A vinte e cinco dias para o início da exibição dos guias eleitorais e com os tempos de televisão e rádio já definidos pela Justiça, a preocupação das chapas majoritárias agora são as estratégias que serão usadas para atrair o eleitor quer seja em 10 ou um minuto de programa. De acordo com o analista político e coordenador de pesquisas do Instituto Maurício de Nassau (IPMN), Maurício Romão, a presença do candidato nos guias representa tem um “alto valor” para o processo eleitoral.
“É um momento onde os candidatos podem conquistar adeptos e hoje em dias as campanhas são mais eletrônicas e menos corpo a corpo. A importância do guia é incontestável”, frisou. Relembrando dados das últimas pesquisas onde os candidatos a governador de Pernambuco aparecem com o índice de “parecido”, Romão alertou que a partir das aparições diárias na TV e no rádio o interesse da população pelo pleito eleitoral “em baixa desde junho de 2013” pode se tornar maior.
##RECOMENDA##“Nas últimas pesquisas para governador os números são os mesmos, isto é decorrente da falta de interesse das pessoas, após tantos escândalos, pela política. O guia pode despertar o interesse dos eleitores”, previu o estudioso.
A disputa pelo Palácio do Campo das Princesas, apesar de ter seis candidatos, é polarizada entre duas frentes. Uma delas, liderada pelo candidato Paulo Câmara (PSB), terá 10 minutos e 26 segundos durante o guia. A outra, comandada por Armando Monteiro (PTB), contabilizou 4 minutos e 56 segundos.
“Quanto mais tempo, mais a pessoa tem condições de se apresentar e ter contato com o eleitor. Agora, não necessariamente o tempo maior signifique grandes conquistas”, frisou. Acrescentando, “Paulo tem mais da metade do tempo total, isto é importante para ele por estar atrás nas pesquisas e ser desconhecido pelas pessoas. Isso pode se refletir numa maior visibilidade e aceitação por parte do eleitorado”.
Em contrapartida, segundo Romão a expressividade de Monteiro vai ser reforçada nos programas. “Prevemos que a tendência é uma disputa muito acirrada, Armando já circulou todo o estado e tem uma grande atuação política”, analisou.
Questionado se em eleições anteriores o guia eleitoral influenciou nas pesquisas e no resultado das eleições, Maurício Romão afirmou que possivelmente sim. “Os índices podem ser modificados sim. Existem casos, às vezes, por desempenho do candidato (do candidato que estava com poucas intenções) ou falha (do que estava no primeiro lugar) novas intenções de votos podem nascer dos nulos e brancos ou migrar”, disse, citando como exemplos episódios locais e nacionais, entre eles o de Marina Silva (PSB), na disputa presidencial em 2010, Daniel Coelho (PSDB), na corrida pela Prefeitura do Recife em 2012, e Eduardo Campos (PSB), em 2006 quando pleiteou pela primeira vez o governo estadual. “Não necessariamente os candidatos ganharam, mas apresentaram outros percentuais em pesquisas após o início do guia eleitoral”, argumentou o estudioso.