Na última sexta-feira (16), a estudante de fonoaudiologia, Iria Beatriz Miranda, de 22 anos, apresentou o trabalho de conclusão de curso (TCC) poucos dias após dar à luz um bebê prematuro, de 33 semanas, no Hospital Materno-Infantil de Barcarena, localizado no nordeste do Pará. Toda dinâmica foi realizada de forma remota dentro da unidade de saúde e contou com a mobilização dos profissionais de saúde da unidade.
Em entrevista ao LeiaJá, Iria relatou que a iniciativa de apresentar o trabalho acadêmico no hospital foi da própria equipe de saúde. "Ia (sic) pedir para sair do hospital para apresentar meu TCC e, logo após, retornaria para o hospital. Então, deram a proposta de apresentar aqui de dentro [hospital], já que o meu filho estava começando a ser amamentado no seio", explicou.
##RECOMENDA##O filho de Iria Beatriz está internado na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (Ucin), para ganho peso e tratamento da icterícia, que é quando um bebê apresenta coloração amarelada ou alaranjada na pele e nas conjuntivas. A jovem está no hospital desde o dia do parto, ocorrido no dia 7 de dezembro.
À reportagem, ela afirmou que desistir de apresentar o TCC nunca foi uma opção. "Não pensei em desistir. Não por conta da minha situação, mas para não prejudicar minha equipe", contou. Iria ressaltou que a Universidade da Amazônia (UNAMA), instituição onde realizou a graduação, ofertou opções para a defesa do trabalho.
"Comuniquei a minha orientadora e a coordenação do curso sobre o nascimento do meu filho e me deram a proposta de apresentar on-line ou em janeiro [2023]. Para não prejudicar a minha equipe, optei por apresentar on-line", reforçou.
[@#galeria#@]
Iria Beatriz Miranda descobriu a gestação em julho de 2022, momento em que finalizava o 7º período de fonoaudiologia. "Quando descobri [a gravidez], pensei em trancar o curso, mas minha família não deixou e eles sempre me ajudaram para que eu não desistisse", relembrou.
Além disso, ela contou como era a rotina de estudos durante o perído de gravidez. "Nos primeiros meses, estava morando em Belém, na cidade na qual estudava. Em outubro, viajava todos os dias, às 4h da manhã, de Abaetetuba, cidade que eu moro, para Belém, cidade na qual estudava, e retornava às 14h para Abaetetuba".
Os primeiros sinais de parto aconteceram no dia 2 de dezembro, mesmo assim, Iria manteve os compromissos acadêmicos. Com o processo de diçatação avançando, ela foi encaminhada para Hospital Materno-Infantil de Barcarena, onde teve o filho de parto natural.