Tópicos | pedagogia alternativas

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Construir conhecimento requer habilidades e vivências por parte de quem o deseja desenvolver. Estar em uma instituição tradicional de ensino, algumas vezes deixa de ser um estímulo à formação de um pensamento crítico e se torna um local de aceitar o mundo sem questionamentos e por meio da reprodução, segundo especialistas em pedagogia. 

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Por outro lado, o método pedagógico baseado no Construtivismo tem como fundamentação a experiência. Ou seja, a criança que estuda sob tal pedagogia é a protagonista do ensino e não o professor que passa os conhecimentos de forma unilateral. Nesta terça-feira (22), o Portal LeiaJá dá continuidade à série sobre pedagogias alternativas de ensino, desta vez tratando sobre a pedagogia construtivista.

Fundada no século 20, com base nas ideias do filósofo suíço Jean Piaget, o método tem como base levar o indivíduo à curiosidade e propõe aprendizagem por base das respostas obtidas nos próprios conhecimentos e por meios das situações.  A pedagoga da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau, Bárbara Almeida, explica que a vivência é o que faz sentido para a construção do conhecimento para as crianças. “A base do construtivismo é a criança perceber o significado, ser concreto para ela”, diz. Segundo a especialista, o construtivismo é um método libertador, porém que deve ser aplicado com cuidado e respeito à criação em que o estudante está inserido. “Os pais e responsáveis devem ficar atentos, pois nem toda criança pode se adaptar a essa, ou qualquer outra pedagogia. A escolha vai muito da forma como é criada e com o ambiente familiar”, complementa Bárbara. 

A professora da Faculdade Franssinetti do Recife (Fafire), Maria Auxiliadora Diniz, explica que os métodos de ensino também devem abraçar a individualidade infantil. “Adaptações curriculares podem ser feitas a depender de cada criança. Uma que possua deficiência, por exemplo, pode se encaixar na metodologia a partir da adequação às suas necessidades”, comenta.

Escola Encontro

A fachada é coberta de quadros de argila, notadamente desenhados por crianças. Várias são as formas, pessoas, cores e dimensões, nos quadrados iguais de barro, que os pequenos usaram para compor a parede de entrada da escola. As obras de arte fazem uma espécie de manta que envolve e destaca a logomarca da instituição. 

Dentro da escola, logo se pode ver o parquinho, de madeira e em tons terrosos, em que as crianças se divertem no momento do recreio. No ambiente amplo, os pequenos correm, comem e se divertem. As salas possuem quantidade limitada de alunos, sendo uma média de 15 por turma. A instituição totaliza 370 crianças. 

O processo mais diferenciado do método é a alfabetização. As crianças aprendem a ler e escrever a partir dos quatro anos, em média, e de forma espontânea. Ou seja, os alunos, desde as primeiras séries da educação infantil, têm contato com as letras, mas não com a alfabetização tradicional que é conhecida. O sistema de conhecimento das palavras é feito dentro de um contexto. "Ela [alfabetização] vem formalizada a partir de uma vivência”, explica a coordenadora de educação infantil, Patrícia Brito. “Tem que fazer sentido para a criança”, complementou. 

Por meio de um desenho de um acontecimento que faça parte da vivência da criança, o professor faz o papel de escriba, ou seja, constrói o texto para os menores. A partir dos conhecimentos adquiridos por meio da aprendizagem, as próprias crianças passam a relatar acontecimentos, descrever situações e histórias.

Um ponto curioso do método de aprendizagem é o não uso da borracha. Os estudantes passam a escrever, e quando erram, o objetivo é aprender com o engano. “Como entendemos como um processo de construção, ele não está errando, ele está construindo”, comenta Patrícia.

A partir do primeiro ano do ensino fundamental, o aluno faz avaliações formais, com notas. Porém, o resultado final também pode ser composto de critérios como participação, argumentação e atividades. Além da pedagogia aplicada à alfabetização, o construtivismo também funciona nas outras disciplinas. Todo o conteúdo aprendido é por base na vivência e no sentido que faz com o mundo real. Relações que envolvem peso, volume, tamanho e formas são aprendidos por meio de brinquedos, por exemplo.

Os pequenos também são incentivados a aproveitar a vivência geral do mundo, além das disciplinas. À crianças, são oferecidas aulas de música, xadrez, teatro, dança popular e dança criativa, como também judô, karatê, futsal e ginástica rítmica. 

O uso de tecnologia fica de lado. “Aqui, eles não podem utilizar esses aparelhos, mas foi tudo um acordo, não um veto”, diz Patrícia. Em troca, os alunos têm a possibilidade de experimentar momentos com brinquedos mais simples e tradicionais, como corda, bonecos, peões. 

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"Aqui, vemos a criança como um ser em sua totalidade", comenta a diretora da instituição, Conceição Domingues. "É um prazer enorme trabalhar com crinaças, conheço a maioria pelo nome e temos uma relação de família dentro da escola", finaliza. Os pais são integrados e possuem uma relação presente dentro do ambiente de estudo do filho. As atividades diferenciadas realizadas, como festas e apresentações, são momentos em que a família também está presente, como método de integração com a escola.

Exemplo de uma instituição que segue a pedagogia construtivista, a Escola Encontro oferece estudo até o ensino fundamental. Os pais e responsáveis que quiserem incluir os pequenos no local, terão que desembolsar um valor de R$ 967, correspondente ao ensino infantil, e R$ 1.017 ao ensino fundamental.

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