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O cientista político Carlos Melo, professor do Insper, avalia que o presidente Jair Bolsonaro ficou "refém de uma parte dos seus eleitores, os mais radicais". Para Melo, a última live do presidente antes de deixar o cargo simbolizou o seu dilema, traduzido em um silêncio de dois meses desde que foi derrotado nas urnas pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva. Leia a entrevista:

O presidente Jair Bolsonaro fez uma live, a última antes de deixar o Palácio do Planalto, marcada por justificativas ao seu público pelo silêncio de dois meses enquanto apoiadores se manifestavam contra a vitória de Lula. Como avalia esse discurso final?

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Bolsonaro ficou refém de uma de uma parte dos eleitores mais radicais, que vieram com ele até o final e não queriam que ele assumisse a posição civilizada e democrática. Para não desprezar esse leitor radical então ele vem com uma live no final pedindo desculpas, que não pôde atendê-los com um golpe. Bolsonaro preferiu liderar os radicais ao invés de liderar uma base social mais ampla que lhe deu quase 50% dos votos agora.

Até que ponto o recolhimento do presidente foi calculado?

Sim, o recolhimento foi calculado justamente por ele não poder se posicionar. Se se posicionar em relação aos radicais perde o eleitor mais amplo; se se posicionar de uma forma democrática perde os radicais. Esse é o seu dilema.

Bolsonaro foi o primeiro presidente no exercício do cargo que não conquistou a reeleição. Mas ele obteve cerca de 400 mil votos a mais no segundo turno de 2022 na comparação com 2018. Qual a força do bolsonarismo com Bolsonaro fora do poder?

Quando você olha 49,1% dos votos do Bolsonaro, você tem que pensar na teoria dos conjuntos. O conjunto maior chama-se antipetismo. Depois temos o governismo. O governismo é muito forte no Brasil quando ele passa dos limites da lei, como aconteceu agora com aprovação de medidas econômicas e gastos em pleno período eleitoral. E tem o bolsonarismo, com seus 25% (do eleitorado), que não é pouco, é muito, Com o poder do governismo e do antipetismo Bolsonaro só não se reelegeu porque o antibolsonarismo foi maior. Não foi o petismo que ganhou. A rejeição do Bolsonaro foi maior e por isso que não veio a reeleição, também por todos os erros que ele cometeu, pelo seu estilo, pelos erros que cometeu na pandemia e também na economia.

Lula, na montagem do governo e em sua mensagem inicial, indica trabalhar por uma gestão ampla, que, de fato, ajude a reconciliar os "dois Brasis"?

O desafio do Lula não é nem reconciliar os dois Brasis logo de cara, é ter governabilidade, ter maioria no Congresso com aqueles números básicos: 171 votos para não sofrer o impeachment na Câmara, 257 votos para não ser refém de uma pauta-bomba - como aconteceu com a Dilma Rousseff com Eduardo Cunha - e 308 votos para fazer reformas. Sobretudo a reforma tributária, que está pronta para votar e que pode significar uma grande diferença. Para reconciliar o presidente da República vai ter que ser muito diligente em relação à corrupção. Como se diz: faz a fama e deita na cama. Lula não pode transigir com relação à corrupção, porque essa é a base do antipetismo. E vai ter que desenvolver fortemente a economia, rapidamente diminuir o desemprego, conter a inflação e, portanto, aumentar o sentimento de bem-estar econômico. E também a reconstruir a imagem do Brasil no exterior, sobretudo a partir da questão do meio ambiente.

O cientista político Carlos Melo, professor do Insper, avalia que a Operação Guinhol, deflagrada na manhã desta terça-feira, 15, pela Polícia Federal (PF) e que tem como alvo o deputado federal e presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), só "aumenta a confusão" entre o partido e o presidente Jair Bolsonaro.

"Não diria que a operação fortalece o presidente. Ele está brigando com o Luciano Bivar, mas ainda é o partido dele. O partido trabalhou para que ele fosse eleito. Não se sabe ainda, tem que avaliar, se não tem nenhum respingo na campanha dele Bolsonaro."

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O cientista político ressalta que ainda não está claro como Bivar vai encarar a operação da PF, "se como uma investigação normal ou como uma retaliação". "Não sabemos também se haverá retaliação do próprio Bivar em relação a isso", disse Melo. "Toda ação tem uma reação, a gente tem que ver os desdobramentos", acrescentou. A defesa de Luciano Bivar se manifestou nesta manhã e afirmou que vê o mandato de busca e apreensão deflagrado pela Polícia Federal como "situação fora de contexto."

A Operação Guinhol apura supostas fraudes na aplicação de recursos destinados a candidaturas femininas em Pernambuco. De acordo com a PF, há indícios de que os recursos destinados às candidaturas de mulheres foram usados "de forma fictícia" e "desviados para livre aplicação do partido e de seus gestores".

Ministro do Turismo

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, também é investigado por suposto desvio de recursos por meio de candidaturas femininas laranjas nas eleições de 2018, quando era presidente do PSL em Minais Gerais. Para Carlos Melo, o fato de o presidente Jair Bolsonaro ainda o manter no cargo mostra "dois pesos e duas medidas".

"O rigor que Bolsonaro e o bolsonarismo sempre tiveram em relação aos adversários, parece não haver em relação aos seus próximos", afirma o cientista político. "Imagina se esse tipo de acontecimento, se esses personagens estivessem em um partido adversário, no PT, PSDB ou MDB, como o Bolsonaro e o bolsonarismo reagiriam?", questionou.

Brigas internas

A crise entre o presidente e o PSL ficou evidente na terça-feira passada, 8, quando Bolsonaro recomendou, na porta do Palácio do Alvorada, a um apoiador que "esquecesse" o partido e afirmou que Luciano Bivar "está queimado para caramba". Ontem, o porta-voz da Presidência, o general Otávio do Rêgo Barros, disse que "qualquer casamento é passível de divórcio", ao ser questionado sobre a possível saída de Bolsonaro da legenda.

Ainda na semana passada, o presidente pediu uma auditoria nas contas do PSL dos últimos cinco anos para avaliar como os recursos do Fundo Partidário foram usados. Já o comando do partido sinalizou que irá pedir uma auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado.

Para Carlos Melo, o partido enfrenta uma disputa de poder vinculada às verbas do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário e ao controle de diretórios regionais, como os de São Paulo e do Rio de Janeiro. O cientista político avalia que mesmo um enfraquecimento de Luciano Bivar devido à operação da PF não deve acalmar os ânimos. "Essa disputa não tende a se resolver rapidamente. As disputas de poder internas tendem a ter um grau de emoção e de contundência até maior do que as disputas para fora."

Já sobre a articulação do governo no Congresso, Melo acredita que nada muda. "Já é uma articulação muito ruim, certamente ela não melhora. Mas para a coordenação do governo, o PSL não tem sido muito importante", afirma o cientista político, para quem a agenda do Legislativo tem dependido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). "O que tem acontecido no Congresso ultimamente é que ele tem autonomia própria. O Congresso hoje vota a despeito do governo. E essa situação só deixa o governo mais vulnerável."

No dia 2 de setembro, o pernambucano Carlos Melo, de apenas 21 anos, lançará o livro Aaron Fischer e a prova dos elementos, na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. A obra, que faz uma mistura de Game of Thrones e Harry Potter, une magia, batalhas, deuses e um grande herói adolescente, que prometem agradar os jovens.

O jovem escritor vai estar nos estandes Pernambuco Continente Imaginário e no da editora Novo Século. O projeto do autor, que já está trabalhando no segundo exemplar da série, é traduzir a obra para o inglês e enviá-la para editoras estrangeiras. Segundo Calos, os personagens tiveram inspiração dos super-heróis Percy Jackson, Harry Potter e Game of Thrones. Ele também é fã de Star Wars, Senhor dos Anéis e X Men.

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Serviço

Lançamento do livro “Aaron Fischer e a prova dos elementos”

Autor: Carlos Melo

Bienal do Livro de São Paulo (Pavilhão do Anhembi - Avenida Olavo Fontoura, em São Paulo)

2 de setembro | 16h Estande Pernambuco Continente Imaginário e  18h: Estande Editora Novo Século

Com a proposta de servir como instrumento de pesquisa e documentação da produção fotográfica pernambucana da última década, o site Limiares - Fotografia em Pernambuco, do jornalista e pesquisador Paulo Carvalho, será lançado nesta quarta (16), no Café Bogart. A página reúne, inicialmente, trabalhos de nove fotógrafos, mas estará aberto à incorporação de novos nomes com obras que permeiam a fronteira entre a arte contemporânea e a fotografia. 

Marcelo Coutinho, Paulo Meira, Oriana Duarte, Carlos Mélo, Rodrigo Braga, Bruno Vilela, Jonathas de Andrade, Manoel Veiga e João Manoel Feliciano são os primeiros artistas que compõem o acervo do site. O intuito do idealizador do projeto, Paulo Carvalho, é levar ao conhecimento das novas gerações estes fotógrafos que já não atuam mais em Pernambuco, além de criar um banco de informações voltado para a relação entre fotografia e artes visuais. Os equipamentos do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam) e as galerias da Fundação Joaquim Nabuco serviram de baliza para a pesquisa. 

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A página traz imagens em galerias acompanhadas de entrevistas que esclarecem como a linguagem fotográfica é incorporada no processo de cada artista. Além disso, um texto crítico complementa o material oferecendo uma abordagem mais ensaística centrada no pensamento da fotografia enquanto objeto dos trabalhos. 

Serviço

Lançamento do site Limiares - Fotografia em Pernambuco

Quarta (16) | 19h

Bogart Café (Rua Afonso Pena, 96- Santo Amaro)

Gratuito

O apagão ocorrido nesta segunda-feira, 19, em alguns Estados do País acende mais uma luz amarela para a gestão da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um ano de crise na economia.

Na avaliação do cientista político Carlos Melo, professor do Insper, numa comparação com o cenário ocorrido na gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que precisou criar até uma Câmara de Gestão da Crise de Energia, em maio de 2001, o problema hoje é muito maior.

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"Ao contrário do que ocorreu no governo FHC, onde a economia estava em crescimento e ele estava vivendo um clima positivo, hoje a situação é de crise e o momento muito pior", destaca Melo, complementando que o País não está crescendo, mas já está vivendo essa crise no abastecimento de energia.

As críticas do cientista político não se restringem apenas à gestão da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), reeleita em outubro do ano passado, mas também a outros gestores, como o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em razão da crise hídrica no Estado.

"Essas são questões que não pegam a gente de surpresa, em 2012 já se sabia da crise da água e da crise de energia, em 2013 com as milhares de pessoas que foram protestar nas ruas, num movimento deflagrado pelo Passe Livre, os gestores evitaram o polêmico, mas necessário racionamento de água e de energia. Veio 2014, ano de Copa do Mundo e de eleições, e essas questões foram deixadas de lado por questões políticas. E, agora em 2015, estamos enfrentando todos esses problemas, que poderiam ter sido evitados se houvesse gestão e gerenciamento."

Carlos Melo diz que "infelizmente o Brasil vive um cenário de falta de lideranças", que resulta num quadro de falta de alternativas de saída para todas essas crises.

"Vivemos uma entressafra ruim de lideranças políticas e não vejo nenhum deles enfrentando o problema para resolver de fato as crises hídrica e de energia. É preciso gerenciamento e planejamento, pois nosso País está caminhando mais pela força e teimosia das pessoas do que pela administração dos gestores públicos."

A cidade de Caruaru, no Agreste pernambucano, recebe a partir deste sábado (12) a I Bienal do Barro do Brasil. Idealizada pelo artista Carlos Mélo, a primeira edição do evento tem como tema Água mole, pedra dura e conta com oficinas e exposição de obras de 16 artistas convidados. A Bienal segue até o dia 19 de maio, na Fábrica Caroá e no Sesc da cidade.

Com curadoria do carioca Raphael Fonseca, a Bienal será dividida entre o Núcleo Contemporâneo, que ficará na Fábrica Caroá, e o Núcleo Histórico, que ocupará o SESC Caruaru com instalações e oficinas. Ambos se localizam no mesmo quarteirão e ficam próximos à entrada principal do Parque de Eventos Luiz Gonzaga.

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Além de expor peças feitas a partir do barro, o evento também traz debates acerca da cidade de Caruaru, abordando sua arte e sua história. Os 16 artistas convidados, entre eles os recifenses José Paulo e Márcio Almeida, expõem seus trabalhos em diversas plataformas como fotografia, escultura e pintura. A maioria das obras foi feita em Caruaru no período de fevereiro e março deste ano. Elas ficarão expostas no pavilhão da Fábrica Caroá. 

A visitação dos núcleos pode ser feita de terça a domingo, das 10h às 19h. A entrada é gratuita.

A 18ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil conta com 3 artistas pernambucanos que foram selecionados para participar da mostra comepetitiva Panoramas do Sul, que comemora 30 anos de existência. O festival acontece de 5 de novembro de 2013 a 2 de fevereiro de 2014 em São Paulo.

Amanda Melo, de São Lorenço da Mata, vai exibir Escudo, uma escultura formada por escudos feitos de sal que se transformam durante a mostra pela ação de uma goteira. Amanda já participou do Panorama da Arte Brasileira, se apresentou no Instituto Tomie Ohtake e faz parte das coleções do MAM do Rio de Janeiro, do Museu de Arte da Pampulha e do Centro Cultural Banco do Nordeste.

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Gabriel Mascaro, do Recife, convidou 7 adolescentes a filmar, por uma semana a vida de suas empregadas domésticas. O material bruto foi editado pelo artista e virou o documentário Doméstica. Gabriel teve seu trabalho exibido no Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Contemporánea de Barcelona e participou de diversos festivais internacionais de cinema além de ter recebido destaque nas revistas Variety, dos EUA e Cahiers du Cinema, da França.

Uma escada feita com ossos humanos é o trabalho que Carlos Mélo, de Riacho das Almas, irá apresentar no Videobrasil. Sobre-humano mostra a fragilidade do nosso corpo por resultar em uma escada precária, que não pode ser utilizada. O artista já participou de mostras no Paço das Artes, Itaú Cultural, em São Paulo, no MAMAM de Recife e MAM de Lisboa.

Serviço

18ª edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil

5 de novembro a 2 de fevereiro de 2014

Sesc Pompeia e Cine Sesc

Gratuito

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