O deputado federal Betinho Gomes (PSDB) criticou as medidas adotadas pelo governo do presidente Michel Temer (MDB) para reduzir o preço do óleo diesel, um dos pleitos apresentados pelos caminhoneiros que fizeram uma greve de dez dias no país. O tucano disse que era “justo” reduzir a carga de impostos nas costas do povo”, mas o sacrifício para repor o valor perdido da arrecadação pela área beneficiada deveria ser a redução da máquina pública e não “cortar recursos essenciais para população mais pobres do país”.
“Os ânimos mal serenaram em todo o país e lá vem o governo federal tomando decisões que dificultam ainda mais a vida dos brasileiros”, afirmou Betinho. “É mais do que justo tomar medidas para reduzir a carga de impostos nas costas do povo. O que não é justo, e beira o absurdo, é o governo federal, em vez de buscar alternativas que reduzam a estrutura do próprio governo para cumprir os compromissos assumidos, preferir jogar o problema no colo do contribuinte, do cidadão e da sociedade brasileira”, completou o parlamentar.
##RECOMENDA##O deputado pernambucano chamou de “equivocada” a medida tomada pelo presidente e salientou que não se pode “penalizar ainda mais quem já vive tão sobrecarregado”. “Por que não cortou na própria estrutura do governo, no custeio com diárias, energia, material de expediente, carros oficiais, aluguéis, propaganda, por exemplo? Por que não olhou para dentro da própria casa e reduziu salários dos cargos comissionados ao invés de cortar benefícios da área social, que já são insuficientes?”, questionou.
Betinho Gomes ainda disse que a redução da máquina não deve ser apenas no Executivo, mas também no Legislativo e Judiciário. “Inclusive, há matérias em tramitação no Congresso Nacional neste sentido. A PEC 106/2015 é uma delas e tem como proposta a redução do número de parlamentares na Câmara Federal e no Senado. Sou favorável à essa PEC, pois é imperativo que repensemos os gastos da máquina pública brasileira”, declarou.
Para garantir a redução do preço do óleo diesel, o governo anunciou nessa quinta-feira (31), o cancelamento de dotações orçamentárias em diversas áreas, como programas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), concessão de bolsas, aquisição de áreas para a reforma agrária e policiamento de rodovias, entre outras. No total, foram extintas despesas que somam R$ 1,2 bilhão.