Tópicos | Pablo Pérez

Principal vítima do violento ataque ao ônibus do Boca Juniors no último sábado, o volante Pablo Pérez relatou o medo vivido nos minutos em que foi um dos alvos dos objetos atirados pelos torcedores do River Plate. Nesta segunda-feira, em sua primeira aparição após o caso, o jogador de 33 anos cravou: "Não desejo isso para ninguém".

"Eles se dedicaram a atirar pedras, garrafas. Todas as pessoas estavam juntas em um só lugar. Foram minutos que não desejo para ninguém. Eram estilhaços de vidro constantemente. Não foi muito longe do estádio, foi bastante próximo", relatou em entrevista a repórteres argentinos.

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Pérez sofreu lesões no olho e no braço e precisou ser encaminhado ao hospital imediatamente após o ataque. Naquele momento, a ordem era de que a decisão da Libertadores fosse realizada quando o jogador retornasse, mas ele deixou claro nesta segunda que não queria jogar.

"Não posso ir a um campo onde não me trazem segurança. O que iria acontecer se jogássemos e ganhássemos? Quem iria me tirar dali? Se as pessoas já estavam loucas antes de começar o jogo, imagina se damos a volta olímpica no estádio deles. Me matam! Não vou jogar em um estádio onde posso morrer", disparou.

O veterano meio-campista revelou que os ataques não cessaram após a entrada do ônibus do Boca no estádio. "Quando saímos com a ambulância, voltaram a atirar pedras na gente. Não é pequeno o que aconteceu. Nem bem passamos pelo portão, voltaram a nos atacar, quando íamos ser atendidos."

O jogador ainda foi bastante crítico com o comportamento da Conmebol, que ordenou que a partida acontecesse no sábado, chegando a alterar o horário de seu início em duas oportunidades, apesar dos feridos do lado do Boca. Somente quando as diretorias de ambos os clubes entraram em acordo, o duelo foi adiado para domingo, antes de ser suspenso pela entidade.

"A Conmebol foi uma vergonha. Estava no hospital e me diziam que teria de jogar, com o olho machucado, inchado. Ia entrar em campo, mas não sei se poderia jogar" afirmou. "O médico da Conmebol nem veio me ver. Entrou em algum momento e anotou que eu estava em condições sem nem me examinar. Não veio médico, nunca foram solidários conosco."

Diagnosticado com "conjuntivite química com erosão conjuntival inferior", Pérez tem passado por exames diariamente para acompanhar a evolução de seu olho. Ainda "chateado" com os torcedores do River, ele revelou ter recebido mensagens de apenas dois jogadores do rival e relatou o reencontro com a família após todo o ocorrido de sábado.

"O Nacho (Scocco) e o Milton (Casco) me escreveram, fizemos amizade no Newell's Old Boys. Ninguém mais entrou em contato", disse. "Se me arrancam o olho, ninguém pagaria nada. Tenho três filhas, minha esposa. Minha filha mais velha estava chorando quando cheguei em casa."

Dois jogadores do Boca Juniors ficaram machucados e foram enviados a um hospital em Buenos Aires após uma confusão antes da final da Copa Libertadores, neste sábado. Os incidentes provocaram o adiamento da partida para o domingo (25) às 18h (horário de Brasília).

Os meias Pablo Pérez e Gonzalo Lamardo tiveram ferimentos no olho causados por estilhaços do vidro do ônibus da equipe, que foi alvo de pedras e objetos atirados pelos torcedores do clube rival.

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O tumulto nos arredores do estádio Monumental de Núñez começou na chegada da delegação do Boca ao estádio. O veículo que transportava a equipe foi atingido por objetos ao chegar ao local do jogo. Quem levou a pior foi o capitão do Boca, o Pérez, que segundo informações da imprensa argentina foi diagnosticado com uma úlcera na córnea ao ser atendido em um hospital.

O meia reserva Lamardo foi outro a se ferir com o tumulto na chegada ao estádio. O diretor de futebol do Boca Juniors, Jorge Anró, disse em entrevista ao SporTV que o ônibus acabou cercado por torcedores do River Plate por uma falha de logística. O veículo se aproximou do estádio ao mesmo momento em que seguidores do time mandante chegavam para acompanhar a partida.

No jogo de ida entre as equipes, também houve incidentes. Em La Bombonera uma forte chuva e alagamentos nas arquibancadas adiaram em um dia a realização da final. O confronto de ida acabou empatado por 2 a 2. A partida decisiva deste sábado estava prevista para começar às 18 horas (de Brasília).

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