorar", garantiu ele.

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) confirmou nesta quinta-feira (27) que irá levar apenas sete atletas para o Mundial Indoor de Sopot (Polônia). A competição começa na sexta-feira (28) da próxima semana e vai até domingo. Ana Cláudia Lemos e Geisa Arcanjo, dois dos principais nomes do atletismo brasileiro na atualidade, tinham índice mas pediram dispensa.

Apesar de a CBAt ter realizado duas competições em fevereiro para tomada de índices, nenhum atleta brasileiro conseguiu atingir, nestas provas, o mínimo necessário para ir ao Mundial. Todos que conseguiram classificação haviam assegurado a vaga no ano passado, pelo desempenho em provas em estádio aberto.

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Pelo ranking mundial, os brasileiros que chegam com mais chance de medalha são do salto com vara, especialmente Thiago Braz, que é o quinto da lista. O campeão mundial juvenil vai a Sopot como quarto favorito, uma vez que o novo recordista mundial, o francês Renaud Lavillenie, está machucado e não vai à Polônia. Augusto Dutra, que se recupera de lesão, também está inscrito.

No feminino, Fabiana Murer, que venceu o Mundial de Doha, em 2010, tem hoje a 11ª melhor marca do mundo na temporada indoor. No salto em distância, Duda vai defender o título conquistado em Istambul, há dois anos, como 17º do ranking.

Além deles, o Brasil vai a Sopot com Anderson Henriques (400m), Keila Costa (salto triplo), e Franciela Krasucki (60m). A velocista quebrou o recorde sul-americano indoor em São Caetano do Sul, há duas semanas, com 7s19, marca que a deixa como 17ª do mundo. Ana Cláudia Lemos optou por não correr a temporada indoor e focar nas provas de 100m e 200m.

Às vésperas de disputar o Mundial Indoor de Atletismo, marcado para acontecer entre de 7 a 9 de março, em Sopot, na Polônia, a brasileira Fabiana Murer faturou neste sábado a medalha de ouro na disputa feminina do salto com vara do Pole Vault Stars, em Donetsk, na Ucrânia, no mesmo dia em que o francês Renaud Lavillenie fez história ao quebrar um recorde mundial que durava 21 anos e pertencia ao ucraniano Sergei Bubka.

A brasileira venceu a competição ao saltar 4,62m. A alemã Silke Spiegelburg e a polonesa Anna Rogowska, que ficaram respectivamente com a prata e o bronze, alcançaram a mesma marca de Fabiana, mas a brasileira triunfou pelo fato de ter ultrapassado essa altura do sarrafo em menos tentativas.

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Com presença garantida no Mundial, a saltadora brasileira disputou em Donetsk a sua terceira competição na Europa nesta sua preparação final para o grande evento polonês. E, antes de ir para Sopot, ela ainda vai participar de mais uma competição do calendário do atletismo, o Meeting de Bad Oeynhausen, na Alemanha, no próximo dia 27.

Campeã mundial indoor em 2010 e outdoor em 2011, Fabiana foi o grande destaque brasileiro desta disputa do Pole Vault Stars, que também contou com a participação de Fabio Braz e Fábio Gomes da Silva entre os homens. O primeiro deles brilhou ao bater o recorde sul-americano, obtido por ele próprio, no último dia 9, na Suécia, ao saltar 5,76m. Anteriormente, ele cravou 5,72m, e a sua nova performance lhe garantiu o bronze em Donetsk. Já Fábio, que voltou a competir depois de se recuperar de cirurgia no tendão calcâneo do pé direito, terminou em 13º lugar, com 5,31m.

No último dia do Mundial de Atletismo Indoor, realizado em Istambul, na Turquia, a russa Yelena Isinbayeva teve a chance de quebrar seu recorde mundial do salto com vara. Não conseguiu, mas terminou com a medalha de ouro na competição.

Yelena saltou 4,80m e garantiu o título que antes era da brasileira Fabiana Murer, conaquistado na edição de 2010 do campeonato. O recorde da russa está em 5,01m e  foi conquistado no mês passado. Ela tentou saltar três vezes com 5,02 m, mas não obteve sucesso.

Fabiana Murer não participou da competição para focar nos treinamentos para as Olimpíadas de Londres. Com a Fabiana fora, a maior ameaça da russa foi a francesa Vanessa Boslak, que saltou 4,70 e terminou em segundo lugar. A medalha de bronze ficou com a britânica Holly Bleadasle.

A brasileira Ana Claudia Lemos, já classificada para os Jogos Olímpicos de Londres, ficou nas semifinais dos 60m rasos do Mundial indoor. Com o tempo de 7s36, ela ficou em sexto lugar na sua série, vencida pela marfinense Murielle Ahoure, com 7s13.

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