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A pandemia da Covid-19 representa a maior crise sanitária dos últimos tempos. Seus efeitos impactaram vários setores da sociedade; o ensino superior é um deles. Nos momentos mais críticos do novo coronavírus, universidades públicas e privadas suspenderam aulas presenciais e migraram, emergencialmente, para o ensino híbrido, desencadeando um cenário desafiador e envolto de problemas para as comunidades acadêmicas.

Esse cenário é retratado no novo especial do LeiaJá: o portal publica, nesta sexta-feira (10), a série de reportagens em áudio “Lições: pandemia e o ensino superior brasileiro”, que retrata os impactos da Covid-19 nas universidades públicas e privadas do País, a partir das experiências de alunos, professores e de representantes do setor. Em pauta, estão assuntos como ensinos híbrido e remoto, novo contexto das aulas presenciais, expansão do ensino a distância, habilidades tecnológicas e pedagógicas dos professores, problemas sociais de acesso a tecnologias e à internet, além das projeções para o pós-pandemia, no que diz respeito ao mercado educacional.

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A série reúne cinco reportagens, conduzidas pelo jornalista parceiro do LeiaJá Nathan Santos, com edição técnica de Caio Lima. Ouça e compartilhe:

Reportagem 1 - Impactos da pandemia da Covid-19 nos universitários brasileiros

Reportagem 2 – Pandemia: essenciais para a educação, professores enfrentam desafios no mundo acadêmico

Reportagem 3 – A atuação das universidades no cenário mais crítico da Covid-19

Reportagem 4 - EAD e internet: instrumentos propagam educação e desenvolvimento social

Reportagem 5 - Qual o futuro das universidades brasileiras no pós-pandemia? Profissionais revelam projeções

Vinte e cinco anos depois do genocídio que exterminou pelo menos 800 mil dos seus 7 milhões de habitantes e na sequência mandou para o exílio parcela considerável de sua força de trabalho, Ruanda vive hoje em ritmo de crescimento acelerado - 8,9% de 2017 para 2018. Por motivos óbvios, tem 60% da população abaixo dos 30 anos e um dos parlamentos mais femininos do mundo (64% de mulheres na Câmara e 40% no Senado). É ainda considerado um dos lugares mais seguros da África e também um dos mais estáveis politicamente.

Reeleito em 2017, o presidente, Paul Kagame, ex-líder rebelde da Frente Patriótica de Ruanda (FPR), está no terceiro mandato e é alvo de críticas de analistas internacionais após um referendo de 2015 tornar possível sua reeleição por mais duas vezes. Com isso, ele pode tentar garantir a permanência no poder até 2034.

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"O renascimento de Ruanda após a tragédia do genocídio espanta o mundo", afirma a escritora Scholastique Mukasonga, que perdeu praticamente toda a família durante os massacres. "Ruanda se tornou modelo para os países africanos. O visitante constata o desenvolvimento econômico, a luta implacável contra a corrupção, o lugar que as mulheres têm. A segurança que reina em Kigali (capital) leva as grandes empresas a estabelecerem lá suas sedes. Ruanda sonha ser a pequena Cingapura africana."

Plano

A transição de um país arrasado para uma potência local, porém, ainda está em curso. Em 6 de abril de 1994, com a derrubada do avião do presidente hutu, Juvénal Habyarimana, o plano de extermínio dos tutsis, etnia minoritária que havia governado o país desde pelo menos o século 18 até 1959, foi colocado em prática. Grupos de assassinos armados com facões e machetes tomaram as ruas, incitados pelo novo governo. Estima-se que três em cada quatro tutsis, entre homens, mulheres e crianças, foram massacrados em cem dias, além de 30 mil hutus moderados.

Relatos e fotos de corpos amontoados em igrejas, escolas e hospitais - ou simplesmente deixados nas ruas - chocaram o mundo, mas não foram suficientes para mover a comunidade internacional. Em vez de intervir, a ONU retirou 90% dos seus 2,5 mil homens do país logo após o início das matanças.

O massacre só acabou em julho de 1994, quando o exército rebelde tutsi comandado por Paul Kagame tomou Ruanda e instituiu novo governo. "Ignorou-se o objetivo político da manutenção do poder pelos hutus, naturalizando o conflito, ao defini-lo como tribal, com raízes de ódios ancestrais e, por isso, quase impossível de ser resolvido", afirma Leila Leite Hernandez, professora de História da África e Diretora do Centro de Estudos Africanos da USP.

Reconstrução. Políticas de reconciliação, em um esforço de reconstrução do país, vigoram até hoje. Desde 1994, é vetada a diferenciação entre hutus e tutsis - carimbada nas cédulas de identidade a partir de 1926 pelos colonizadores belgas - e a Constituição de 2003 proíbe a apologia e a negação do genocídio. Grupos de apoio a assassinos e sobreviventes promoviam, até pouco tempo atrás, sessões públicas de perdão.

Nas escolas, cursos sobre genocídio foram incorporados ao currículo nacional, do ensino secundário à universidade, apesar de não haver uma só família que não tenha vivido os horrores de 1994, de um ou outro lado.

"Pensei muitas e muitas vezes que morreria", lembra a escritora Immaculée Ilibagiza, que passou mais de 90 dias escondida com outras sete mulheres em um banheiro de 1,20 metro por 1 metro. Com exceção de um irmão, perdeu toda a família.

Levar justiça às vítimas também não foi tarefa fácil. Ao fim do genocídio, restavam vivos 5 juízes e cerca de 50 advogados em todo o país. O Poder Judiciário teve de ser reconstruído. Em 2002, o governo reabilitou as cortes "gacaca", instrumento de resolução de conflitos anterior ao colonialismo. De acordo com Jean Damascene Bizimana, secretário executivo da Comissão Nacional de Luta contra o Genocídio, 1,9 milhão de casos foram analisados dessa forma em 10 anos, resultando em 500 mil presos - 10% ainda cumprem pena. "Os tribunais lançaram as bases para a paz, a reconciliação e a unidade de Ruanda", diz.

Os mandantes dos crimes ficaram com o Tribunal Penal Internacional para Ruanda (ICTR, na sigla em inglês), criado pela ONU em novembro de 1994. Em 2015, quando encerrou os trabalhos, havia julgado 93 pessoas e condenado 64. Foi a primeira Corte internacional, desde Nuremberg, a condenar um chefe de Estado por genocídio (o primeiro-ministro Jean Kambanda, sentenciado à prisão perpétua em 1998), o primeiro tribunal a considerar estupro e violência sexual como formas de perpetração de genocídio e também o primeiro a julgar o papel da mídia na incitação das matanças.

"O tribunal trouxe justiça às vítimas e aos sobreviventes, acusando indivíduos e ouvindo os poderosos relatos de mais de 3.500 testemunhas que asseguraram que a comunidade internacional nunca esquecerá o que aconteceu em Ruanda", diz o juiz Vagn Joensen, presidente da Corte internacional de 2007 a 2015 e hoje juiz do Tribunal Residual da ONU.

Todo esse esforço por reconciliação chega renovado às novas gerações. Ruandesa que mora no Brasil desde os 3 anos, Axana Uwimana, de 25, resume: "As pessoas simplesmente são o que são, hutus, tutsis, não tem diferença. Para o ruandês, ele é apenas isso: ruandês".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O LeiaJá é finalista do 24º Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco (Sinjope) e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O portal concorre na categoria Internet com o especial "Trabalhador - Herança escravista, pobreza e irregularidades". Ao todo, são oito as categorias, sendo elas, Criação Gráfica, Fotojornalismo, Ilustração (Infográfico/Charge), Internet, Radiojornalismo, Texto – Reportagem, Texto – Séries e Cadernos Especiais, e Videojornalismo. A cerimônia de premiação será realizada no próximo dia 30 de outubro, no auditório da OAB Pernambuco, bairro de Santo Antônio, Região Centro do Recife.

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A série de reportagens publicada pelo LeiaJá escancara os malefícios das "diferentes dores" dos trabalhadores brasileiros a partir da herança escravocrata no Brasil. Mostramos como pobreza e desigualdade social estão fortemente atreladas às condições de trabalho de muitos brasileiros; em busca do sustento familiar, pessoas pobres são submetidas a atividades informais que exigem extrema força corporal. Os autores das reportagens são Nathan Santos, Marília Parente e Eduarda Esteves. Os vídeos e fotografias foram produzidos por Chico Peixoto, Paulo Uchôa e Rafael Bandeira. A pós-produção e arte são de Raphael Sagatio, enquanto que a montagem e edição dos vídeos são de Danilo Campello. A coordenação de web é de Thiago Azurém.

“Num contexto de escalada fascista e progressiva perda dos direitos dos trabalhadores, o núcleo de especiais do LeiaJá insiste em fazer jornalismo, profissão que se solidificou num contexto revolucionário em que o principal mote era ‘liberdade, igualdade e fraternidade’. Publicizar a dor inerente à história do trabalho e dos trabalhadores no Brasil é escancarar a hipocrisia dos discursos conservadores, que seguem legitimando o açoite nas costas que carregam o país. Que jornalismo em sua essência lhes traga alteridade, empatia e humanidade em tempos de tanta cegueira, escuridão e desprezo pelos direitos humanos", ressaltou a repórter Marília Parente.

Sobre o prêmio:

O Cristina Tavares de Jornalismo nasceu em 1993 e se constitui num dos mais importantes e tradicionais do Brasil, e um dos dois maiores promovidos por entidades representativas da categoria Jornalistas. O concurso homenageia a combativa jornalista e ex-deputada federal por Pernambuco Maria Cristina de Lima Tavares Correia, nascida em 10 de junho de 1934, na cidade de Garanhuns, que exerceu três mandatos na Câmara dos Deputados.

Cristina Tavares atuou na Assembléia Nacional Constituinte e era incansável defensora de bandeiras como democratização da comunicação, liberdade de imprensa, emancipação política das mulheres, os interesses da população do Estado, justiça social e o desenvolvimento econômico. Em sua trajetória, elaborou 139 projetos, fez 334 discursos e publicou oito livros, um deles relatando a sua luta contra o câncer de mama que a levaria à morte em 23/02/1992.

Confira a lista completa dos finalistas:

3º Prêmio de Jornalismo Literário

Jornalismo Literário - Bacharéis/Estudantes de Jornalismo - Texto

Emoção Literalmente No Papel: De Papelão A Cascas De Ovos, Livros Ganham Carga Emocional Em Editoras Artesanais Pernambucanas

Rostand Tiago Vasconcellos Filho

Poetas Analfabetos Do Sertão Do Pajeú De Pernambuco

Jefferson William Moraes De Sousa

Sobre Chá E Poesia: O Reduto Do Mate Que Reúne Artistas E Pensadores Há 35 Anos No Recife

Tatiana Ferreira Graciano

Jornalismo Literário - Jornalistas Profissionais - Texto

Crescer Em São José Do Egito: A Trilha Sonora Poética De Viver No Sertão Pernambucano

Larissa Beltrão Barreto Lins

Em Fase De Mudanças

Mariana Cunha Mesquita Do Nascimento

Pouso Da Alma De Clarice, Recife Tem História De (des)zelo

Tatiana Notaro Monteiro Nunes

24º Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo

Bacharéis/Estudantes de Jornalismo - Fotojornalismo

Mário, Presente!

Marlon Diego Feijo Gomes

Obras Aprovadas No Parque Capibaribe

Shilton Alan Santos Araújo

Bacharéis/Estudantes de Jornalismo - Internet

'Ele Era Revoltado Com A Violência', Diz Mãe De Jovem Morto Em Goiana

Gabriel Dos Santos Araujo Dias

A Cor Da Minha Tela

Ana Roberta Amorim Da Silva

Eficientes: A Inclusão De Pessoas Com Deficiência No Mercado De Trabalho

Larissa Siqueira Pontes

Marconi Barkokebas Cavalcanti Filho

Bacharéis/Estudantes de Jornalismo - Radiojornalismo

Anavantú: A Urbanização Das Quadrilhas Juninas Em Pernambuco

Adelvanndo Pereira De Souza

Escorregou Tá Dentro - Como O Saneamento Básico Afeta As Comunidades Urbanas

João Gabriel Dos Santos Costa

Foi De Amor

Jéssica Barbosa Maia Da Silva

Bacharéis/Estudantes de Jornalismo - Texto

Mulheres Que Ocupam

Lorena De Barros Pereira

Seu Destino Passa Pelo Parlamento

Luisa Farias Silva

Transexualidade - As Descobertas E Vivências Da Redesignação Sexual

Isabela Bezerra De Alencar Barros

Bacharéis/Estudantes de Jornalismo - Videojornalismo

Convivendo Com A Síndrome Do Zika Vírus

Ewerton Jesse Oliveira Da Silva

Flau: Uma Grande Reportagem Sobre Homicídios De Crianças E Adolescentes

Kimberly Emily Da Silva

Mulheres Indígenas

Luisa Farias Silva

Criação Gráfica

Nordeste Renovável

George Manoel Pedrosa De Oliveira

Rússia Se Abre Para O Mundo

Iraildo Antonio Cordeiro Oliveira

Deyvidson Thiago Lucas De Souza

Eduardo Augusto Mafra Reguengo

Uma Por Uma

Karla Tenório Correia Acioly

Fotojornalismo

Crianças Vivem Em Situação

Rafael Cavalcanti Furtado

Desequilíbrio Sujeira É Tão Grande

Robert Edward Fabisak

Refazendo Os Caminhos

Diego Vieira Nigro De Almeida

Ilustração/Charge

Hermilo

Kafka

Miguel Falcão

Uma Por Uma

Ronaldo Câmara De Sá

Internet

A Culpa Não É Delas

Ciara Núbia De Carvalho Alves

Karla Tenorio Correia Acioly

Alexandre Antonio Ribeiro Gondim 

Exército Juvenil

Marcionila Teixeira

Wagner Oliveira

Trabalhador - Herança Escravista, Pobreza E Irregularidades

Nathan De Oliveira Santos

Maria Eduarda Ribeiro Esteves

Radiojornalismo

A Culpa Não É Delas

Anne Michelle Dos Santos Barretto

A Dor Do Desrespeito

Fabiani Vieira Assunção

Mariana Barros

Sílvia Rejane Alves De Oliveira

Mobilidade Sobre Duas Rodas

Anderson Kleiton Souza Da Silva

Texto - Reportagem e Reportagem com Desdobramento

Capibaribe Da Resistência

Rafael Ferreira Dantas Santos

Exército Juvenil

Marcionila Teixeira

Wagner Oliveira

O Direito Natural De Nascer

Anamaria Melo Do Nascimento

Alice Cristiny Ferreira De Souza

Texto - Séries e Cadernos Especiais e Séries de Reportagens

Tombamentos 80 Anos

Cleide Maria Alves De Souza

Uma Por Uma

Ciara Núbia De Carvalho Alves

Julliana Correa De Melo E Sá

Adriana Maria Barros Da Guarda

Adriana Pimentel Victor

Bianca Trajano Bion

Cinthia Rodrigues Ferreira Da Silva

Elaine Cristina De Santana

Isis Gomes De Souza Lima

Luiza Freitas Da Fonseca E Silva

Mariana Dantas Costa Videira

Marília Alves Banholzer

Mayra Cavalcanti De Melo

Mayra Milenna Gomes

Márcia Roberta Soares Da Silva

Vanessa Louise Cortez De Lucena

Vidas Compartilhadas

Cinthya Dolores Santos Maia Leite

Videojornalismo

A Culpa Não É Delas

Anne Michelle Dos Santos Barretto

Elaine Cristina De Santana

Monica Cristina De Carvalho

Cannabidiol - Tratando Com A Maconha

Jorge Melo De Assis Correa Junior

Pernambuco Pela Educação

Cinthia Rodrigues Ferreira Da Silva

Adriana Pimentel Victor

Diego Vieira Nigro De Almeida

Gustavo Henrique Alves Matos

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