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A Justiça do Pará determinou a indisponibilidade de bens de seis empresas envolvidas na queda de parte da estrutura da ponte sobre o rio Moju, no sábado, 6, após um de seus pilares ser atingido por uma balsa.

A medida se estende para bens móveis, imóveis, ativos financeiros e veículos da Biopalma da Amazônia S/A - Reflorestamento Indústria e Comércio, C.J. da C. Cunha - ME, IC - Bio Fontes Energéticas Ltda. - ME, Jari Celulose, Papel e Embalagens S/A, Agregue Indústria, Comércio e Transportes de Madeiras - Eirele - ME, Kelly Cardinale Vieira Oliveira - ME.

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O juiz Raimundo Rodrigues Santana, da 5ª Vara da Fazenda Pública, determinou que as empresas "forneçam os meios necessários para o restabelecimento do tráfego de pessoas e mercadorias na Alça Viária" e apresentem um plano para construção imediata de rampas de acesso para carros e carretas no local da ponte.

As obras de adaptação devem ser concluídas em até 45 dias.

As empresas citadas devem ainda fornecer balsas para a travessia, "suficientes para atender à população, sem cobrar pela utilização do serviço".

Segundo a ação movida pelo Estado do Pará, a Biopalma vendeu 1.800 toneladas de bucha de dendê para a C.J. da C. Cunha. A mercadoria foi revendida para a C.J. da C. Cunha e depois para a Jari Celulose, destino final do produto.

A Agregue era responsável pelo transporte da mercadoria e para isso contratou a embarcação pertencente à empresa Kelly Cardinale.

Durante a madrugada, a balsa colidiu com um dos pilares da ponte sobre o rio Moju, que fica na altura do quilômetro 48 da Alça Viária, derrubando cerca de 200 metros da estrutura.

De acordo com o Estado do Pará, dois veículos que passavam pelo local caíram no rio.

Segundo os autos, a Capitania dos Portos informou que a embarcação não estava autorizada a navegar naquela localidade no período noturno.

Em sua decisão, o magistrado destaca que o acidente provocou danos ambientais e patrimoniais, com os quais o Governo do Estado terá de arcar para reconstruir a ponte.

Além disso, Santana afirmou que o evento prejudicou a economia regional, dada a importância da Rodovia Alça Viária para a região, e causou um dano moral, uma vez que as pessoas que ‘são obrigadas a esperar por horas até que consigam atravessar (ironicamente, também em balsas) o Rio Moju’.

O valor determinado pelo juiz tem como base um orçamento preliminar realizado pela Diretoria Técnica de Transportes da Secretaria de Estado de Transportes do Pará, que avaliou valores correspondentes à implementação de rampas para balsas, remoção dos escombros submersos, viabilização de rotas alternativas e readequação de navegação do Rio Mojú, com a construção de uma ponte estaiada com novos dispositivos de segurança e proteção.

COM A PALAVRA, A BIOPALMA

"A Biopalma informa que não foi intimada da determinação judicial, mas adotará as medidas adequadas ao caso. A Biopalma informa ainda que a balsa não é de sua propriedade e nem estava a seu serviço. A venda dos cachos vazios de palma foi realizada pela Biopalma na modalidade de frete FOB (Free on board), em que o comprador assume a responsabilidade integral pelo transporte da mercadoria. A empresa está prestando todos os esclarecimentos necessários às autoridades."

COM A PALAVRA, AS EMPRESAS

A reportagem tentou contato com as empresas mencionadas. O espaço esta livre para manifestações.

Na manhã deste Domingo (7) foram retomadas as buscas por desaparecidos, após a queda de parte da ponte sobre o rio Moju, que fica na altura do quilômetro 48 da Alça Viária, no Pará. Estrutura desabou na madrugada de sábado (6) após um de seus pilares ser atingido por uma balsa. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os trabalhos foram retomados às 7h30.

No início da noite de Sábado (6), os bombeiros encerraram as buscas sem encontrar possíveis vítimas do acidente.

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Segundo o Corpo de Bombeiros, dois veículos que passavam pelo local, por volta das 2 horas da manhã de Sábado, caíram no rio. Pelo menos cinco pessoas estão desaparecidas após a queda.

Ainda no sábado, o governador Helder Barbalho (MDB) decretou estado de emergência. "Isso nos dará mais agilidade frente as demandas que estão surgindo", justificou.

Também como parte das providências tomadas pelo governo do Estado, serão colocadas defensas - protetores de pilares - em todas as pontes do complexo da alça viária.

Barbalho também vai autorizar obras para que a Estrada do Quilombola seja uma alternativa para veículos de passeio e ônibus. "Isso vai requer a construção de uma ponte que já foi autorizada", acrescentou. Esta foi a terceira vez que a ponte foi atingida por uma balsa.

Mais cedo, o governador convocou representantes de diversos órgãos da segurança pública para discutir ações para acelerar o resgate das vítimas do acidente. Pela manhã, o governador sobrevoou a área ao lado do coronel Dilson da Polícia Militar (PM), do coronel Hayman e do secretário de Segurança do Estado, Ualame Machado.

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai acionar judicialmente a empresa proprietária da balsa que colidiu com a ponte. Há dois meses, já é realizado trabalho de reparos na ponte que sofreu danos por constantes choques de embarcações.

Kory Melby, um consultor do agronegócio baseado em Goiania, afirmou que a ponte que caiu integra a principal rota rodoviária que conecta regiões produtoras de grãos do país com os portos na região norte. Melby disse que o tráfego de barcaças que chegam dos rios Tocantins e Amazonas não foi afetado pela queda da ponte, referindo-se às operações portuárias em Vila do Conde e Barcarena, no Pará.

 

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