Cumprindo o segundo mandato, o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), pode ter comprado votos para garantir a primeira eleição em 2008. De acordo com a denúncia feita pela Procuradoria Regional Eleitoral em Pernambuco (PRE-PE) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), o então candidato, através dos seus cabos eleitorais, inclusive a esposa Alessandra Vieira, prometeu dinheiro e benefícios para moradores de bairros carentes do município em troca de votos.
Segundo a PRE-PE, durante a execução de um mandado de busca e apreensão no local onde funcionava o comitê do candidato, foi encontrado um caderno que servia para registrar nomes, endereços e necessidades apontadas pelos eleitores. As informações eram coletadas pela esposa do prefeito e outro cabo eleitoral, Renato Júnior.
##RECOMENDA##O caderno continha anotações como por exemplo, “1000 tijolos, 3 sacos de cimento, 8 votos”; “um trabalho após de ser eleito”; “já falou com Edson - 1000 tijolos”. Os registros, para a Procuradoria, comprovam o fato de que as notas eram organizadas de modo a permitir o acompanhamento do atendimento das solicitações dos eleitores, tudo com o intuito de angariar votos para o tucano.
Segundo depoimentos colhidos pela investigação, a esposa do prefeito, Alessandra Vieira, realizava visitas em localidades carentes, onde abordava pessoalmente os eleitores. Os benefícios, conforme orientação, deveriam ser recebidos no próprio comitê de campanha do então candidato. Para a PRE-PE, os documentos apreendidos, somados às declarações prestadas por testemunhas, indicam que Edson Vieira agiu de maneira ilegal.
Como o prefeito possui foro por prerrogativa de função, o processo tramita no TRE-PE. Se o Tribunal receber a denúncia, o prefeito passará a ser réu e será submetido a julgamento. A esposa dele e os demais cabos eleitorais acusados de participar do esquema serão alvo de um outro processo criminal, a ser julgado na primeira instância da Justiça Eleitoral.