Tópicos | pinturas rupestres

Um grupo de arqueólogos descobriu um importante conjunto de pinturas rupestres de mais de 12.000 anos no norte da Espanha, informaram nesta terça-feira as autoridades locais.

As gravuras e pinturas, encontradas a 300 metros de profundidade na caverna Atxurra, localizada a cerca de 50 km da cidade basca de Bilbao, representam em sua maioria animais: cavalos, bisões, cabras e veados. "Hoje, Atxurra pode ser considerada como a cavidade com o maior número de pinturas rupestres" do País Basco, declarou em uma coletiva de imprensa a responsável pela cultura da província, Lorea Bilbao.

Os arqueólogos estimaram em ao menos 70 o número de pinturas que representam animais e que se estendem por 100 metros, de acordo com o conselho provincial. "Todas as grafias mostram uma notável consistência interna que pode ser atribuída, sem reservas, aos momentos finais do Paleolítico Superior", especificamente o período compreendido entre 12.500 e 14.500 anos atrás, indicou em um comunicado.

A caverna permanecerá fechada ao público para preservar as obras e devido à dificuldade de acesso. Um grupo de espeleólogos contratado em 2014 pelas autoridades locais para explorar a caverna, descoberta em 1929, encontrou as pinturas rupestres em setembro de 2015.

No norte da Espanha existem numerosas cavernas decoradas com pinturas rupestres do Paleolítico. Algumas delas, em especial as da caverna de Altamira com sua multicolorida "Sala dos Bisões", estão classificadas no patrimônio mundial da Unesco.

A Caverna de Chauvet, onde se encontram as pinturas rupestres mais antigas e conhecidas até os dias de hoje, entrou neste domingo (22) para a lista do Patrimônio Mundial da Unesco, anunciou o comitê desta agência das Nações Unidas em Doha.

A imensa gruta, situada 25 metros abaixo da terra em uma colina calcária do sul da França, "é um testemunho único e excepcionalmente bem conservado", segundo o texto do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco.

"Os vestígios arqueológicos, paleontológicos e artísticos da gruta ilustram, como nenhuma outra do começo do Paleolítico superior, a frequência das cavernas para práticas culturais e rituais", destaca o texto.

A caverna, que permaneceu fechada por 23.000 anos devido a um deslizamento de rochas e foi redescoberta em 1994 por três espeleólogos - Jean-Marie Chauvet, Christian Hillaire e Eliette Brunel -, contém mais de mil desenhos, uma expressão excepcional da primeira criação artística do homem durante o Paleolítico superior, há 36.000 anos.

Os desenhos feitos na rocha incluem uma espécie de zoológico gráfico constituído por 435 representações, que mostram 14 espécies: ursos, rinocerontes, um leão, uma leoa, uma pantera, bisões etc.

Nas paredes da caverna, também é possível observar umas dez mãos em negativo e positivo, representações do sexo feminino e, ao fundo, o desenho excepcional do corpo de uma mulher ao lado de um bisão.

A caverna, conservada de forma excelente e muito maior que a gruta francesa de Lascaux (cujas obras têm entre 17.000 e 18.000 anos de idade), conta com inúmeras salas e galerias ao longo de 800 metros, e de até 18 metros de altura.

Ao contrário de Lascaux, descoberta em 1940 e deteriorada pelo dióxido de carbono gerado pela respiração dos visitantes, a caverna de Chauvet nunca foi aberta ao público. Uma cópia criada na região e batizada de "Caverna do Pont-d'Arc" permitirá admirar as riquezas da cavidade original.

Neste projeto, pintores, escultores, agências de arquitetos, cenógrafos e empresas de construção colaboraram para criar em escala real e em 35.000 metros os melhores aspectos da gruta original. Esta réplica deve ser aberta ao público em 2015.

Um pigmento usado na antiguidade para pintar as paredes das cavernas pelos homens pré-históricos ajudará a blindar uma sonda não tripulada que vai fazer um sobrevoo perto do sol, reportou nesta quarta-feira (12) a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

O fosfato de cálcio preto vem sendo adotado como escudo térmico da Solar Orbiter, uma sonda de monitoramento do sol, com lançamento previsto para 2017, para ajudar a proteger o veículo das temperaturas elevadíssimas a que será exposto durante sua missão. O composto é feito de carvão obtido de ossos queimados, a mesma substância usada 30 mil anos atrás nas pinturas da Caverna Chauvet, no sul da França, acrescentou a ESA.

##RECOMENDA##

A Solar Orbiter vai se aventurar a 42 milhões de quilômetros do Sol, onde as temperaturas podem chegar a 520 graus Celsius. Para sobreviver, a sonda terá que operar atrás de um escudo térmico com múltiplas camadas de titânio, cuja cor deve se manter inalterada durante toda a missão.

Uma mudança nas propriedades "termo-ópticas" do escudo - a forma como reflete ou absorve a radiação solar - poderia cozinhar os delicados equipamentos da sonda. Queimar carvão foi a saída encontrada para evitar este dano, uma vez que sua cor preta é altamente estável, acrescentou a agência.

Em testes, a substância foi exposta a tudo, da luz solar e radiação ultravioleta à prova de aderência, com aplicação e retirada de uma fita adesiva para ver se nada sai do lugar, informou a ESA em um comunicado. O "osso carbonizado" é usado até hoje, na produção de fertilizantes, na purificação do açúcar branco e na filtragem de metais pesados da água.

Quase 5.000 pinturas rupestres bem conservadas foram descobertas em cavernas na serra de San Carlos, uma região do estado mexicano de Tamaulipas (nordeste) onde não se conhecia a presença de grupos pré-hispânicos, difundiu nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Antropologia (INAH) em seu site na internet. Os especialistas não conseguiram determinar a antiguidade das pinturas por não descobrir nenhum objeto que se possa associar ao contexto de sua época, mas o INAH afirmou ser possível tomar e analisar amostras dos pigmentos para estabelecer uma data aproximada.

As 4.926 pinturas foram descobertas durante uma pesquisa da arqueóloga Martha García Sánchez em uma área do município de Burgos (Tamaulipas). As imagens foram elaboradas em 11 sítios situados em cavernas e partes baixas da serra de San Carlos por "pelo menos três grupos de caçadores-coletores da região: guajolotes, iconoplos e pintos", explicou o INAH.

No entanto, o Instituto indica que nesta zona também se moviam outros grupos como os cadimas, conaynenes, mediquillos, mezquites, cometunas e canaimes.

Em um único local, a Caverna dos Cavalos, foram registradas mais de 1.550 imagens. A arqueóloga García Sánchez, que teve conhecimento da existência das pinturas em 2006, revelou estes detalhes de sua pesquisa durante o segundo Colóquio de Arqueologia Histórica, celebrado no Museu Nacional de História do México até a sexta-feira.

A importância destas pinturas "radica em que com base nelas pudemos documentar a presença de grupos pré-hispânicos em Burgos, onde antes se dizia que não havia nada, quando na verdade foi habitado por uma ou várias culturas", ressaltou García Sánchez.

As pinturas deixam perceber que as atividades destes grupos nômades se concentravam na caça, na pesca e coleta, mas também se observam imagens religiosas, astronômicas e representações da flora e da fauna. "A maioria destas pinturas tem um grau de preservação impressionante", comemorou a arqueóloga.

A descoberta pode lançar luz sobre as culturas que viveram nesta região do México.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando