Tópicos | perfil socioeconômico

Pesquisa encomendada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) revela que profissionais que fizeram cursos técnicos têm, em média, um acréscimo na renda de 18% na comparação com pessoas com perfis socioeconômicos semelhantes que concluíram apenas o ensino médio regular. Na Região Nordeste, a diferença na renda é ainda maior, chegando a quase 22% para os trabalhadores com formação técnica.

O estudo, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, divulgado em março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparou os rendimentos de trabalhadores que fizeram cursos de educação profissional com aqueles sem esse tipo de formação. Também foram abordados aspectos como gênero, idade, cor, escolaridade, região de moradia, setor de atividade e renda per capita familiar.

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De acordo com a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo Senai, o acréscimo na renda dos profissionais com curso técnico chega, em média, a 21,4% nas regiões Norte e Centro-Oeste e a 15,1% no Sul e Sudeste.

Segundo a pesquisa, o universo dos trabalhadores que concluíram um curso técnico está dividido quase igualmente entre homens e mulheres, com os profissionais do sexo masculino representando 50,4%. A maioria declarou-se branca (55,9%) e vive em cidades (95,8%), principalmente em regiões metropolitanas (39,8%).

A maioria tem entre 25 e 44 anos (50,3%) e a maior fatia (75%) se situa nas faixas médias de renda (de um a dois salários mínimos, chegando a ganhar R$ 1.874). Essa renda corresponde a 44,48% entre aqueles que nunca frequentaram cursos de educação profissional, segundo o Senai.

Cursos técnicos têm carga horária média de 1.200 horas (cerca de 1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou que já concluíram o ensino médio. Têm a finalidade de ensinar uma profissão ao estudante que, ao término, recebe um diploma.

“Um aumento de renda de quase 20% não é trivial. Trata-se de um diferencial relevante e uma prova de que vale a pena investir nessa modalidade de formação profissional”, avaliou o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, na nota divulgada pelo Senai. Ele ressalta que o curso técnico é “o caminho mais rápido” para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho.

Já entre as pessoas que fizeram cursos de graduação tecnológica, os homens representam 56,5% do total. A maioria, 64,9%, se autodeclara branca e 97,7% moradora de áreas urbanas, especialmente de regiões metropolitanas. A maior parte tem entre 25 e 34 anos (38,4%) e 50,6% está nas faixas de renda de um a três salários mínimos. Os cursos de graduação tecnológica são de nível superior (como o bacharelado e a licenciatura) e têm duração entre dois e três anos.

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O cadastro de Direitos do Território Especial de Cidadania (TEC), com 1.017 questionários – atingindo 100% da composição familiar (3.029 habitantes) - foi finalizado no bairro Centenário, em Caruaru, agreste do estado. O objetivo dos registros é servir como base para a realização de ações que visam melhorar as condições sociais das comunidades. 

Os técnicos fizeram visitas porta a porta, para levantar dados pessoais e socioeconômicos, a composição familiar, participação comunitária, avaliação de saúde e segurança, questões de habitação e qualidade de vida dos moradores.

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Além do Centenário, o programa atua nos territórios do Salgado, São João da Escócia e São Francisco, atingindo uma população de 65.461 pessoas. O público prioritário do Programa são os segmentos sociais mais expostos à violência e  criminalidade, como os egressos do sistema socioeducativo e do sistema prisional, vítimas e autores de violência, pessoas em situação de ameaça, usuário e dependentes de drogas, com foco no consumo de crack.

Está no cronograma de atividades, uma nova visita aos domicílios do TEC Centenário para atualizar os cadastros, uma vez que, recentemente, foi detectada a desapropriação, por parte da Prefeitura Municipal, de 80 imóveis na localidade, visto que os moradores se mudaram para outros bairros da cidade.

Números 

Concluído o Cadastro de Direitos do Centenário, foram identificados, entre outras coisas, o número de analfabetos no TEC (169), desempregados (516), pessoas sem documentos (259), oriundos do sistema prisional cumprindo pena no regime aberto (01-Patronato), no regime semi-aberto (03-Seres), menores no regime semi-aberto (09-Funase) e universo em situação de ameaça (02 famílias).

Os investimentos e as políticas econômicas brasileiras tem surtido efeito. Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A principal mudança foi o fortalecimento da classe C, que passou a integrar a classe média.

Pelo menos metade das famílias que moram em favelas e em áreas de ocupações no Brasil pertence à nova classe média, segundo dados sobre renda do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1992, a classe C era composta por 34,96% da população, em 2009 chegou a 50,5% e os dados mais recentes apontam que 53% dos brasileiros estão nessa condição. A classe média é dominante do ponto de vista eleitoral e quando falamos do ponto de vista econômico, ela detém em torno de 46,24% do poder de compra e supera as classes A e B (44,12%) e D e E (9,65%).

A nova classe média representa mais de 100 milhões de brasileiros, um aumento de 37% apenas nos últimos dez anos. Os números indicam ainda que ocorreu uma considerável mobilidade social nos últimos anos, além do avanço da classe média, cerca de 19,3 milhões de pessoas saíram do nível da pobreza. Essa nova classe social cresce cerca de 4% ao ano.

Até pouco tempo atrás, depois de quitar as faturas básicas mensais, essas pessoas não tinham renda para consumir nada além da cesta básica. Hoje, são capazes de comprar sapatos e bolsas, têm acesso à tecnologia e frequentam escolas e faculdades particulares. Tudo graças às mudanças econômicas do país, que elevaram a renda dos brasileiros e injetaram mais R$ 100 bilhões na economia nacional desde 2002.

Vale ressaltar que o crescimento econômico brasileiro beneficiou tanto as classes privilegiadas quanto as populares. A justificativa para essas mudanças está no aumento das oportunidades de emprego e, se falarmos dos trabalhadores já empregados, se justifica nos reajustes nos salários.

Não podemos dizer que o país mudou de perfil da noite para o dia. Essa mudança é resultado de múltiplos fatores, desde a política de estabilização dos preços, passando pelas mudanças demográficas, da educação ao mercado de trabalho. Do ponto educacional, o estudo "Vozes da classe média" elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, apontou que 49% dos jovens filhos que fazem parte dessa nova classe média estudaram mais do que os pais.

São esses mesmos jovens que estão buscando melhorar. Buscam aumentar o grau de escolaridade para garantir melhores salários e desempenhar funções no mercado formal. Aliado a isso, o conhecimento torna esse público mais exigente na hora de consumir. Este é o novo perfil do brasileiro, esforçado, interessado e exigente.

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