O homem armado com um fuzil de assalto que disparou no aeroporto de Los Angeles, matando um agente de segurança na sexta-feira (1°), queria liquidar "o maior número possível de funcionários da TSA", a Administração para a Segurança dos Transportes, revelou o FBI neste sábado (2).
Uma nota manuscrita encontrada em uma mochila no aeroporto revela que o atirador, identificado como Paul Anthony Ciancia, de 23 anos, estava "decidido a matar o maior número possível de funcionários da TSA", informou o chefe do FBI em Los Angeles, David Bowdich.
"Na nota, assinada pelo acusado, encontramos uma declaração de que tomou a decisão de matar vários funcionários da TSA e que queria infundir medo em suas mentes traidoras". O oficial Gerardo Hernández, 39, morto pelo atirador, foi o primeiro agente da TSA a cair em um tiroteio desde a criação da agência, após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Ciancia enfrenta a possibilidade de pena capital após ser acusado formalmente neste sábado de assassinar um agente federal e cometer violência em um aeroporto internacional. A polícia tenta descobrir o que motivou o ataque contra a TSA, que matou um agente da segurança e feriu várias pessoas, causando pânico entre os centenas de passageiros no local.
"Vários membros da TSA foram feridos, incluindo um gravemente", indicou a agência, que emprega agentes para o controle de bagagens e passageiros, e verifica a identidade das pessoas antes de sua entrada nos terminais.
Tomados pelo desespero, os passageiros correram para fora do aeroporto quando Paul Anthony Ciancia abriu fogo com um fuzil de assalto no Terminal 3 do aeroporto, atirando enquanto caminhava contra o posto de controle da TSA no local.
As emissoras de televisão exibiram imagens de pânico e caos durante e após o tiroteio, com passageiros se jogando no chão ou tentando se proteger dos tiros atrás de suas bagagens.
O homem conseguiu ultrapassar a zona de controle de segurança antes de ser pego pela polícia. Ele foi detido após ter sido ferido em uma troca de tiros com policiais, e levado em seguida para o hospital em estado grave. Ele havia preparado um massacre.
Sete pessoas ficaram feridas e seis delas foram levadas ao hospital, segundo o comandante do corpo de bombeiros de Los Angeles (oeste dos EUA), James Featerstone. Mas, de acordo com o prefeito de Los Angeles Eric Garcetti, o atirador havia preparado um verdadeiro massacre. "Ele tinha mais de 100 cartuchos, que poderiam ter matado, literalmente, todas as pessoas que se encontravam no terminal", declarou.
As motivações que levaram ao ataque continuam desconhecidas, mas o atirador expressou um grande rancor em relação a TSA, segundo a imprensa. A polícia encontrou junto a ele uma mensagem na qual exprimia "sua decepção com o governo".
Em um comunicado, o FBI indicou que ainda era muito cedo para "comentar as motivações (do atacante) e que os investigadores não descartavam nem enfatizavam a pista terrorista". Segundo o canal NBC, o atirador teria ligações com a TSA e tinha como alvo seus agentes.
De acordo com o Los Angeles Times, ele apontava sua arma para os passageiros e lhes perguntava se "eles eram da TSA". Se a resposta fosse não, ele seguia em frente, relatou uma testemunha.
Amigos e familiares do atirador indicaram que o jovem tinha tendências suicidas, segundo o Los Angeles Times. Antes do tiroteio, o atirador teria enviado um SMS para seu irmão mais novo, advertindo que poderia causar danos a si mesmo, segundo o Washington Post.
"Acreditamos até agora que se tratava de um atacante solitário", disse o chefe da polícia local, Patrick Gannon, que acrescentou que "era a única pessoa que estava armada no incidente".
"Todo mundo começou a correr". Uma testemunha, Brian Adamick, 43, declarou ao Los Angeles Times que ele se preparava para embarcar quando viu pessoas correndo para todos os lados.
"Estávamos na fila de espera para passar o controle, escutamos os tiros", declarou Eric Williams, testemunha do incidente, à emissora ABC 7. "Vi o atacante: era um homem branco que devia ter entre 18 e 25 anos". Outra testemunha contou que ele levava um fuzil de assalto.
O tiroteio afetou o tráfego aéreo no aeroporto de Los Angeles, o terceiro maior do país em termos de passageiros. Cerca de 750 voos sofreram perturbações, 50 entre eles precisaram ser desviados para outros aeroportos.
O último ataque a tiros ocorrido no aeroporto de Los Angeles remonta a 2002, quando um atacante de origem egípcio abriu fogo no mostrador da empresa israelense El Al, deixando dois mortos e vários feridos. O atacante foi abatido por um agente de segurança da companhia.