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A polícia russa multiplicou as investigações e buscas nesta quarta-feira (27) para conter o movimento de protestos a favor do dissidente preso Alexei Nalvany, cujos partidários planejam se manifestar de novo neste fim de semana.

Enquanto isso, o escritório de supervisão das telecomunicações Roskomnadzor anunciou que vai sancionar as redes sociais e os sites Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, VKontakte, Odnoklassniki e YouTube por terem permitido mensagens incitando menores a participar dos protestos.

O apartamento moscovita de Navalny foi invadido pela polícia nesta quarta-feira. "Eles não permitem que minha advogada venha e quebraram minha porta", gritou para a imprensa pela janela Yulia, a esposa do opositor.

A advogada Verônica Poliakova esperava à tarde na porta da casa junto com alguns jornalistas, entre eles o da AFP, denunciando uma "violação da lei" e acusando a polícia de não deixá-la entrar "deliberadamente".

A advogada também informou que a porta-voz de Navalny, Kira Iarmych, foi condenada a nove dias de prisão na sexta-feira passada.

A polícia realizava também uma busca nos escritórios de Navalny, o Fundo de Combate à Corrupção, informou no Twitter Liubov Sobol.

Essas invasões ocorrem em meio a uma investigação do ministério do Interior por violação das "normas sanitárias" vigentes por causa da epidemia do coronavírus, depois das manifestações de sábado na Rússia convocadas pelo opositor, afirmam pessoas próximas a ele.

- Investigações e multas -

As investigações relacionadas às manifestações de sábado passado se multiplicam, enquanto os partidários de Navalny anunciaram novos protestos no domingo.

Em Moscou, está programado um protesto em frente à sede dos Serviços de Segurança (FSB), enquanto Navalny deve comparecer ao tribunal na próxima semana e corre o risco de ser preso.

Os organizadores esperam repetir o sucesso que tiveram em 23 de janeiro, quando dezenas de milhares de russos foram às ruas mesmo com a proibição de se manifestar.

As autoridades anunciaram que abriram cerca de 20 investigações relacionadas às manifestações, especialmente por convocações de distúrbios, violência contra a polícia ou incitar menores a cometer ações ilegais.

O ministério do Interior abriu uma investigação por bloqueio de vias públicas, em particular em Vladivostok (extremo oriente), onde os manifestantes bloquearam a circulação.

A manifestação em cerca de cem cidades russas, uma amplitude geográfica excepcional para este país, culminou em aproximadamente 3.900 prisões.

Para alimentar este movimento, a equipe de Navalny publicou na semana passada uma investigação anticorrupção sobre um luxuoso palácio que teria sido construído para Vladimir Putin, que nega categoricamente a acusação.

Alexei Navalny acusou os Serviços Secretos russos (FSB) de envenená-lo no final de agosto com um agente neurotóxico, por ordem do presidente russo, acusações que o Kremlin rejeita.

Após uma recuperação de cinco meses na Alemanha, o opositor retornou à Rússia em 17 de janeiro e foi imediatamente detido.

A polícia russa vai solicitar a Alemanha permissão para interrogar o opositor Alexei Navalny, hospitalizado em Berlim depois de ter sido envenenado, de acordo com os médicos de Berlim, uma acusação rejeitada pelas autoridades de Moscou, que afirmam que não existem provas.

O departamento de transportes do ministério do Interior, responsável pela investigação "preliminar" do caso, enviará uma solicitação aos órgãos competentes em Berlim para que os investigadores russos possam acompanhar os alemães "quando escutarem as explicações de Navalny e também para que possam fazer perguntas e pedir detalhes".

Em agosto, Navalny, 44 anos, passou mal a bordo de um avião e foi internado em um hospital da Sibéria, antes de ser transferido para a Alemanha, onde os médicos afirmam que detectaram rastros de envenenamento com um agente neurotóxico do tipo Novichok, uma substância desenvolvida para fins militares na era soviética.

O líder opositor saiu do coma induzido nesta semana e seu estado de saúde registra avanços. A Rússia é apontada pela comunidade internacional como responsável por este envenenamento, mas o governo de Moscou nega as acusações.

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