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O Magazine Luiza foi a queridinha dos investidores por praticamente cinco anos. De 2016 até o início de 2021, as ações da varejista subiram nada menos do que 35.000%. Isso quer dizer que quem investiu R$ 100 na companhia naquele ano, chegou a ter R$ 35,1 mil na conta - uma alta comparável apenas a investimentos de altíssimo risco, como são as criptomoedas. Nem mesmo a pandemia foi capaz de tirar o ânimo dos acionistas, que aumentaram a aposta no negócio em meio à liberação do auxílio emergencial.

Mas tudo começou a mudar em julho passado. O contínuo aumento da inflação, a elevação da taxa básica de juros a patamares não vistos nos últimos quatro anos e o desemprego ainda alto no País desferiram um duro golpe na companhia.

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Nos últimos 12 meses, os papéis do Magalu tiveram uma queda de mais de 75% e chegaram a um nível inferior ao visto no pior momento da Bolsa brasileira durante a pandemia.

Procurada, a varejista não quis dar entrevista, mas, em sua divulgação de resultados do terceiro trimestre, a própria diretoria da empresa definiu o momento como uma "tempestade perfeita". E admitiu que o cenário não deve melhorar no curto prazo, apesar de confiar que "a tempestade vai passar".

Mesmo com um cenário adverso, faz sentido uma empresa que chegou a valer mais de R$ 125 bilhões cair para menos de um terço disso?

Na visão de analistas e especialistas, o cenário macroeconômico é o principal responsável pela queda do Magalu, assim como a de suas principais concorrentes na Bolsa, como a Via, dona das Casas Bahia e do Ponto, e a Americanas.

Mas também há uma certa culpa do otimismo do mercado, que não contou com variáveis que apareciam desde o início de 2021, como o repique da inflação.

Lívia Rodrigues, analista de renda variável da Ativa Investimentos, observa que o mercado previu um crescimento muito forte do varejo, especialmente do comércio eletrônico, e o Magalu se mostrou uma empresa com um histórico de execução sólido para se destacar nesse contexto. "Mas as perspectivas mudaram muito rápido", diz.

E isso ficou claro nos resultados do Magalu do terceiro trimestre de 2021. As vendas totais da companhia cresceram 12%, e o lucro ajustado teve uma queda de quase 90%, para R$ 22,5 milhões.

Para se ter uma base de comparação, no segundo trimestre o crescimento das vendas tinha sido de 60% e a empresa havia revertido um prejuízo de R$ 64,5 milhões para um lucro de R$ 95,5 milhões.

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Porém, alguns fatores começaram a entrar nas contas do mercado. O primeiro deles é que a empresa continua dependente das próprias vendas. Hoje, o negócio próprio ainda representa 65% das vendas do Magalu. Ou seja: se as vendas da "marca-mãe" não vão bem, ainda não há uma fatia tão representativa para compensar essas perdas.

A companhia também passou a receber o escrutínio do mercado sobre o seu apetite de aquisições. Nos últimos dois anos, foram mais de 20, desde o aplicativo de refeições AiQFome até negócios nos ramos de conteúdo e publicidade.

Dentre as escolhas, uma é vista por analistas como especialmente arriscada. A empresa pagou mais de R$ 3,5 bilhões pela KaBuM!, focada no comércio de artigos para computadores e videogames.

Na visão de Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, parte do setor viu como uma aquisição mais focada no comércio, que também é importante, mas menos na compra de uma tecnologia que poderia a diferenciar.

"Foi um negócio muito grande em um momento complicado", diz Serrentino.

Além disso, segundo o especialista, as concorrentes também se mexeram muito nos últimos anos. A Via se reorganizou e tem uma base de lojas maior do que o próprio Magalu.

A Americanas, por sua vez, juntou as operações do seu braço digital, a B2W, com a Lojas Americanas - tendo mostrado um forte resultado no último trimestre de 2021.

Ainda no lado da concorrência, o varejo brasileiro tem visto um apetite cada vez maior dos chineses, como Shopee e Alibaba, pelo mercado local.

Isso tem gerado até movimentos no setor para que as compras importadas tenham uma taxação, algo que não ocorre até determinados valores.

Efeito manada?

Segundo especialistas, há problemas para se observar no varejo e em especialmente no Magalu, mas pode estar havendo um "efeito manada" na venda das ações. Algo que, segundo Serrentino, pode ter acontecido anteriormente no momento de compra, o que fez as ações do Magalu subirem mais do que de fato valiam.

Não à toa, diversos bancos de investimento estão recomendando a compra das ações do Magalu. O BTG Pactual enxerga que há um potencial de alta de mais de 200% nos papéis da varejista. Obviamente, não será o suficiente para recuperar o tamanho da queda.

Para Ana Paula Tozzi, sócia da consultoria AGR, houve um exagero nas expectativas criadas anteriormente e no pessimismo atual.

O varejo pode ter alguma recuperação nos próximos meses com o pagamento de mais parcelas do Auxílio Brasil, com a retomada do setor de serviços e até um aceno de cortes de impostos - na sexta-feira, o governo federal publicou um decreto que reduziu em até 25% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos produtos.

É possível retomar o otimismo? "Acho otimismo uma palavra exagerada, mas acredito que possa ter esperança", afirma Ana Paula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após as negociações na Bolsa brasileira ficarem paralisadas por 30 minutos, durante o acionamento do mecanismo de circuit breaker, as ações de Petrobras voltaram a ter forte queda nesta segunda-feira, 9. Os papéis ON recuavam 22,69% e os PN, 24%, às 12h27, enquanto o Ibovespa perdia 8,92%, aos 89.259,77 pontos.

Descontando o tempo de parada de pouco mais de meia hora, as ações foram negociadas por cerca de 45 minutos e, nesse tempo, a petroleira já perde R$ 67 bilhões.

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O petróleo do tipo Brent segue em queda, embora menos intensa do que o observado mais cedo, com baixa de 18%, após a Arábia Saudita decidir aumentar a produção da commodity e reduzir os preços, movimento interpretado como retaliação à falta de acordo entre os membros da Organização dos Países exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de cortes na produção.

De acordo com um analista do mercado financeiro, a decisão da Arábia Saudita pode colocar em risco novos projetos da Petrobras, assim como seu plano de investimentos. Outro especialista aponta que se a queda do preço do petróleo no mercado internacional perdurar a geração de caixa da Petrobras será afetada.

Frigoríficos e aéreas têm perdas

Ações de frigoríficos também se destacam entre as maiores quedas na B3. Os investidores começam a digerir as informações sobre problemas logísticos na China e aumento dos custos de produção, que estariam desafiando a indústria de carnes.

"Com o agravamento do coronavírus na China e a consequente desaceleração da economia chinesa, os portos se tornaram um problema, e contêineres parados no país passaram a ser desviados para outros destinos", disse a XP Investimentos em relatório.

A avaliação é que a menor circulação de pessoas na China reduzirá o consumo fora do lar, afetando negativamente a demanda por proteínas.

Por volta das 11h40, JBS ON chegou a cair 11,90%, Minerva ON perdia 12,21% e BRF ON tinha baixa de 8,70%. Já Marfrig ON caía 15,99%.

As aéreas também acumulavam perdas. As ações PN de Gol e Azul amargam caem em torno de 10% diante da disparada do dólar que às 11h47 tinha alta de 2,30%, a R$ 4,7403.

Na máxima, chegou a R$ 4,7927. De acordo com analistas, as empresas seguem afetadas, uma vez que cerca de 70% de seus custos são atrelados à moeda americana.

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