O polêmico projeto de revitalização do Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), voltou a mobilizar os moradores da Cidade Alta. Neste sábado (10) eles promovem o #OcupeEufrásio, com apresentações musicais e teatrais, para chamar a atenção da população a respeito do tema.
A Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca) é contra a proposta da gestão municipal de transformar o espaço, inaugurado em abril de 1990, em um centro de artesanato. Os moradores querem que o mercado, desativado há sete anos, volte a funcionar com atividades de gastronomia, vendas de ervas, frutas, verduras e que seja devolvido a população.
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“Essa proposta não está dentro da nossa realidade, ela é muito elitista, requintada, é um museu que teríamos que pagar para entrar. Nós queremos o mercado de volta. Até poderia funcionar um museu lá dentro, mas as outras atividades também devem ser implementadas”, afirmou Edmilson Cordeiro, coordenador de planejamento da Sodeca.
Cordeiro explica que o prazo para a Prefeitura de Olinda apresentar as respostas sobre o projeto, e garantir o financiamento de R$ 11 milhões por parte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), terminaria no próximo dia 15 de agosto e foi prorrogado para o dia 30. Mas para obter o recurso, a município precisa do aval da população em consulta popular.
A artesã Inajá Almeida sente orgulho em se apresentar como fundadora do Mercado Eufrásio Barbosa. Ela conta que trabalha no local desde a sua inauguração e lembra com tristeza as mudanças que ocorreram nos últimos anos. “No espaço do artesanato funcionavam 28 lojas. Hoje somente sete estabelecimentos resistiram e dividem um pequeno corredor. Essa interdição fez muita gente desistir de vender suas artes e contribuiu negativamente para a diminuição das vendas”, relembrou.
O espaço que abrigava as lojas atualmente está abandonado e todo depredado. É motivo de tristeza pra quem viu o mercado ganhar vida e se tornar o portão de entrada de Olinda.
Na próxima terça-feira (13) representantes da Sodeca e do Governo do Estado se encontram em uma nova reunião. “Iremos sugerir nossas implementações e esperamos que elas sejam aceitas”, concluiu Cordeiro. O grupo mantém uma petição online e também está colhendo assinaturas presenciais das pessoas que são contra o projeto.