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O medo invadiu as ruas de Porto Príncipe nesta segunda-feira (14), quando centenas de policiais encapuzados e armados se reuniram em protesto contra o governo e para exigir a libertação de um colega preso.

"Exigimos a libertação imediata de Pascal e um aumento salarial. É isso que pedimos: uma vida melhor", disse um policial que usava óculos escuros e máscara para evitar ser identificado.

Os manifestantes circularam em motocicletas, ocasionalmente disparando tiros para o alto, e deram às autoridades algumas horas de ultimato para a libertação do policial preso.

Um agente do esquadrão antidrogas está preso desde o início de maio sob a acusação de homicídio, incêndio criminoso, destruição de bens públicos e atentado à segurança do Estado, por determinação de um juiz.

Num momento em que a insegurança ligada às gangues armadas aumenta no país, a raiva dos manifestantes é direcionada principalmente contra o diretor da polícia nacional, Normil Rameau, função exercida interinamente por ele, ainda não confirmada pelo Parlamento.

"Normil Rameau só trabalha para (o presidente) Jovenel Moïse: os policiais são mortos, baleados e nunca falam nada", afirmou um policial durante a manifestação.

Uma manifestação policial parecida já tinha gerado tensão na capital haitiana na sexta-feira.

Durante o protesto anterior, vários carros foram queimados e os manifestantes exigiram e conseguiram a libertação de cinco policiais presos.

Nesta segunda-feira, vários veículos também foram queimados e um escritório administrativo foi parcialmente incendiado.

"A situação está assumindo dimensões cada vez mais alarmantes", declarou à AFP Renan Hedouville, chefe da agência de proteção aos cidadãos haitianos.

O Brasil passou a ser um dos principais colaboradores do Haiti em seu processo de reconstrução e capacitação profissional, após três anos completados hoje do pior terremoto da sua história recente, que atingiu 7,3 graus na escala Richter e duas réplicas de menor magnitude.

O governo brasileiro investe em projetos de cooperação técnica, especialmente na área de saúde, com a construção de três hospitais, dois laboratórios regionais, um centro de reabilitação, além da formação profissional de 2 mil agentes de saúde, ao custo de US$ 70 milhões.

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Na área da energia, o Brasil pretende doar um total de US$ 40 milhões para a construção de uma usina hidrelétricas, que fornecerá eletricidade para mais de 1 milhão de famílias.

Segundo a embaixada do Brasil no Haiti, esses valores são os maiores da cooperação brasileira no mundo. Paralelamente, autoridades do Brasil e do Haiti negociaram a ampliação do número de vistos concedidos para haitianos que queriam trabalhar em território brasileiro, sem exigência de emprego prévio.

Em Porto Príncipe, capital haitiana, há um Centro Cultural Brasil-Haiti com aulas de português, divulgação da cultura brasileira e apoio à cultura haitiana. Ao longo de 2013 deverão ser enviados para o Brasil 16 policiais haitianos que serão treinados no Brasil e repassarão o que aprenderem para o restante da corporação.

O Brasil é ainda o maior fornecedor de tropas para a Missão de Paz das Nações Unidas, que está no Haiti desde 2004. Além de garantir a estabilidade e segurança do país, os militares brasileiros trabalham no desenvolvimento urbano com projetos de engenharia, como pavimentação de ruas e iluminação pública, e projetos sociais.

Em decorrência do terremoto em janeiro de 2010 cerca de 220 mil pessoas morreram e 1,5 milhão ficaram desabrigadas no Haiti. Mas até hoje há cerca de 360 mil pessoas abrigadas em alojamentos improvisados e em busca de alternativas no exterior.

A reorganização do Haiti ainda está em andamento e conta com o apoio de uma ação coordenada pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. As informações são da Agência Brasil.

O presidente do Haiti, Michel Martelly, foi apedrejado ontem (17) à tarde, na capital haitiana, Porto Príncipe. Manifestantes lançaram pedras contra o presidente durante um desfile de carnaval. Segundo o governo, “desordeiros” promoveram os ataques, que estão sendo investigados pelo procurador do governo, Jean-Renel Senatus.

Depois da agressão, os responsáveis se esconderam em uma universidade próxima a uma praça – onde vivem cerca de 20 mil pessoas que perderam suas casas durante o terremoto de 12 de janeiro de 2010.

Martelly foi atingido no ombro, desequilibrou-se e quase caiu. Mas, de acordo com as autoridades haitianas, ele não ficou ferido e passa bem. No momento dos ataques, ocorria um desfile de carnaval e também um protesto envolvendo estudantes e simpatizantes do governo.

A Cruz Vermelha do Haiti atendeu alguns feridos. De acordo com informações preliminares, no local havia estudantes de várias nacionalidades – canadenses, franceses e até brasileiros – que participavam de um encontro internacional.

No último dia 1º, Martelly se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff, que foi até Porto Príncipe. Na conversa, Dilma disse que o governo brasileiro está disposto a continuar a colaborar com a reconstrução do Haiti – devastado pelo terremoto ocorrido há dois anos quando cerca de 220 mil pessoas morreram.

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