Tópicos | Sandoval Rodrigues de Araújo

O esporte pode ser utilizado como uma boa ferramenta de inclusão social, independente da modalidade colocada em prática. E este foi objetivo do Caxangá Golf & Country Club ao criar o projeto ‘Atleta do Futuro’, em 2012, que busca dar oportunidade a estudantes de escolas municipais de praticar atividades olímpicas, como o Hipismo.

A ação transforma alunos e cria atletas nas comunidades próximas ao clube. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, o instrutor da escolinha, Sandoval Rodrigues de Araújo, falou um pouco mais sobre a ação.

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“O objetivo do projeto é ajudar as crianças e estudantes a se desenvolverem mais na escola, melhorar seu comportamento, mudanças de hábito e reintegrar ele numa sociedade que ele não tinha contato”, afirmou Sandoval. Segundo ele, hoje o projeto, voltado exclusivamente para escolas municipais, conta com 80 alunos na faixa etária entre 10 e 12 anos, das escolas Divinos Espírito Santo e Rodolfo Aureliano.

Sandoval explica que a ideia inicial do projeto era beneficiar os alunos que se destacavam na escola. Contudo, com o decorrer do trabalho, ele percebeu que o movimento deveria ser contrário. “A gente viu que não é apenas pegar o aluno que já está destacado. Temos que pegar aqueles que não estão. Mesmo se estão com dificuldade, eles vêm. Com isso, eles têm que chegar aqui e mostrar um desenvolvimento. Têm que apresentar um comportamento melhor tanto aqui quanto na escola, além de notas melhores”, afirma.

Visivelmente orgulhoso, o instrutor fala sobre a evolução dos seus alunos: “Eles às vezes chegam um pouco arredios, depois vão se tornando mais calmos, o vocabulário vai mudando, questão de palavrão, eles não falam mais. Além do respeito entre si. O comportamento na escola também muda, por que eles não querem perder a oportunidade de fazer as aulas”.

“Muitas dessas crianças não têm oportunidade, não tem tênis, não tem uma calça, e a gente dá. Tem também a questão do lanche. Quando terminam as aulas, ou até quando chegam, eles sempre perguntam se vai ter algo para comer”, completa Sandoval.  Segundo ele, boa parte dos equipamentos utilizados pelos alunos dos projetos são frutos de doações do próprio clube e de associados.

Dos 80 alunos, 13 participam das competições oficiais, como a Etapa Norte e Nordeste de Hipismo. “Não só para mim, mas para todos no clube, ter esses alunos participando dessas competições é uma alegria. Depois que a gente consegue organizar as emoções deles, eles dão aquele ‘estalo’. Como eu disse, é uma corda que eles estão agarrados. Então eles entram para ganhar, e mesmo não ganhando, os espectadores batem palmas porque eles entram com raça. E esse é o diferencial dos meninos do projeto”, diz Sandoval.

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Entre esses 13 competidores estão Pablo Roberto da Silva, de 15 anos, e Maria Luiza, de 12. Mesmo com perfis bem diferentes, uma coisa em comum pode ser logo notada ao se conversar com eles: ambos se sentem transformados pelo hipismo.

“O hipismo mudou muita coisa na minha vida, principalmente na escola. Antigamente eu tirava muitas notas baixas e vivia reprovando. Aí quando eu entrei nas aulas e comecei a praticar, eu passei a tirar notas mais altas, comecei a me comportar melhor tanto na escola quanto em casa, passei a obedecer mais meus pais”, conta Pablo.

Há quatro anos no projeto, Maria Luiza também sentiu na pele a mudança e agora quer fazer do esporte um trabalho por muito tempo. “Antes, eu até tirava notas boas, mas o meu comportamento não era dos melhores. Mas minha professora sempre me alertava, que se eu não me comportasse bem não vinha para as aulas. A gente depende da avaliação do professor para poder vir, aí eu comecei a me comportar. No começo, eu não levava a sério. Mas depois eu percebi que era importante para mim, aí eu comecei a me desempenhar mais, ficar mais focada”, diz.

“Na minha primeira competição oficial, eu ganhei em primeiro lugar e eu fiquei muito feliz por isso, porque eu vi que meus treinos não eram em vão. Se depender de mim, eu continuo no hipismo a vida toda. É muito bom. Eu quero ser uma atleta do futuro”, finaliza Maria com um grande sorriso no rosto.

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