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Completando 57 anos neste domingo (6), o poeta pernambucano João Flávio Cordeiro Silva, mais conhecido como Miró da Muribeca, aproveita a comemoração no Teatro de Mamulengo, às 16h, para lançar seu novo livro “Meu filho só fala besteira”, uma homenagem à Dona Joaquina, mãe do poeta, falecida há cinco anos.
##RECOMENDA##A obra, que recebe incentivo do Hotel Central, onde Miró mora, é desprendida de qualquer linearidade durante a leitura, assim como as poesias e pensamentos do poeta. Confeccionado de forma manual, “Meu filho só fala besteira” mostra a relação de mãe e filho, Miró e Dona Joaquina, as fases dos porquês e as descobertas da infância.
Em entrevista ao LeiaJá, Miró recitou, relembrou a infância difícil ao lado da mãe, a ausência do pai e seu novo ciclo, após uma temporada em hospitais devido ao alcoolismo: "Eu estou me arrumando de novo para não ser ridículo. Esse que está falando agora é o novo Miró. Aquele de antes eu não quero mais".
Ao falar sobre a relação com a Mãe, o poeta não conteve a emoção. "Eu nunca vi meu pai. Minha mãe me criou sozinha, tinha uma barraca onde vendia as coisas. Eu poderia ser um marginal ou qualquer outra coisa. Minha mãe foi a pessoa, ela ainda está aqui, eu acho, que cuidou muito de mim. Antes de morrer ela disse: 'Miró, cuida da única coisa que tu sabe fazer, que é a tua poesia. Eu não gosto, mas tem gente que gosta e aplaude'", relembrou.
Miró da Muribeca nasceu a partir do momento em que ele decidiu subir em um palanque improvisado e recitar suas poesias. "Quando eu terminei, as pessoas começaram a me chamar de Miró da Miribeca. E ele sou até hoje", afirma. Agora, aos 57 anos, entre uma 'besteira' e outra, ele se reencontra, cada ano mais visceral, mais cru, mais poeta.
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