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A fase em que o câncer é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo de cinco é pequeno o risco de a doença voltar). No caso do melanoma, essa associação entre fase de descoberta e cura é ainda mais decisiva.

Comparativamente, enquanto a doença em fase inicial tem taxas de cura acima de 90%, o melanoma com espessura superior a 4 milímetros registra menos de 50% de sobrevida em cinco anos. Além da espessura da lesão, outros aspectos considerados no diagnóstico são a presença de úlceras (feridas na pele), comprometimento dos linfonodos e se a doença disseminou para outras partes do corpo (metástase).

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De acordo com o levantamento SEER, do National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, o prognóstico para pacientes com comprometimento linfonodal é de 66,2% de taxa de cura. Porém, na presença de melanoma metastático, a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 27,3%. “A fase de descoberta do melanoma é fundamental para a nossa tomada de decisão e para que tenhamos melhores resultados oncológicos. A preocupação com o melanoma deve ir além do Dezembro Laranja ou nos demais meses do nosso verão. O cuidado deve se estender para todo o ano, inclusive nos dias nublados ou chuvosos”, destaca o cirurgião oncológico, Alexandre Ferreira Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

Melanoma no Brasil e no mundo e o risco de negligenciar a doença na pandemia

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), anunciadas antes da pandemia de COVID-19, apontavam para 183.390 novos casos em 2020. Desse total, 176.940 correspondem aos cânceres de pele menos agressivos – o basocelular e o espinocelular  – e 8.450 ao melanoma. Em termos de mortalidade, o câncer de pele basocelular e espinocelular, informa o Inca, corresponde a 2.329 casos  anuais e o melanoma a 1.791. Os números mostram que, portanto, que embora o melanoma represente apenas 4,5% dos casos de câncer de pele, quase metade (43%) das mortes por tumores cutâneos é por conta do melanoma.

Em meio ao levantamento feito pela SBCO, que apontou para redução de até 70% do número de cirurgias oncológicas nos primeiros meses da pandemia de COVID-19, Alexandre Ferreira Oliveira, observou também a redução de diagnósticos de melanoma em fase inicial. Por conta do medo de contrair a infecções, muitos negligenciaram o exame clínico da pele com o dermatologista.

O impacto disso é o não diagnóstico de lesões em fase inicial e até o adiamento de tratamentos que estavam em andamento. “A evolução para uma doença com espessura maior que 4 milímetros pode ocorrer em pouco tempo. Mesmo na pandemia, lesões que aparecem na pele devem ter avaliação médica imediata e, para tanto, é importante levar em conta o critério ABCDE”, destaca.

A regra do ABCDE é um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:

(A ) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra.

(B) Bordas irregulares: contorno mal definido.

(C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul).

(D) Diâmetro: maior que 6 milímetros;

(E) Evolução: mudanças de tamanho, forma ou cor.

Mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele.

Idade e danos cumulativos ao longo da vida

O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele é o envelhecimento, embora essa doença possa acometer desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos. Os raios UVA, que estão cientificamente associados com desenvolvimento de câncer de pele do tipo espinocelular e também de melanoma, estão presentes do nascer até o pôr do sol. Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10 às 16 horas e que são responsáveis por tumores de pele, principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão. Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30, com reaplicações ao longo dia. 

Cuidados com a pele

- Evitar exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10 e 16 horas (horário de verão). - Fazer uso de chapéus, camisetas e filtros solares. 

- É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material. 

- Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é fator 30, por requer menor reposição.

- Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerável saudável para a pele.

- Durante a pandemia, respeitar as diretrizes de distanciamento social determinadas por sua cidade.

*Da assessoria 

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