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Um padre da paróquia de Tapurah, a 428 km da capital matogrossense Cuiabá, teceu críticas e comentários homofóbicos ao repórter da Globo Pedro Figueiredo, que viralizou na internet após receber declaração do marido Erick Rianelli desejando feliz Dia dos Namorados, no ano passado. A gravação ocorreu no encerramento de uma edição do RJTV, noticiário carioca da emissora, e voltou a ser compartilhada nas redes sociais em virtude da celebração. Rianelli também trabalha na emissora.

Durante a Pastoral da Família, realizada no último domingo (13), o padre Paulo Antônio Müller chamou o profissional de “viadinho” e “idiota”, além de ter criticado a união homoafetiva, a comparando com casais heterossexuais e insinuando que o casamento gay não merece ser chamado de casamento, por não ser “digno” e nem “bonito”.

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"Não é como a Globo apresenta, dois viados, me desculpa, mas dois viados, um repórter para um viadinho chamado Pedrinho. Ridículo. Que chamem a união de dois viados, de lésbicas do que quiserem como querem, mas não de casamento, por favor. Isso é uma falta de respeito para com Deus, isso é sacrilégio é blasfêmia", disse o líder religioso durante uma missa, que foi transmitida na internet.

O caso ganhou repercussão após o ativista Antonio Isuperio, conhecido defensor de direitos humanos, publicar o trecho da missa em sua conta do Instagram. A união homoafetiva, apesar de não ser lei no Brasil, é direito garantido pela Justiça, sendo reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal há uma década. Também se valem os direitos civis em recorte à população LGBTQ+, que contemplam a criminalização da homofobia e da transfobia, realidade no país desde 2019.

Confira o discurso do padre Paulo Müller

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Pedro Figueiredo voltou a comentar a ocasião, reconhecendo a total mudança de caráter dos comentários, que passaram de comemorativos para odiosos.

"Quem nunca sonhou em receber uma declaração de amor na TV !? Eu tive essa sorte. Foi no ano passado, no dia dos namorados. Os repórteres e as repórteres que estavam ao vivo no Bom Dia Rio se declararam para seus amores. Naquele dia, o Erick Rianelli era o único LGBT do grupo. E a mensagem viralizou. Foi espontâneo, foi sincero, mas também foi um canhão de afeto. Inspirou e representou muita gente. Agora, um ano depois, voltou a viralizar. Dessa vez acompanhada por mensagens de ódio. Temos um profundo respeito por todas as religiões. Acreditamos no afeto e em seu poder de transformação. A Oração de São Francisco diz: 'Onde houver ódio, que eu leve o amor'. É assim que vamos seguir em frente. Obrigado a todas as mensagens de carinho que temos recebido", escreveu Pedro.

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso afirmou que vai investigar as declarações de Müller.

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