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Quem consome arquivos baixados ilegalmente pode ser um dos principais públicos da indústria da cultura no mundo. Um estudo da American Assembly, centro afiliado à Universidade Columbia (EUA), afirma que quem compartilha arquivos em redes P2P (torrent), compra em média 30% mais música do que pessoas que não utilizam ferramentas de trocas de arquivos. 

Pesquisadores analisaram hábitos de consumo de 2,3 mil pessoas maiores de 18 anos nos Estados Unidos e na Alemanha. Entre os argumentos utilizados pelos cientistas para a conclusão estão o fato de pessoas que confessaram baixar arquivos via P2P tinham uma coleção musical maior do que as outras - e adquirida legalmente. 

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Nos Estados Unidos, essas pessoas têm 37% mais músicas do que as que não usam P2P. Na Alemanha, os dados são ainda mais evidentes. Os usuários de redes de download pirata compram três vezes mais música do que as pessoas que não baixam nada. 

Para os autores do estudo, os aficionados por música na Alemanha - que baixam uma grande quantidade de música - são também os que compram muito mais do que os não aficionados. 

Estudos como esses vão na contramão das acusações da indústria, que afirmam que a pirataria prejudica os artistas e gera desemprego. Acusação que as mesmas utilizam para pressionar governos para que endureçam medidas de punição contra quem baixa arquivos ilegalmente. “Nossos dados são bem claros em relação a este ponto, e se alinham a vários outros estudos: os maiores piratas são também as pessoas que mais gastam com música”, disse Joa Karaganis, da American Assembly.

Seguindo os efeitos do fechamento do  Megaupload e dos comentários feitos pelo vice-presidente da Paramount Pictures, os serviços Wupload e o FileServe deixaram oficialmente a área de compartilhamento de arquivos.

Conforme informamos, o FileServe já havia desabilitado a opção de compartilhar arquivos em 24 de janeiro e, apesar de o site nunca ter anunciado, usuários afirmam que o serviço havia voltado a funcionar. Entretanto, o tráfego do portal continuou a cair vertiginosamente, segundo informações do Torrent Freak.

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fileservegraph

Depois de ter sido chamado de "aproveitador" pela Paramount na semana passada, o portal restabeleceu a proibição total do compartilhamento de arquivos com terceiros.

Ao tentar acessar arquivos de outros usuários do serviço, os internautas agora se deparam com essa mensagem:

fileservenotice
 Agora só é possível baixar arquivos que você mesmo fez upload

O Wupload afirmou em novembro do ano passado que iria desabilitar o programa de afiliação do serviço e observou uma grande queda na quantidade de acessos ao portal. 

wuploadstat
Os acessos do portal caíram vertiginosamente com o fim do compartilhamento de arquivos

Mesmo assim, o Wupload anunciou oficialmente que vai remover totalmente o compartilhamento de dados.

wupload
A empresa diz que não é um site de compartilhamento e que só permite o download de dados pessoais

Ambas empresas agora oferecerão um serviço de armazenamento em nuvem acessível apenas para os proprietários de cada conta.

Durante a conferência sobre direitos autorais, chamada On Copyright, na semana passada, o vice-presidente da Paramount Pictures Alfred Perry afirmou que "mais de 41 bilhões de visualização (por ano) são geradas por 5 serviços de compartilhamento. São 5 visualizações por pessoa no planeta", segundo o portal CNET.

Após o discurso, Perry chamou os cinco principais serviços de compartilhamento de "aproveitadores". Em ordem alfabética, são eles: Depositfiles, FileServe, Mediafire, Putlocker e o Wupload. Entretanto, ele não declarou se os portais estavam sob investigação.

A BitTorrent.inc anunciou que está desenvolvendo uma versão do  µTorrent para smartphones e tablets com sistema operacional Android. O aplicativo deve conter as mesmas funções que o software para PCs e Macs, de acordo com o portal Torrent Freak.

Apps de controle remoto de torrents já estavam disponíveis para usuários Android há algum tempo. Com elas, é possível controlar o software no seu computador, realizando tarefas como baixar arquivos ou apagar torrents com o seu smartphone.

torrent
O aplicativo está em desenvolvimento, mas ainda não há previsão de lançamento

Com o novo aplicativo seria possível fazer downloads diretamente do seu celular, usando conexões Wi-Fi ou 3G, e armazená-los na memória do aparelho. “Como toda empresa, sabemos que a experiência móvel é importante para nossos usuários”, disse a BitTorrent.inc ao portal Torrent Freak.

Segundo a BitTorrent.inc, ainda não há uma data de lançamento definida para o software móvel.

Com cerca de 140 milhões de usuários em todo o mundo, o µTorrent é a plataforma de torrents mais usada do mercado e claramente vê uma possibilidade de crescimento na plataforma Android. O µTorrent pertence aos criadores do protocolo BitTorrent desde 2006.

A BitTorrent.inc não disse nada sobre uma possível versão de seu software para iOS, até porque a Apple é bastante restritiva com os aplicativos que disponibiliza na App Store e pode considerar o programa potencialmente ilegal.

Desde o começo de 2010, cerca de 200 mil usuários americanos de BitTorrent foram processados por compartilharem arquivos. Quem os acusa, no entanto, não são as grandes companhias; desta vez, as responsáveis são as pequenas empresas – que passaram a ser chamadas, pejorativamente, de "copyright trolls".

De acordo com o portal TorrentFreak, elas contratam grandes equipes de advogados para irem atrás de pessoas que baixam ilegalmente conteúdo protegido. É importante destacar, no entanto, que, embora 200 mil internautas tenham sido acionados judicialmente, isso não significa que eles foram culpados ou sequer que serão julgados.

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Essas pequenas companhias sabem que não conseguirão levar todos ao júri. A intenção, a rigor, é obter as informações pessoais dos réus. Uma vez que conseguem tais dados, elas recuam e oferecem um acordo para dar fim ao caso. Em geral, aceitam uma compensação entre 1500 e 3 mil dólares.

Muitos internautas caem nessa armadilha, mesmo quando não são culpados. Afinal, proteger-se contra uma acusação – mesmo no caso de evidente inocência – pode custar caro, principalmente se o pior ocorrer. Até porque as quantias referentes a processos por infração de direitos autorais costumam ser bastante altas.

Ao longo deste ano, os juízes descartaram milhares dessas ações, mas o TorrentFreak, que as acompanha, calcula que ainda há por volta de 145 mil ativas. Uma razoável parte é por conta do processo movido pela produtora do filme Guerra ao Terror, a Voltage Pictures, que acusa 24.583 usuários de baixarem a obra sem o devido pagamento.

O portal também destaca que, apesar do significativo número, nenhum caso chegou a ser julgado. Em outras palavras, as “evidências” que os “copyright trolls” dizem ter ainda não foram colocadas à prova, ou seja, não se sabe seriam consideradas suficientes.

Isso, porém, pouco importa a essas companhias. Se supusermos que 100 mil autuações sejam aceitas, e que o acordo alcance o montante de 2500 dólares, elas arrecadarão um quarto de bilhão, graças à pirataria e aos grandes estúdios, que abriram o caminho para suas atitudes.

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