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O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afastou qualquer possibilidade de haver falta de energia neste ano. As chuvas dos últimos meses, de acordo com Chipp, conseguiram atingir um nível de segurança nos principais reservatórios do País. Essa condição, aliada à retração do consumo por conta do cenário econômico, alivia a pressão sobre a geração de energia.

"Estamos tranquilos quanto ao suprimento de energia. Não teremos problemas no abastecimento", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo. Apesar do cenário positivo, Chipp disse que o ONS continuará a adotar medidas locais para garantir o abastecimento. A partir deste próximo fim de semana, disse, deve ter início uma operação de teste a com vazão reduzida no Rio São Francisco. O objetivo é preservar ao máximo possível o volume de água acumulado no reservatório de Sobradinho. Principal caixa d’água da região Nordeste e segundo maior do País em volume de água - só atrás do reservatório de Serra da Mesa - Sobradinho tem hoje apenas 20% do volume total que poderia acumular. Um ano atrás, esse índice chegava a 52% da capacidade total.

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Apesar do cenário crítico do reservatório baiano, Hermes Chipp disse que a situação está sob controle. "Sobradinho não é mais problema. Estamos conseguindo avançar, com a articulação entre todos envolvidos, trabalhando proativamente. Neste momento, já estamos fazendo testes com a vazão reduzida de 950 metros cúbicos por segundo e devemos reduzi-la para 900 metros cúbicos a partir do próximo dia 13", comentou Chipp.

Usinas térmicas

Apesar da garantia de suprimento energético durante o período seco do ano - maio a novembro - o ONS deverá manter o acionamento das usinas térmicas para preservar as principais hidrelétricas do País. Nesta semana, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que reúne os principais agentes do setor, afirmou que um total de 2.521 megawatts (MW) de energia elétrica foram adicionados ao parque nacional de geração entre janeiro e o início de junho, o que equivale a quase 40% da capacidade instalada nova prevista para 2015. Para o ano, a meta é adicionar 6.410 MW. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A falta de chuvas e consequente necessidade de preservação do volume de água nos reservatórios deve impedir o desligamento de térmicas no decorrer de 2015, conforme sinalizado pelo diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico, Hermes Chipp. "A possibilidade de paralisar térmicas neste ano é muito pequena, praticamente não existe. Isso porque a hidrologia, mesmo que seja boa no período seco, tem efeito pequeno em termos de energia", disse o diretor geral do ONS.

O cenário mais preocupante do nível dos reservatórios de água no sistema Nordeste levou o governo federal a estudar alternativas para reduzir a vazão da bacia do São Francisco. De acordo com Chipp, a defluência foi reduzida de 1.300 metros por segundo (m³/s) para 1.100 m³/s e depois para 1.000 m³/s em períodos de carga leve.

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Agora, o ONS pleiteia que a vazão seja reduzida para 1.000 m³/s em todos os períodos de carga e, futuramente, para 900 m³/s. Os testes para uma vazão de 900 m³/s já foram autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Com isso conseguimos armazenar muito mais (água) em Sobradinho e nos preparamos para uma hidrologia mais crítica sem termos problemas", afirmou Chipp, que participou hoje do Fórum GD e Cogeração - Iniciando um novo ciclo de desenvolvimento, organizado pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen) e pelo CanalEnergia.

Mais cedo, Chipp destacou que o nível de afluências no período seco precisará ser equivalente a no mínimo 77% da média histórica na região Nordeste para que o volume dos reservatórios chegue a novembro com 10% da capacidade de armazenamento. Essa projeção, complementou o diretor geral do ONS, considera uma vazão de 1.100 m³/s. "Preferimos ser conservadores para não sermos atingidos", salientou.

Na região Sudeste/Centro-Oeste, o nível das chuvas no período seco, de maio a novembro, precisa ser equivalente a no mínimo 66% da média histórica. De acordo com ele, mantido esse patamar, o nível de água nos reservatórios da região, no final de novembro, chegaria a 10%. Este é o nível considerado mínimo para que o sistema possa ser operado.

No cenário traçado, o nível dos reservatórios cairia mais de 20 pontos porcentuais durante os próximos sete meses, a partir do patamar de 33,5% do início de maio. Esse número, explicou Chipp, já considera um cenário de carga menor. O ONS acabou de reduzir a previsão de carga no sistema elétrico brasileiro em 2015 de um resultado de aproximadamente 3% para -0,1%.

Os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por 70% capacidade de armazenamento de água do País, iniciaram o mês de maio com o equivalente a 33,85% da disponibilidade de reservação. É o que consta na página eletrônica do Operador Nacional do Sistema (ONS), responsável pela gestão do sistema elétrico nacional. Maio é o primeiro mês do chamado período seco, que vai até novembro.

Dados referentes à data de ontem apontam que, na Região Sul, os reservatórios acumulavam o equivalente a 34,80% da capacidade de armazenamento.

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Ao fim deste mês, os reservatórios da Região Sudeste devem estar com o equivalente a 36,2% da disponibilidade de reservação. Na Região Sul, o indicador esperado no dia 31 de maio é de 47,2% da capacidade. As projeções de armazenamento para maio foram divulgadas na última quinta-feira, 30, pelo ONS.

A situação mais delicada continua sendo a da Região Nordeste, onde o período seco teve início com o equivalente a apenas 27,48% da capacidade de armazenamento. Para o final de maio, o ONS estima que esse patamar suba a 28,7%.

A Região Norte, por outro lado, é aquela que apresenta a situação mais tranquila. O nível dos reservatórios deve ficar praticamente estável e em patamares elevados durante o mês de maio, ao oscilar dos atuais 81,71% para 81,5% no dia 31.

Estima-se que, durante o período seco, o nível de água armazenada nos reservatórios deva cair próximo a 20 pontos porcentuais. Com isso, o nível de água na região Sudeste/Centro-Oeste, considerada a mais importante do País, deve chegar ao início de novembro próximo a 14%, acima do limite considerado mínimo de 10%. Nacionalmente, o nível de água dos reservatórios iniciou o período seco com o equivalente a 35,2% da capacidade.

As projeções do ONS justificam a decisão do governo federal de não anunciar um racionamento de energia em 2015, na visão do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim. "Aconteceu o que estávamos esperando. O nível que chegamos nos permite passar o período seco mesmo que a afluência seja 30% abaixo da média histórica. Este é um nível de segurança razoável", afirmou Tolmasquim, na quinta-feira passada.

Isso significa que, entre maio e outubro, a Energia Natural Afluente (ENA) deve ser equivalente a pelo menos 70% da média histórica. Para maio, a expectativa é de que esse número alcance 93% da média de longo termo (MLT) na Região Sudeste/Centro-Oeste. O número sobe para 115% da média histórica na Região Sudeste e permanece em níveis elevados, de 87% da MLT, na Região Norte. A Região Nordeste é destaque negativo mais uma vez, com expectativa de que a ENA de maio seja equivalente a apenas 67% da média histórica para meses de maio.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta sexta-feira que o governo trabalha para garantir uma geração adicional de energia via usinas termelétricas nos próximos dois anos. Segundo ele, a previsão é que haja geração extra de mil MWh em 2016 e mais 3 mil MWh de térmica a partir de 2017.

O diretor afirmou ainda que "não há incerteza" em relação ao fornecimento de energia no País neste ano. "A gente acredita que para este ano o abastecimento está garantido", afirmou Chipp, que participa nesta manhã de seminário na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O diretor defendeu o sistema nacional de fornecimento que está "operando para o que foi planejado", suportando um período de "estresse" no abastecimento hídrico. "Para esse ano, não há incerteza. Eu tenho recomendado há algum tempo uma maior agregação de geração térmica na matriz. A moda é geração limpa, mas a conta não fecha. Tenho que ter uma garantia a mais. Por isso, o governo trabalha para atender a uma geração térmica extra de mil MWh em 2016 e 3 mil MWh em 2017", completou.

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A geração adicional aliviaria o atual nível dos reservatórios, que desperta preocupação entre empresários e governo sobre a garantia de abastecimento no longo prazo. Para o empresário Marcio Veiga, presidente da PSR, há risco em alguns reservatórios de chegar ao final do ano com menos de 10% de capacidade. "Temos uma probabilidade alta de chegar ao final do ano com níveis muito baixos. É uma situação muito preocupante. Nós fizemos as contas e precisaria reduzir a demanda em 5% a partir de maio", afirmou Veiga.

Além da desconfiança com o abastecimento, os empresários demonstraram preocupação com o custo da energia. Durante o seminário, a Firjan apresentou um estudo que aponta que o custo médio no País alcançou, em março, o topo do ranking internacional entre 28 países: R$ 534,28 MWh. O custo registrou um crescimento de 48% desde dezembro, em função da revisão extraordinária autorizada pelo governo e pela implantação do sistema de bandeiras tarifárias.

O movimento no País contraria uma trajetória internacional de queda no custo da energia, acompanhando a depreciação da cotação internacional do petróleo. Nos demais países pesquisados pelo estudo, o custo caiu 6% em média, no período.

Se as campanhas de redução do consumo de energia forem bem-sucedidas e conseguirem que os consumidores economizem 0,6%, será possível atravessar o ano de forma que o nível dos reservatórios das hidrelétricas atinja 10% em novembro, disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp. Esse nível é considerado o mínimo necessário para garantir o abastecimento de energia. Segundo ele, o governo tem uma expectativa preliminar de que o consumo de energia neste ano deve crescer apenas 1% em relação a 2014. A previsão inicial era de uma alta de 3,2%.

Segundo Chipp, não há nenhuma indicação de que haja necessidade de decretar um racionamento de energia no País. "Não tenham dúvida de que, se houver alguma indicação, serei o primeiro a recomendar, avisar o ministro e divulgar", afirmou, durante audiência pública na Câmara dos Deputados. "A hidrologia está melhorando e temos um fator fundamental, que é a carga, que revisamos quadrimestralmente. Há uma expectativa preliminar de que o crescimento de 3,2% que iria haver em 2015 ante 2014 pode chegar a algo perto de 1%", disse. "Isso sem considerar todo o efeito das campanhas de uso eficiente de energia e as bandeiras tarifárias. Teremos a primeira visão sobre o impacto das medidas para o consumidor nas contas de luz em março."

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O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, descartou o risco de apagão nos próximos três meses, mas disse que o governo prepara um programa de eficiência energética a ser lançado nesse prazo. A adoção das ações, que não foram detalhadas, coincidirão com o início do período seco no País, que vai de maio a outubro.

"Vamos lançar um programa de eficiência energética que com certeza vai ter um impacto muito positivo. Estamos trabalhando nisso e esperamos que nos próximos 60 a 90 dias tenhamos um conjunto de ações", disse na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), onde se reúne neste momento com representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir as medidas.

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Apesar da previsão do ONS de que chova menos que a média em fevereiro, Braga descartou que ocorra um apagão enquanto esse plano está sendo discutido. "Sinceramente não vejo risco", afirmou, destacando que hoje o sistema passou pelo horário de pico, sua maior preocupação, com 5 mil MW de folga no sistema interligado. A folga no sistema nacional não impediu o apagão no Sudeste e Centro-Oeste no último dia 19.

Questionado sobre qual seria o limite do governo para decretar um racionamento, Braga disse que isso depende das condições hidrológicas, mas destacou que ainda há várias manobras disponíveis no sistema para assegurar o abastecimento. Mais cedo, o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou que margem de manobras sem chuvas é pequena.

Além de medidas como a importação de energia da Argentina e de acionamento de Itaipu, o governo está testando uma nova rede de transmissão de energia no Rio Madeira. Segundo Braga, até fevereiro o segundo bipolo do Rio Madeira estará 100% testado e poderá ser incorporado ao sistema.

"Não é apenas a questão do ritmo hidrológico. É um conjunto de ações que somadas farão um balanço que recomendarão a ação necessária para que o Brasil possa ter conhecimento dos próximos passos", disse.

Na manhã desta sexta-feira (30), o ministro participou da reunião do conselho do ONS, que reúne empresas dos segmentos de distribuição, geração e transmissão. Segundo ele, o governo cobrou das companhias a solução de questões como o atraso em obras e ouviu reivindicações. "O diálogo está reaberto", disse.

O cenário de baixo volume de chuvas apurado em janeiro deve se repetir em fevereiro, de acordo com a primeira previsão do Operador Nacional do Sistema (ONS) para o próximo mês. A região Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenagem de água conversível em energia do País, deve registrar chuvas equivalentes a 52% da média de longo termo (MLT) para o mês. Com isso, o nível dos reservatórios, hoje em 16,82%, deve subir para 19,7%, ainda distante do patamar considerado mínimo (de 35%) para que o País tenha condições de superar o período seco.

Diante da falta de chuvas e da necessidade de melhor gerenciamento das operações das hidrelétricas, de forma a limitar a queda do nível dos reservatórios, o custo de geração não para de crescer. Nesta sexta-feira, 30, o ONS divulgou que o custo marginal de operação (CMO) para a região SE/CO na semana de 31 de janeiro a 6 de fevereiro ficará em R$ 1.916,92/MWh, uma expansão de 32,6% em relação à semana passada.

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O valor supera o primeiro patamar de déficit estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que é de R$ 1.420,34/MWh. Com o custo da energia a esse patamar, o consumo de energia deveria ser reduzido em 5%.

Sem qualquer iniciativa de restrição do consumo, a previsão do ONS para fevereiro é de que a carga caia 0,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 69.386 MW médios. O resultado é explicado por uma previsão de queda de 1,2% na carga no subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

A previsão de chuvas para as demais regiões do País é igualmente negativa, com exceção do Sul. As chuvas no Nordeste devem ser equivalentes a 18% da média de fevereiro. Com isso, o nível dos reservatórios deve cair dos 16,63% da capacidade dessa quinta-feira, 29, para 14,9% no dia 28 de fevereiro. No caso da região Norte, as chuvas são de 76% da MLT e o nível dos reservatórios deve chegar a 51,2% no final do mês. Na quinta este patamar era de 35,22%.

A região Sul deve continuar a apresentar volume de chuvas acima da média. Para fevereiro, a previsão é de chuvas equivalentes a 126% da MLT. Com isso, o nível dos reservatórios terminará o mês com 50,5% da capacidade. Nessa quinta ele estava em 60,95%.

As determinações feitas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) costumam ser prontamente atendidas pelos agentes do setor de energia. Mas estão longe de ter a mesmo aceitação pelo governo quando o assunto é a expansão e o reforço das linhas de transmissão do País.

Dados do próprio ONS, responsável pela segurança energética nacional, apontam que o governo tem deixado de executar mais de um terço das obras indicadas pelo operador como prioritárias para garantir o abastecimento do País. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em dezembro.

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No chamado Plano de Ampliações e Reforços (PER), elaborado todos os anos, o ONS aponta quais são os projetos de linhas de transmissão e de subestações de energia que precisam ser contratados para afastar o País de panes graves e riscos de apagão.

O planejamento concluído no fim do ano passado aponta que 104 dos 310 projetos previstos para sair do papel entre 2015 e 2017 são resultado de pedidos anteriores, ou seja, voltaram a ser cobrados pelo ONS simplesmente porque o governo não os contratou.

Esses projetos representam 34% do total dos empreendimentos. A relação de ações necessárias para dar segurança técnica à distribuição de energia inclui 147 instalações novas de linhas e subestações, além de outras 163 medidas de reforço.

Sem previsão

O ONS estima que seria necessário investir R$ 13,8 bilhões nessas obras. Ocorre que a maior parte dos pedidos não tem previsão de licitação. Dos 45 mil km de novas linhas de transmissão previstas até 2017, 10,2 mil quilômetros ainda não tinham estimativa de concessão até o fim do ano passado. A maior parte dessa malha nova está planejada justamente para as Regiões Sudeste/Centro-Oeste (38% do total). A região concentra a maior parcela do consumo energético do País e demanda medidas de reforço.

Os projetos apontados como necessários pelo operador têm papel crucial na proteção do Sistema Interligado Nacional (SIN), uma rede que chega a cerca de 110 mil km de linha de transmissão e conecta todos os Estados do País, à exceção de Roraima.

A principal vantagem dessa integração é permitir ao ONS o envio de energia para diversas regiões do País, independentemente de onde e por qual usina ela seja gerada. Por outro lado, aumenta o desafio de manter toda essa rede em funcionamento.

Petrobrás

A estatal vai ampliar geração de cinco usinas térmicas para ampliar a capacidade de geração do País. Trata-se de empreendimentos que estão em operação, mas tiveram parte de sua capacidade de geração cortada por questões de manutenção ou restrições operacionais. Em resposta ao jornal O Estado de S. Paulo a Petrobrás informou que serão acionadas as térmicas Baixada Fluminense (RJ), Fernando Gasparian (SP), Sepé Tiaraju (RJ), Luis Carlos Prestes (MS) e Governador Leonel Brizola (RJ). Essas usinas devem retomar suas operações plenas até o dia 18 de fevereiro, segundo informou na terça-feira, 20, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. A geração adicional a partir desta data será 867 megawatts (MW). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste registraram na segunda-feira, 19, um volume recorde de consumo de energia. Às 14h32, segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as regiões, tratadas como uma única área pelo órgão, chegaram a um pico de 51.596 megawatts (MW). O recorde anterior havia sido registrado uma semana atrás, com demanda de 51.295 MW no dia 13/01/2015. No Nordeste, o recorde de carga chegou a 12.166 MW às 15h34, sendo que o recorde anterior era de 11.999 MW, ocorrido em 14/01/2015.

O ONS informou que, a partir das 14h50, ocorreu a perda de geração de usinas, por conta da interrupção de geração da ordem de 2.600 MW. Essa interrupção ainda não foi detalhada pelo órgão gestor. A queda no abastecimento mexeu com a frequência elétrica, o que teria desestabilizado o sistema.

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O apagão ocorrido nesta segunda-feira, 19, em alguns Estados do País acende mais uma luz amarela para a gestão da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um ano de crise na economia.

Na avaliação do cientista político Carlos Melo, professor do Insper, numa comparação com o cenário ocorrido na gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que precisou criar até uma Câmara de Gestão da Crise de Energia, em maio de 2001, o problema hoje é muito maior.

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"Ao contrário do que ocorreu no governo FHC, onde a economia estava em crescimento e ele estava vivendo um clima positivo, hoje a situação é de crise e o momento muito pior", destaca Melo, complementando que o País não está crescendo, mas já está vivendo essa crise no abastecimento de energia.

As críticas do cientista político não se restringem apenas à gestão da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), reeleita em outubro do ano passado, mas também a outros gestores, como o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em razão da crise hídrica no Estado.

"Essas são questões que não pegam a gente de surpresa, em 2012 já se sabia da crise da água e da crise de energia, em 2013 com as milhares de pessoas que foram protestar nas ruas, num movimento deflagrado pelo Passe Livre, os gestores evitaram o polêmico, mas necessário racionamento de água e de energia. Veio 2014, ano de Copa do Mundo e de eleições, e essas questões foram deixadas de lado por questões políticas. E, agora em 2015, estamos enfrentando todos esses problemas, que poderiam ter sido evitados se houvesse gestão e gerenciamento."

Carlos Melo diz que "infelizmente o Brasil vive um cenário de falta de lideranças", que resulta num quadro de falta de alternativas de saída para todas essas crises.

"Vivemos uma entressafra ruim de lideranças políticas e não vejo nenhum deles enfrentando o problema para resolver de fato as crises hídrica e de energia. É preciso gerenciamento e planejamento, pois nosso País está caminhando mais pela força e teimosia das pessoas do que pela administração dos gestores públicos."

Problemas na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste e a elevação da demanda no horário de pico provocaram os cortes na oferta de energia elétrica nesta segunda-feira (19), informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Em nota, o ONS explica que esses dois problemas levaram à redução na frequência elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN), mesmo havendo "folga de geração". "A frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz", diz a nota do ONS.

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Por causa da queda na frequência ocorreu a perda de usinas geradoras de energia. De acordo com a ONS, foram atingidas as usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares (Sudeste); Cana Brava e São Salvador (Centro-Oeste); e Governador Ney Braga (Sul). No total, foram afetados 2.200 MW, nessas três regiões.

A determinação para que as distribuidoras de eletricidade reduzissem sua carga de energia teve como objetivo "restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais". Segundo a nota do ONS, foram atingidos "menos de 5%" da carga do SIN. A situação foi totalmente normalizada às 15h45.

O ONS confirmou que foi convocada para esta terça-feira, 20, às 14h30, no Rio, uma reunião com todos os agentes envolvidos para analisar a ocorrência, conforme antecipou o Broadcast.

A determinação do Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico que obrigou diversas distribuidoras do País a reduzir a oferta de energia, na tarde desta segunda-feira (19), retirou ao menos 2.770 MW do sistema. O número leva em consideração as cargas comunicadas pelas empresas AES Eletropaulo (700 MW), CPFL Energia (800 MW), Copel (320 MW), Light (500 MW), Elektro (200 MW), CEEE (100 MW) e Celesc (150 MW).

O número, contudo, deve ser mais expressivo, já que várias empresas não divulgaram detalhes sobre o corte. É o caso, por exemplo, das duas empresas da EDP Energias do Brasil, EDP Bandeirante e EDP Escelsa. Os dados de restrição da Cemig, Ampla, Celg e CEB também não foram detalhados pelas companhias.

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A restrição de fornecimento, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, foi estabelecida conforme previsto no Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac). O ONS, contudo, ainda não divulgou uma posição oficial a respeito do problema que originou a determinação enviada às distribuidoras e o acionamento do Erac, passadas mais de duas horas após comunicar as empresas sobre a necessidade de reduzir a oferta de energia.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico determinou que diversas distribuidoras de energia, com operações nas regiões Sudeste e Sul, reduzissem a oferta de energia durante uma parte da tarde desta segunda-feira (19). As companhias Eletropaulo, CPFL Energia, Copel e Light confirmaram a orientação do ONS. A reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a Ampla também recebeu igual determinação. A Cemig e a EDP Energias do Brasil ainda não confirmaram eventuais orientações do ONS. A Eletrobras, que opera apenas na região Nordeste, não recebeu nenhuma determinação.

A Eletropaulo foi orientada a reduzir a oferta em 700 MW de energia distribuída. No caso da CPLF Energia, a redução foi de aproximadamente 800 MW de energia. A primeira informou que restabeleceu a totalidade de sua carga de energia distribuída às 15h50. A CPFL, por outro lado, informou que a orientação inicial do ONS permitia o restabelecimento para um terço dos clientes atendidos. A Copel teve que reduzir a carga em 320 MW.

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O ONS ainda não comunicou a razão do ocorrido. Foram relatados problemas de falta de luz nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais e Amapá.

A mais recente previsão do Operador Nacional do Sistema (ONS) indica que o volume de água armazenada nos reservatórios da região Sudeste terá importante recuperação ao longo do mês de janeiro. Ao final do próximo mês, os reservatórios devem alcançar 31,8% do nível operativo, uma alta de mais de dez pontos porcentuais em relação ao patamar de 19,30% apurado no domingo, 28. A região Sudeste é responsável por 70% da capacidade de armazenamento de água pelo sistema elétrico nacional.

A primeira previsão divulgada incluindo dados de janeiro sinaliza que o nível dos reservatórios apresentará recuperação em todo o País, com destaque para as regiões Sul e Nordeste. Os reservatórios do Sul, que ontem estavam com 53,73% da capacidade, devem chegar ao final de janeiro com 61,3% do nível operativo. Na região Nordeste, o nível tende a subir dos atuais 17,37% para 28% da capacidade. No Norte, a oscilação esperada é de atuais 32,78% para 38,4% no dia 31 de janeiro.

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O volume de chuvas deve ser forte principalmente no Sul do País. O ONS prevê que a Energia Natural Afluente (ENA) naquela região seja, em janeiro, equivalente a 129% da média de longo termo (MLT) para o período. Na região Sudeste o número estimado equivale a 90% da média, pouco abaixo dos 92% da média previstos para o Norte. Na região Nordeste, a ENA em janeiro deve ficar em 63% da MLT.

Carga

No material divulgado na última sexta-feira, o ONS projeta que a carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) será 0,2% menor em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado será puxado pela queda de 1,4% na carga da região Sudeste. A carga estimada para janeiro é de 67.792 MW médios.

As demais regiões devem apresentar expansão da carga. Na região Nordeste, o indicador deve crescer 3,3%. Nas regiões Sul e Norte, a elevação esperada é de 0,5% e 0,6%, respectivamente.

O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS mostra que as condições de chuvas em dezembro continuam favoráveis, embora não tão consistentes quando o previsto na sexta-feira passada.

O ONS projeta que a Energia Natural Afluente (ENA) no Sudeste, região responsável por 70% do armazenamento de água nas hidrelétricas, ficará em 94% da média de longo termo (MLT) do mês de dezembro. O número é inferior aos 107% da média previstos na semana passada, porém permanece acima do nível entre 60% a 70% da MLT registrado em novembro.

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Na Região Sul as projeções também são menos otimistas, e agora o ONS indica afluência equivalente a 84% da média histórica - era de 98% da MLT na sexta-feira passada. Já a estimativa para o subsistema Nordeste foi elevada de 78% para 83% da MLT, variação positiva dado o atual patamar dos reservatórios na região. A projeção para ENA na Região Norte foi reduzida de 87% para 73% da MLT.

Com a percepção menos otimista em relação ao nível de chuvas em dezembro, o ONS também reduziu a estimativa do nível dos reservatórios ao final do mês. No Sudeste, onde os reservatórios estavam com 16,15% da capacidade até ontem (5), esse número deve subir a 22,1% no fim do mês. Na sexta-feira passada, o ONS previu que os reservatórios terminassem o ano com 24,3% da capacidade.

As projeções para as Regiões Sul e Norte também foram reduzidas. No caso do Sul do País, os reservatórios devem terminar o ano com 48,4% da capacidade - estava em 54,7% na semana passada. No caso da Região Norte, houve redução de 34,1% para 30,7%. No Nordeste, por outro lado, a previsão foi elevada de 21,3% para 22,3% da capacidade.

Conforme a medição da sexta-feira (5) feita pelo ONS, os reservatórios operavam com 61,88% no Sul, 13,29% no Nordeste e 27,16% na Região Norte.

Carga

O ONS também anunciou na sexta (5) a primeira revisão para a projeção de carga mensal no sistema nacional (SIN) durante dezembro. A demanda deve crescer 3,3%, abaixo da estimativa de 3,5% da sexta-feira passada. A carga prevista no mês está em 66.369 MW médios, ante 66.536 MW médios previstos uma semana atrás.

A variação é explicada principalmente pelo cenário menos robusto previsto na Região Sudeste, cuja carga responde por quase 60% da demanda do País. A projeção mensal foi reduzida de 3,7% em dezembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 2,8%. Na Região Sul, por outro lado, a variação esperada foi ampliada de 3,9% para 4,7%. A projeção para a Região Nordeste foi mantida em 5,3%, enquanto a retração esperada na Região Norte foi ajustada de -2,1% para -0,7%.

Custo

A sinalização de menor volume de chuvas nas Regiões Sudeste e Sul levou o operador a elevar o custo marginal de operação (CMO) semanal de R$ 549,83/MWh na semana passada para R$ 659,76/MWh, valor válido para os subsistemas Sudeste, Sul, Nordeste e Norte.

Apesar da elevação de 20% entre as duas semanas, o patamar do CMO indica que o preço de liquidação das diferenças continuará abaixo do teto de R$ 822,83/MWh estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O PLD, valor utilizado nas operações de compra e venda de energia no mercado de curto prazo, é balizado pelos valores do CMO e permaneceu no patamar máximo durante seis semanas entre os meses de outubro e novembro. AS informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) divulgou, nesta sexta-feira (5) a primeira revisão das projeções de volume de chuvas e nível de reservatórios para o mês de dezembro, e as indicações mostram números menos favoráveis do que aqueles anunciados uma semana atrás. A sinalização de menor volume de chuvas nas regiões Sudeste e Sul levou o operador a elevar o custo marginal de operação (CMO) semanal de R$ 549,83/MWh na semana passada para R$ 659,76/MWh, valor válido para os quatro subsistemas (Sudeste, Sul, Nordeste e Norte).

A despeito da elevação de 20% na comparação entre as duas semanas, o patamar do CMO indica que o preço de liquidação das diferenças continuará abaixo do patamar teto de R$ 822,83/MWh estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O PLD, valor utilizado nas operações de compra e venda de energia no mercado de curto prazo, é balizado justamente pelos valores do CMO e permaneceu no patamar máximo durante seis semanas entre os meses de outubro e novembro. O valor do PLD para a próxima semana deve ser divulgado ainda hoje pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS mostra que as condições de chuvas em dezembro continuam favoráveis, embora não tão consistentes quando o previsto na sexta-feira, 28 de novembro. O ONS projeta que a Energia Natural Afluente (ENA) no Sudeste do País, região responsável por 70% do armazenamento de água nas usinas hidrelétricas, ficará em 94% da média de longo termo (MLT) do mês de dezembro. O número é inferior aos 107% da média previstos na semana passada, porém permanece acima do nível entre 60% a 70% da MLT registrado em novembro.

Na região Sul as projeções também são menos otimistas, e agora o ONS indica uma afluência equivalente a 84% da média histórica - era de 98% da MLT na sexta-feira passada. A estimativa para o subsistema Nordeste, por outro lado, foi elevada de 78% para 83% da MLT, variação positiva dado o atual patamar dos reservatórios na região. A projeção para ENA na região Norte foi reduzida de 87% para 73% da MLT.

Com a percepção menos otimista em relação ao nível de chuvas em dezembro, o ONS também reduziu a estimativa do nível dos reservatórios ao final do mês. Na região Sudeste, onde os reservatórios estavam com 16,15% da capacidade até ontem, esse número deve subir a 22,1% ao final do mês. Na sexta-feira passada, o ONS previu que os reservatórios terminassem o ano com 24,3% da capacidade.

As projeções para as regiões Sul e Norte também foram reduzidas. No caso do Sul do País, os reservatórios devem terminar o ano com 48,4% da capacidade - estava em 54,7% na semana passada. No caso da região Norte, houve redução de 34,1% para 30,7% da capacidade. Na região Nordeste, por outro lado, a previsão foi elevada de 21,3% para 22,3% da capacidade.

Conforme a medição de quinta-feira, 4, feita pelo ONS, os reservatórios operavam com 61,88% no Sul, 13,29% no Nordeste e 27,16% na região Norte.

Carga

O ONS também anunciou nesta sexta-feira, 5, a primeira revisão para a projeção de carga mensal no sistema nacional (SIN) durante o mês de dezembro. A demanda deve crescer 3,3%, abaixo da estimativa de 3,5% apresentada na sexta-feira passada. A carga prevista no mês está em 66.369 MW médios, contra 66.536 MW médios previstos uma semana atrás.

A variação é explicada principalmente pelo cenário menos robusto previsto na região Sudeste, cuja carga responde por quase 60% da demanda do País. A projeção mensal foi reduzida de 3,7% em dezembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 2,8%. Na região Sul, por outro lado, a variação esperada foi ampliada de 3,9% para 4,7%. A projeção para a região Nordeste foi mantida em 5,3%, enquanto que a retração esperada na região Norte foi ajustada de -2,1% para -0,7%.

O mais recente cenário traçado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para 2015 descarta a possibilidade de o Brasil precisar adotar um racionamento de energia no próximo período seco, a partir de maio. Diante do volume de chuvas esperado para o período úmido, entre novembro e abril, e da disponibilidade de geração térmica, o nível dos reservatórios na região Sudeste deve chegar ao final de abril em aproximadamente 60%. Acima, portanto, dos 39% registrados em abril deste ano, o que evidencia um cenário mais favorável em termos numéricos, mas ainda incapaz de permitir ao ONS abrir mão da operação das usinas térmicas.

Um estudo elaborado pela Safira Energia a pedido Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, com base em projeções anunciadas na semana passada pelo operador nacional, mostra que o risco de haver um racionamento de energia em 2015 não é tão premente quanto sugerem alguns críticos ao modelo proposto pelo governo federal. Tampouco é tão confortável quando indicam algumas declarações de membros do governo. A razão está no fato de o nível de chuvas nos próximos seis meses ser determinante para delinear a situação brasileira no próximo período seco.

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O nível dos reservatórios no mercado que engloba as regiões Sudeste e Centro-Oeste estava em 18% ontem, de acordo com o ONS. Até o final de novembro, ele deve estar abaixo de 17%. Porém, a partir de dezembro, o nível dos reservatórios tende a se recuperar e mais do que triplicar até o final de abril. Espera-se que, entre janeiro e abril, a energia natural afluente (ENA) - o indicador que dimensiona o volume de chuvas nas regiões dos reservatórios - fique próxima a 80% da média histórica registrada nas últimas oito décadas.

Alcançada essa marca, o nível dos reservatórios na região Sudeste poderá chegar a 59,15% da capacidade ao final de abril, de acordo com o levantamento da Safira. Essa previsão, pondera o gerente de regulação da Safira Fábio Cuberos, considera um cenário no qual as térmicas rodarão a plena durante todo o período chuvoso. "Se chegarmos a 55% ou 60% da capacidade no final do período úmido, não teremos problemas de desabastecimento, desde que o ONS mantenha as térmicas, como tem sido sinalizado", explica o gerente da gestora de energia. "Desligar as térmicas nesse cenário esperado seria uma temeridade", complementa Cuberos.

O número, aparentemente confortável quando comparado aos atuais níveis ou até mesmo àqueles registrados no início deste ano, esconde uma série de riscos. Cuberos lembra que a simulação não considera a necessidade de paradas programadas nas térmicas e eventuais problemas de transmissão na interconexão entre o Sudeste e outras regiões.

Outro risco, ainda mais preocupante, estaria na possibilidade de o volume de chuvas ficar aquém do esperado para o período úmido. Em uma simulação na qual os níveis pluviométricos do último período chuvoso são repetidos no próximo intervalo de novembro a abril, a situação se mostra muito menos confortável. Os reservatórios, nesse caso, chegariam a abril com 48% da capacidade. "O fato é que estamos dependendo da chuva. O sistema está em stress e o nível dos reservatórios está baixo. As térmicas devem ficar ligadas e dependeremos muito do próximo período úmido", sintetiza Cuberos.

O estudo elaborado pela Safira dimensiona o grau de dependência do sistema elétrico brasileiro em relação às chuvas. Caso o nível de afluências entre novembro deste ano e abril de 2015 ficasse em linha com a média, ou seja, 100% da média de longo termo (MLT), o nível dos reservatórios na região Sudeste chegaria ao final do período úmido em impensáveis 97% da capacidade, considerando os padrões atuais.

Esse número, contudo, não será alcançado dado que as previsões dos institutos de meteorologia, do ONS e de diversos especialistas sugerem chuvas abaixo da média histórica para o período. Além disso, a previsão do ONS para o mês de novembro indica chuvas equivalentes a apenas 74% da média de longo termo (MLT).

Outro fator limitante ao aumento do nível dos reservatórios da região Sudeste, explica Cuberos, está associado ao custo de geração de energia. Em um eventual cenário de forte recuperação dos reservatórios durante os primeiros meses do ano, o ONS tenderia a desligar as térmicas mais caras. Com isso, a geração das hidrelétricas seria maior e a recomposição dos reservatórios, mais moderada.

O Custo Marginal de Operação (CMO), usado no cálculo do valor da energia comercializada no mercado livre, para a semana de 27 de setembro a 3 de outubro ficou em R$ 664,12 por megawatt-hora (MWh), segundo o Programa Mensal da Operação (PMO), divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Na semana anterior, de 20 a 26 deste mês, o CMO estava em R$ 731,59/MWh. A queda de 9,2% do preço "foi decorrente da atualização da previsão de vazões", trouxe a PMO.

Nos quatro subsistemas, o custo da carga pesada foi determinado em R$ 683,69/MWh; o da carga média, em R$ 676,33/MWh; e o da carga leve, em R$ 640,55/MWh.

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O ONS prevê que, na próxima semana, a carga do subsistema Sudeste/Centro-Oeste irá crescer 0,5%, por causa da baixa demanda da indústria. Nos subsistemas Sul e Nordeste, as taxas de crescimento foram projetadas em 2,3% e 2,2%, respectivamente, com base na expectativa de expansão do consumo de energia nos segmentos residencial e comercial. Para a região Norte, é esperado aumento de carga de 1,9%, "apesar da carga de um grande consumidor livre do ramo de metalurgia se manter em nível reduzido", informou o Operador.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou, na tarde desta sexta-feira (12), o indicador de custos marginais de operação (CMO) para o período de 13 a 19 de setembro, com elevação do indicador para todos os subsistemas. O CMO médio semanal passou de R$ 693,97/MWh para R$ 759,97/MWh, alta de 9,5%.

O CMO é uma referência da trajetória esperada para o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador utilizado como referência de preço para a energia comercializada no mercado de curto prazo. O cálculo do PLD válido para o período considerado deve ser divulgado ainda hoje pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado hoje pelo ONS também revela que as previsões de afluência para o mês de setembro feitas nesta semana são menos favoráveis do que aquelas anunciadas uma semana atrás. A previsão de Energia Natural Afluente (ENA) para o subsistema Sudeste em setembro foi reduzida de 78% para 74% da média de longo termo (MLT).

Para a região Sul, a estimativa foi reduzida de 114% da MLT para 87% da MLT do mês. Para o subsistema Norte, o ajuste foi de 85% da MLT para 78% da MLT. No Nordeste, a previsão foi reduzida de 56% da MLT para 54% da MLT.

Com a previsão menos favorável, o ONS também revisou a previsão do nível dos reservatórios ao final de setembro. Para a região Sudeste, a mais importante do País, a estimativa no dia 30 de setembro foi reduzida de 25,1% para 24,4%. No Sul, caiu de 84,9% para 68,9%. No Nordeste, a redução foi de 21,9% para 21,5%. Já na região Norte, a previsão foi reduzida de 51,5% para 47,3%.

Na quinta-feira, 11, de acordo com dados disponibilizados pelo ONS, os reservatórios na região Sudeste estavam em 28,40% da capacidade de armazenamento. Na região Sul, o número chegou a 74,17%. No Nordeste, o indicador ficou em 25,37%. Já no Norte, o nível dos reservatórios estava em 55,16% da capacidade.

Carga

O ONS também revisou a previsão da carga mensal no sistema nacional para o mês de setembro, que deverá ficar em 64.215 MW médios. O número é inferior à estimativa anterior, de 64.426 MW médios em setembro. Caso confirmada a nova projeção, a carga terá crescimento de 1,3% na comparação com o mesmo mês de 2013, abaixo da projeção de +1,6% divulgada na sexta-feira passada.

A principal mudança nas previsões do operador ocorreu na região Nordeste, onde a carga deverá crescer 3,1%, e não mais 6,2% em setembro, como previsto anterior. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, a expansão esperada em setembro é de 0,1%, abaixo da estimativa de 0,4% projetada sexta-feira passada. Na região Sul, por outro lado, o número estimado foi elevado de 1,9% para 3,7%. Na região Norte, a revisão foi de +1,2% para +1,3%. (

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) recebeu uma sinalização positiva de técnicos dos institutos de meteorologia, de que o início do período de chuvas neste ano poderá seguir a normalidade, afirmou nesta terça-feira (26) o diretor-geral do órgão, Hermes Chipp. "Eles disseram que há possibilidade razoável de a estação úmida começar dentro da normalidade", afirmou Chipp, após a abertura do Brasil Windpower 2014, evento do setor de energia eólica, no Rio.

Nesse caso, a transição do período seco para o de chuvas começaria em meados de setembro para a estação chuvosa já estar plena entre meados e fim de outubro. Isso não garante, segundo Chipp, que o nível dos reservatórios das hidrelétricas poderá recuperar-se rapidamente, pois depende da quantidade de chuva e de que esta caia nas bacias que mais precisam. Segundo o diretor do ONS, há reuniões com técnicos de meteorologia a cada 15 dias.

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