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Dois filmes sobre Yves Saint Laurent ,com pontos de vista distintos sobre a vida do estilista francês, disputarão o prêmio Cesar em fevereiro, ao lado do filme sobre o extremismo islâmico "Timbuktu".

Nesta quarta-feira foram anunciados os indicados ao prêmio máximo do cinema francês, que acontecerá em 20 de fevereiro, dois dias antes do Oscar.

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"Saint Laurent", de Bertrand Bonello, e "Timbuktu", de Abderrahmane Sissako, foram indicados para a categoria de melhor filme.

Os outros indicados são "Les Combattants" de Thomas Cailley, "Eastern Boys", de Robin Campillo, "A Família Bélier", de Eric Lartigau, "Hippocrate", de Thomas Lilti, e "Acima das Nuvens", de Olivier Assayas.

Na categoria de melhor ator estão na disputa Guillaume Gallienne, protagonista do filme de Jalil Lespert "Yves Saint Laurent", uma versão "autorizada" por Pierre Bergé, companheiro do estilista que faleceu em 2008, e Louis Garrel, que interpreta o artista em "Saint Laurent", de Bonello, que insiste em aspectos mais sombrios de sua personalidade.

Juliette Binoche, Marion Cotillard, Karine Viard e Adèle Haenel estão entre as indicadas ao prêmio de melhor atriz, ao lado de Catherine Deneuve, Emilie Dequenne e Sandrine Kiberlain.

Na categoria de melhor filme em língua estrangeira o destaque fica por conta de "Dois dias, uma noite", dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, protagonizado pela francesa Marion Cotillard, que também disputa o Oscar de melhor atriz.

Os outros indicados na categoria são "12 Anos de Escravidão", de Steve McQueen, "Boyhood", de Richard Linklater, "Ida", de Pawel Pawlikowski, "Mommy", de Xavier Dolan, "O Grande Hotel Budapeste", de Wes Anderson, e "Winter sleep", de Nuri Bilge Ceylan.

Bertrand Bonnello reconhece - foi sua indecisão que criou o mal-estar e o afastou de Pierre Bergé, o companheiro de Yves Saint Laurent. Quando os produtores, os Altmeyer Brothers, lhe propuseram biografar o estilista, ele aceitou, mas não tinha ideia preconcebida do que fazer. "Pensava num velho solitário, e nas possibilidades visuais que um filme desses oferecia. Para não me influenciar, resolvi que só falaria com Bergé depois que tivesse o meu recorte. Ele me achou arrogante. No intervalo, surgiu o outro Saint Laurent (de Gilles Lespert), que buscou seu aval e ele apoiou. Terminamos discutindo na Justiça, mas tenho de reconhecer - ele não tomou nenhuma medida para interditar meu filme. Desejou-me boa sorte, e foi tudo."

Saint Laurent teve direito a gala em Cannes, em maio, e é o representante da França para concorrer a uma vaga no Oscar. Disputa a indicação com o brasileiro Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. O longa de Daniel Ribeiro está no Mix Brasil, numa programação intitulada Vale a Pena Ver de Novo (com outro nacional - Praia do Futuro, de Karim Aïnouz). O de Bonello, se já não tivesse estreado, também poderia estar no Mix, já que o recorte do diretor privilegia os anos loucos - 1967/76 -, quando Saint Laurent lança sua primeira coleção e chega ao topo, afirmando-se como o número 1 do prêt-à-porter de luxo. Homem da noite, ele tem ligações perigosas e viaja na droga com um amante perigoso. Ascensão e decadência, não propriamente queda. Um terceiro ato mostra o Saint Laurent decrépito, interpretado pelo ator viscontiano Helmut Berger.

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O diretor e seu ator - Gaspard Ulliel - vieram mostrar o filme na cidade, no quadro da São Paulo Fashion Week. O curioso é que Ulliel é garoto-propaganda da Maison Chanel. "Queria esse terceiro ato, mas achava que seria excessivo tentar cobrir todo o arco dramático de uma vida. Poderia me concentrar, quem sabe, em 24 horas, três dias, uma coleção. Os Altmeyers só me impuseram uma condição. Que trabalhasse com um roteirista, Thomas Bidegan, colaborador habitual de Jacques Audiard (e duas vezes vencedor do César, o Oscar francês, por ‘O Profeta’ e ‘Ferrugem e Osso’). Optamos por uma década, na qual aflora tudo, o gênio como os problemas."

Em filmes como O Pornógrafo, Tirésia e L’Apollonide - Os Amores da Casa de Tolerância, Bertrand Bonello já viajou pelos aspectos sombrios da sexualidade. Saint Laurent lhe permite juntar tudo - o amor da beleza e os impulsos destrutivos. A falta de apoio de Pierre Bergé complicou as coisas. "Não tivemos acesso ao ateliê de Yves nem ao apartamento da Rua Babilônia, onde ele se isolou e construiu seu mito. Os desenhos, as roupas são praticamente de domínio público. Os espaços fechados, tivemos de imaginar. Yves não era só um homem noturno. Vivia em interiores, que se fechavam sobre ele, como prisões. Na Rua Babilônia, esculpiu seu gosto pessoal pela arte. Reproduzimos tudo, após pesquisas acuradas." O brilho visual leva a soluções como dividir a tela. "Yves teve a sua fase Mondrian. Eu homenageio os dois."

A relação de Yves com Bergé foi idealizada no documentário L’Amour Fou. Bonello a mostra de forma realista. Para Bergé, não é só uma relação afetiva. Yves vira o centro de um império, investimento econômico. Jeremie Renier, dos filmes dos irmãos Dardenne, é quem faz o papel. Ele tende a isolar seu amante artista, até como forma de exercer controle. Entra em cena o belo Louis Garrel, como Jacques de Basher. Com ele, Saint Laurent libera o sexo e as pulsões destrutivas. São as cenas graficamente mais ousadas do filme. O sexo, que tanto atrai Bonello como autor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ar de rock, modernidade e rebeldia soprou no último dia da Semana de Moda masculina em Paris, com o desfile, neste domingo, do estilista Hedi Slimane para a maison Saint Laurent, passando o bastão para as passarelas de alta-costura, que começam nesta segunda-feira.

Esta foi a segunda coleção masculina para a marca Saint Laurent criada por Slimane, figura mítica da moda por ter revolucionado o vestuário masculino quando trabalhava para a Dior Homem (2000-2007), com jaquetas curtas sobre calças cigarrete e silhuetas andróginas.

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Os looks apareceram em preto e muito ajustados, e jaquetas curtas na altura da cintura, no desfile da famosa marca francesa para a primavera-verão 2014, apresentado em uma sala do museu Grand Palais, onde soaram o rock e a música eletrônica.

Muitas das jaquetas eram em tecidos metálicos, prateados e dourados, algumas com muitos brilhos típicos de estrelas do rock.

Slimane propôs camisetas de listras sobre calças pretas ajustadas na cintura acompanhadas de jaquetas ajustadas, apresentadas por modelos muito jovens e magros, alguns quase anoréxicos.

Um dos modelos usava um batom vermelho-carmim, como alguns dos convidados do desfile.

"Foi fantástico", disse a atriz mexicana Selma Hayek no final do desfile, ao qual assistiu da primeira fila, acompanhada do marido, François Henri Pinault, presidente do grupo de luxo PPR, conglomerado dono das marcas Saint Laurent, Gucci, Balenciaga e Bottega Veneta.

Pierre Bergé, cofundador da célebre maison, também assistiu ao desfile, acompanhado de Betty Catroux, musa de Saint Laurent, morto em 2008.

Esta segunda coleção masculina criada por Slimane para a Saint Laurent é menos polêmica do que a anterior, classificada como "grunge" e que recebeu muitos comentários negativos.

"Gostei muito", disse em entrevista à AFP o estilista Azzedine Alaia no final do desfile. "Cada silhueta tem um estilo particular", acrescentou.

Perguntado se reconhecia a assinatura de Saint Laurent nesta coleção ultramoderna de Slimane, o famoso estilista comentou que sim. "São os códigos de Hedi", disse Alaia, recordando que Slimane começou sua trajetória na moda exatamente com Yves Saint Laurent.

Este desfile, o último no calendário da moda masculina, foi seguido no domingo à noite pela passarela da marca italiana Versace, que passou o bastão para as passarelas de alta-costura, que começam oficialmente nesta segunda-feira.

Donatella Versace propôs seus famosos decotes profundos, saias muito curtas e vestidos sinuosos e brilhantes, despindo a mulher que anda sobre sapados de saltos altíssimos difíceis de usar até para as modelos, especialistas em caminhar na passarela.

Os desfiles do exclusivo clube da alta-costura, juridicamente protegida na França, que têm que seguir regras como peças únicas e feitas sob medida, começam de manhã, com a coleção do estilista francês Christian Lacroix para a marca italiana Schiaparelli.

Na segunda-feira, desfila também a histórica maison Dior, nas mãos de seu jovem diretor artístico, o belga Raf Simons, além da marca Alexandre Mabille.

Outras grandes marcas francesas apresentarão suas coleções de alta-costura entre segunda e quinta-feira: Chanel, Jean Paul Gaultier e Givenchy.

Também desfilarão marcas francesas menores, como Christophe Josse, Stéphane Rolland e Franck Sorbier, juntamente com as italianas Valentino, Giambattista Valli e Armani.

O brasileiro Gustavo Lins, único latino-americano na seleta "família" da alta-costura, vai apresentar sua coleção na terça-feira, na embaixada do Brasil na França.

Os desfiles parisenses, que atraem estrelas do cinema, editoras de moda e ricas compradoras, terminam na quinta-feira, quando a alta joalheria vai expôr em Paris alguns de seus tesouros.

Atrizes de cinema e membros da realeza assistiram nesta terça-feira ao desfile da marca Chanel, que trouxe uma elegância clássica e romântica, em contraste com a silhueta desalinhada e muito jovem que dominou a passarela da Saint Laurent na véspera e gerou polêmica. Casacos de tweed usados com botas de cano alto, jaquetas sobre saias muito curtas, calças justas, abrigos em tweed, malhas com fios metálicos: o diretor artístico da Chanel, o alemão Karl Lagerfeld, enviou uma mensagem de elegância discreta, mas com um toque "sexy" e "chique".

"Usaria tudo", disse após o desfile a atriz Jessica Chastain, sentada na primeira fila, assim como a princesa Caroline de Mônaco e um príncipe do Oriente Médio. "É uma coleção romântica, que me lembra a Coco (Chanel) dos anos 50", disse Chastain, enquanto a cantora e atriz francesa Vanessa Paradis dizia ter "adorado tudo", especialmente os looks com saia, que pareciam "muito chiques". O próprio Lagerfeld descreveu sua coleção como "chique sexy". Mas é um "sexy discreto, não de sex shops", disse.

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A paleta de cores do estilista foi dominada pelo azul profundo, confirmando que os tons escuros, mais noturnos, vão dominar o próximo inverno. Também apareceram o preto e o cinza misturados a alguns looks em tons de rosa. A surpresa dos convidados para a apresentação da coleção prêt-a-porter outono/inverno da Chanel começou logo na entrada do Grand Palais: sob a majestosa cúpula de cristal estava um imenso globo terrestre preto, onde brilhavam centenas de pequenos pontos iluminados.

Para alguns, como Vanessa Paradis, a esfera em tons de preto e cinza evocava o mal estado do planeta. "Acho que Karl quer que nos conscientizemos da situação do planeta", disse a atriz no final do desfile. Mas o glogo terrestre com luzes representa, explicou Lagerfeld, a expansão comercial da marca de luxo no mundo inteiro. A esfera representa "a globalização da Chanel", disse Lagerfeld após saudar os convidados no final do desfile, realizado no oitavo e penúltimo dia da Semana de Moda de Paris.

"Há 100 anos a Chanel abriu sua primeira loja em Deauville. Hoje existem 300 lojas Chanel em todo o mundo. Não é nada ruim em 100 anos ter 100 lojas Chanel no planeta", acrescentou. "Onde se vê uma bandeira (no globo) há uma loja da Chanel", disse Lagerfeld, que não escondeu sua satisfação por estar à frente dessa expansão. "Posso estar feliz, porque quando comecei, há 30 anos, só existiam três ou quatro" (lojas da Chanel), disse.

O estilista explicou que o ponto de partida de sua coleção foram "os materiais, as proporções, o volume e a largura" das peças. A coleção da Chanel parece ter produzido consenso, diferente do desfile de Hedi Slimane para Saint Laurent, na segunda-feira à noite, cuja estética "grunge" -inspirada na banda Nirvana- provocou controvérsia e suscitou muitos comentários negativos.

"Me pareceu estar no desfile de uma amiga do meu filho de 20 anos, que é estudante de moda e chamou há pouco tempo suas amigas anoréxicas para desfilarem algumas de suas criações", disse nesta terça-feira na entrada do Grand Palais uma editora de moda que não quis se identificar. "Sinto como se Slimane estivesse nos fazendo de bobo", disse outra editora comentando a passarela da maison Saint Laurent, que é sempre uma das mais esperadas da Semana de Moda parisiense, que termina na quarta-feira com o desfile da Louis Vuitton.

Os desfiles da temporada outono/inverno de coleções masculinas, com Hedi Slimane para Saint Laurent, seguidos pela primavera/verão 2013 de Alta-Costura e seus maravilhosos modelos abrem a temporada de moda a partir desta quarta-feira em Paris.

Após um primeiro desfile em outubro e uma coleção feminina e, homenagem ao falecido criador da marca, o mundo da moda espera impacientemente pela primeira coleção masculina de Slimane.

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O estilista se transformou em uma figura mítica ao revolucionar o vestuário masculino quando trabalhava para a maison Dior (2000-2007). Sua silhueta andrógina e ultramoderna, com looks totalmente pretos e cortes ajustados, realçados por jaquetas curtas, foi copiada no mundo inteiro.

Um tweet recente o resumia desta forma: "Agora que Hedi Slimane volta ao prêt-à-porter masculino, significa a volta do homem anoréxico?"

Os fashionistas terão que ter paciência, já que Slimane será o último a revelar sua coleção, no próximo domingo, 20 de janeiro.

Antes, nos próximos 5 dias, acontecerão cerca de 50 desfiles, incluindo os da Hermès (Véronique Nichanian), Dior (Kris van Assche), Jean Paul Gaultier, Dries Van Noten e Lanvin (Lucas Ossendrijver), além da passarela de Berluti (Alessandro Sartori).

Os aficcionados pela Louis Vuitton (Kim Jones) poderão contemplar a nova coleção ao vivo do site da marca, de seu smartphone ou tablet preferido.

Raf Simons, diretor artístico das coleções femininas da Dior, apresentará sua visãon masculina para o inverno com sua marca própria.

Alguns darão os primeiros passos nas passarelas masculinas, como o jovem Julien David e Aldo María Canillo, encarregado de dar novo impulso à marca masculina Cerruti, comprada recentemente, assim como a maison Sonia Rykiel, pelo grupo Fung Brands de Hong Kong.

Quando terminarem os desfiles masculinos será a vez da Alta-Costura, denominação esclusiva parisiense..

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Duas novas marcas conseguiram o cobiçado título de Alta-Costura em dezembro: Alexis Mabille e a maison Martin Margiela. Ambas apresentarão suas coleções femininas de primavera/verão junto com Raf Simons para Dior, Karl Lagerfeld para Chanel e Jean Paul Gaultier, acompanhados também pelos italianos Giorgio Armani, Valentino, Versace e pelo libanês Elie Saab.

A maison Givenchy (grupo LVMH), cujo diretor artístico é Riccardo Tisci, não vai se apresentar nessa temporada, e se limitou a dizer que quer fazer uma pausa.

Mesmo com grandes maison deixando a Alta-Costura (como Yves Saint Laurent e Lanvin para se concentrar no prêt-à-porter de luxo), a Givenchy assegura que não se trata de abandonar esta atividad crônicamente deficitária nem de fechar seu ateliê.

Outras onze marcas desfilarão como membros convidados, sistema que permite colocar em evidência as maisons emergentes, entre as quais a francesa Bouchra Jarrar, a chinesa Yiqing Yin e a dupla francesa Lefranc.Ferrant.

O estilista Hervé L. Leroux, que ficou famosos nos anos 1990 com seus vestidos justos como os de Hervé Léger, antes de ser privado desse nome, apresentará seus modelos sobre bustos de manequins em seu ateliê. Não se trata apenas de uma questão de meios, mas também é uma forma de permitir que os jornalistas e compradores possam ver de perto seu minucioso trabalho de plissados.

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