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O rebaixamento da classificação de risco de crédito dos EUA pela Standard & Poor's marca uma nova era financeira e o sistema global terá de se ajustar a ela, afirma Mohamed El-Erian, executivo-chefe e codiretor de investimentos da Pacific Investment Management Co. (Pimco), em artigo no Financial Times.

"Os mercados globais financeiros vão reabrir na segunda-feira para uma realidade diferente", diz El-Erian. As consequências operacionais imediatas vão desde a recodificação de riscos até a avaliação de garantias e gestão de liquidez. A reação de segmentos-chave, como mercado monetário, e dos grandes credores dos EUA terá de ser atentamente monitorada, afirma o gestor do maior fundo de renda fixa do mundo.

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Para a economia real, diz El-Erian, o impacto deverá ser sentido no aumento do custo do crédito para praticamente todos os tomadores de crédito norte-americano. Depois dos EUA, outros países podem perder o rating máximo AAA, prevê El-Erian. Isso complicará os esforços de recuperação da Europa se um país como a França estiver entre eles, afirma.

Mas, o mais preocupante, segundo El-Erian, são as genuínas incertezas sistêmicas. "Com os EUA ocupando o centro do sistema financeiro mundial, o rebaixamento de sexta-feira vai provocar uma erosão na posição dos bens públicos globais que o país fornece - desde o dólar como moeda de reserva mundial até seus mercados financeiros como melhor lugar para outros países entregarem suas duramente conseguidas poupanças", afirma.

A Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos da América de AAA para AA+. O rating da dívida de curto prazo dos EUA foi mantido inalterado em A-1+. Tanto o rating de curto prazo como o de longo prazo foram retirados do CreditWatch negativo, no qual haviam sido colocados em 14 de julho; a perspectiva do rating de longo prazo, porém, permanece negativa.

"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal com que o Congresso e o governo concordaram recentemente fica aquém do que, em nossa visão seria necessário para estabilizar a dinâmica de médio da dívida. Mais amplamente, o rebaixamento reflete nossa visão de que a eficácia, a estabilidade e a previsibilidade das instituições políticas e formuladoras de políticas dos EUA enfraqueceram, num momento de desafios ficais e econômicos, a um grau que prevíamos quando atribuímos uma perspectiva negativa para o rating, em 18 de abril de 2011", disse a S&P.

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"Desde então, mudamos nossa visão das dificuldades para a superação das divergências entre os partidos políticos quanto à política fiscal, o que nos torna pessimistas quanto à capacidade do Congresso e do governo de alavancarem seu acordo, esta semana, para um plano de consolidação fiscal que estabilize a dinâmica da dívida do governo em algum momento próximo", prossegue o relatório.

O texto também diz que "a perspectiva do rating de longo prazo é negativa. Nós poderemos rebaixar o rating para AA nos próximos dois anos, se virmos que uma redução de déficit menor do que aquela acordada, taxas de juro mais altas ou novas pressões fiscais durante esse período resulte em uma trajetória geral para a dívida mais alta do que assumimos atualmente".

A S&P manteve inalterada em AAA a classificação de transferência e conversibilidade, que avalia a probabilidade de interferência governamental na capacidade de emissores norte-americanos dos setores público e privado de assegurarem moeda estrangeira para honrar o serviço de suas dívidas.

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