Annie Walker (Kirsten Wiig) e Lillian (Maya Rudolph) são amigas desde a infância. Enquanto uma fica com um ricaço idiota que mal sabe seu nome, teve uma confeitaria falida e um namorado que a abandonou justamente por este motivo (?), a outra recebe um pedido de casamento (e a felicidade implícita neste fato) do seu noivo. A partir daí, um batalhão de damas de honra passa a ser formado, e esse é o enredo de “Missão Madrinha de Casamento”, que estreou esta semana nas salas de cinemas do país.
Como uma boa comédia, o filme busca divertir os espectadores expondo situações ridículas da vida pessoal e social de um ser humano. O sucesso do longa, sem dúvida, está na boa escolha dos atores (destaque para as duas protagonistas já citadas, oriundas do sitcom “Saturday Night Live”) e na delicadeza das relações sentimentais, demonstradas quando a perfeccionista socialite Helen, interpretada por Rose Byrne, tenta “roubar” de Annie o posto de melhor amiga da noiva (disputa, por vezes, maçante) e do sutil romance entre a falida confeiteira e um policial rodoviário, Nathan, interpretado pelo acertado Chris O'Dowd (da série “The IT Crowd”). Novamente, palmas para as interpretações.
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Às vezes o formato cômico utilizado com sucesso em seriados como “The Office” e “Nurse Jackie”, dirigidos também por Paul Feig, ficam um pouco atrapalhados quando deslocados para a telona, como nas cenas da esforçada Melissa McCarthy (que recentemente ganhou o Emmy de melhor atriz de comédia pelo seriado “Mike & Molly”), que se sai bem melhor em sua parcela dramática ao final do filme do que como a “amiga gordona neurótica e engraçada”, que precisa existir para contemplar o “estereótipo da rejeitada”. Faltou a amiga negra para a trama ser, completamente, politicamente correta.
Além dessa, as cenas de conflito entre Annie e os irmãos ingleses com quem divide o apartamento também são bastante fracas, além do infundado mal-estar que as damas de honra sentem quando Annie leva o grupo para comer em um restaurante, advinhem só, de comida brasileira, onde elas passam mal e estragam a prova de roupa dos vestidos para o casamento. A má, velha e cansativa tecla de “terceiro mundo” que não se aplica mais no século 21. Mas, novamente, nada que comprometa o filme, graças à protagonista. Apesar de em certas horas perder um pouco do seu ritmo (ficamos obviamente esperando qual será a próxima enrascada que Annie vai aprontar), o filme diverte e emociona, principalmente pelas interpretações sinceras.