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Um quarto canadense foi condenado à morte na China em um caso de tráfico de drogas, uma sentença que tem como pano de fundo as tensões diplomáticas crescentes entre Ottawa e Pequim, anunciou nesta sexta-feira (7) um tribunal.

Este canadense, identificado em mandarim com o nome de Ye Jianhui, foi julgado por "tráfico e produção de drogas", anunciou o Tribunal de Foshan (sul). Ye Jianhui e outros cinco acusados também foram condenados, um deles à pena de morte.

De acordo com o jornal em inglês Global Times, as autoridades apreenderam 217 quilos de MDMA entre os seis acusados, julgados por fatos ocorridos em 2015 e 2016.

Na quinta-feira, um tribunal de Cantão, a capital de Guangdong, anunciou a condenação à morte de outro canadense, Xu Weihong, por "produzir" drogas.

O ministro canadenses das Relações Exteriores, François-Philippe Champagne, se declarou "profundamente preocupado".

"Sempre seremos contrários à pena de morte", afirmou Champagne em uma entrevista ao canal CBC. "Nós afirmamos e repetimos ao governo chinês e seguiremos fazendo isso".

As relações entre Pequim e Ottawa são tensas desde a detenção em dezembro de 2018 em Vancouver de Meng Wanzhou, a diretora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, a pedido da justiça dos Estados Unidos.

Acusada por Washington de cumplicidade de fraude por evitar as sanções contra o Irã, Wanzhou está em liberdade condicional no Canadá, de onde pode ser extraditada aos Estados Unidos.

Em janeiro de 2019, um tribunal chinês condenou o cidadão canadense Robert Lloyd Schellenberg, à pena capital após um novo processo exigido pela justiça, depois de uma condenação a 15 anos de prisão em primeira instância por tráfico de drogas.

Schellenberg, que já havia sido condenado no Canadá por tráfico de drogas, alegava que estava na China para fazer turismo.

Em abril do mesmo ano, um tribunal chino condenou à morte pelo mesmo motivo um canadense identificado com o nome de Fan Wei.

Pouco depois da detenção da diretora da Huawei, a China prendeu em dezembro de 2018 dois canadenses que permanecem detidos: um ex-diplomata e um consultor acusados de "ameaçar a segurança nacional".

Analistas consideraram as detenções medidas de represálias.

Um tribunal chinês rejeitou que um casal gay possa se casar, indicou nesta quarta-feira (13) o organismo, em um contexto de reivindicação crescente na China dos direitos das minorias sexuais. Sun Wenlin, de 27 anos, havia levado aos tribunais um escritório de assuntos civis que se negou a conceder a ele e ao seu companheiro, Hu Mingliang, uma certidão de casamento.

Em janeiro, o tribunal do distrito de Furong da cidade de Changsha, na província de Hunan (centro), aceitou examinar a denúncia, algo que muitos observadores já consideram um avanço. Mas o tribunal decidiu nesta quarta-feira rejeitar a reclamação.

"Levando-se em conta as leis e regulações relevantes de nosso país sobre o matrimônio, só é possível entre um homem e uma mulher", disse o tribunal em uma mensagem em uma rede social. O advogado do casal anunciou que recorrerá da sentença.

"Trata-se do primeiro caso sobre o casamento gay na China e acredito que haverá mais gays que lutarão por seus direitos de diferentes formas", disse à AFP o advogado do casal, Shi Fulong. "Perdemos, mas acredito que é apenas uma questão de tempo para que os casais do mesmo sexo tenham a permissão de se casar", acrescentou.

O sistema judicial chinês está sob o controle ferrenho do Partido Comunista, razão pela qual as questões consideradas politicamente sensíveis nunca são tomadas apenas levando-se em conta critérios legais. 

Desde 1997 a homossexualidade não é mais um crime na China, embora durante outros quatro anos tenha sido considerada uma doença mental. Nos últimos anos aumentou a tolerância nas grandes cidades, mas a discriminação de gays e lésbicas ainda é comum.

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