A ativista Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, reclamou, neste sábado (27), do silêncio do Estado brasileiro sobre a morte da vereadora. Marielle faria 40 anos hoje. Ela e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no Rio de Janeiro em março de 2018. Mônica defende que o assassinato seja considerado um crime político.
"Eu vivo esse silêncio, que é uma violência para mim e toda sociedade, por meio de uma contagem pública que faço de todos esses dias. Na data de aniversário da Marielle se completam exatos 500 dias sem a minha mulher. 500 dias sem uma resposta do Estado Brasileiro", disparou, em entrevista ao blog do jornalista Jamil Chade.
##RECOMENDA##Na avaliação de Mônica, o silêncio sobre quem mandou matar a vereadora "diz muito" e é reflexo da seletividade da Justiça. "Até agora o presidente da República não se manifestou sobre o crime e seu ministro da Justiça ignorou meus pedidos de audiência. Por qual motivo será que isso ocorre?", questionou.
"Um caso tão importante e emblemático quanto esse se arrasta por mais de um ano enquanto outros são resolvidos em tempo recorde. A minha dor pela perda de minha companheira hoje é proporcional a minha vergonha da Justiça brasileira", acrescentou, dizendo ainda que "é enorme".
Indagada se acredita no envolvimento de pessoas do alto escalão no crime, ela foi clara: "Eu vivo num país que não precisa ter provas, basta ter convicção. Minha convicção é de que obviamente existe alguém poderoso politicamente responsável por tudo isso."
Mônica ainda disse que não medirá esforços para cobrar soluções diante do assassinato de Marielle e para descobrir a efetiva motivação do crime.