Uma pesquisa feita pela Onlinecurriculo sobre o sedentarismo no trabalho contou com a participação de 500 funcionários de diversas áreas de atuação, faixa etária, classe social e regiões do país. Mais da metade (55%) dos profissionais afirmam não sentir apoio da empresa para a prática de atividades físicas.
O Brasil está em quinto lugar no ranking de sedentarismo do mundo, sendo o país mais sedentário da América Latina, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Uns dos vários fatores que podem interferir neste número, como o tamanho da população, a renda familiar, a rotina de trabalho e a falta de incentivo às atividades físicas.
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Quase metade dos entrevistados (49,90%) passam a maior parte do tempo sentados no trabalho, contra 17% passam em pé e 16,54% revezam entre estar em pé e sentado. Apesar de algumas empresas terem adotado políticas de incentivo à prática de esportes, é difícil que os funcionários conciliem o trabalho com as atividades físicas, pelo tempo de deslocamento, financeiro e ocupação.
“Hoje, grande parte dos serviços requerem, basicamente, que pessoas façam o uso de computadores na maior parte do seu trabalho, o que colabora com o fato de passarmos mais tempo sentados ao longo do dia. Neste sentido, fica realmente difícil encontrar um equilíbrio saudável, e por isso é tão importante tentar conciliar o tempo livre com alguma atividade física”, explica Amanda Augustine, especialista em carreiras da Onlinecurriculo.
Entre os entrevistados, 55% afirmam não ter nenhum incentivo pela empresa para prática de esportes, 12% declarou ter incentivo financeiro, como gympass ou totalpass, 10% diz ter horário flexível ou intervalos para prática de atividades físicas, outros 6% possuem eventos acerca do tema e 6% conta com ambiente próprio na empresa para prática de esportes. Por fim, 10% não vêem nenhuma iniciativa na prática.
“Alguns temas são cada vez mais tratados dentro das empresas, e o incentivo à prática de atividades físicas certamente é uma pauta em evidência. (...) De qualquer forma, essa é uma cultura que tem que crescer ainda mais dentro do mundo corporativo, pois é uma demanda que, atualmente, entendemos ser essencial para todos os trabalhadores”, declara Augustine.
O estudo mostra, ainda, que mais de metade das pessoas (51%) procuram exercícios físicos para melhorar sua saúde física e 32% para sua saúde mental. Cerca de 28% querem melhorar para envelhecer de forma saudável, 26% para relaxar ou se divertir e 23% por estética, 20% pela qualidade do sono. Aqueles que declararam não realizar nenhuma atividade física explicam que é por falta de tempo (11%), por questões financeiras (5%), por não gostar ou não ter interesse (5%) e, até mesmo, por não ter sido incentivado ou instruído no assunto (1%).
“A relação que se cria com a prática de exercícios físicos é muito pessoal, e realmente muitas pessoas podem não se identificar com essas atividades. No entanto, realizar alguma movimentação corporal regularmente é imprescindível para a saúde, por isso é tão importante que a educação sobre o tema alcance cada vez mais pessoas. (...) A melhor estratégia é buscar um exercício ou atividade que combine seu interesse pessoal com o seu objetivo de melhorar sua saúde física”, indica a especialista.
O estilo de vida pode impactar diretamente com uma vida saudável. Sobre isso, a pesquisa mostra que 45% das pessoas gostariam de melhorar seu estilo de vida com a prática de atividades físicas. No ambiente de trabalho, apenas 6% declararam estar satisfeitos com a quantidade de movimento corporal que realizam durante as atividades no trabalho e 2% acreditam que ir e voltar a pé ou de bicicleta do trabalho é suficiente. Já 4% dos entrevistados disseram que estão satisfeitos com sua vida mesmo sem praticar nenhum exercício físico.
“É importante ver o crescimento do número de pessoas que vêm incorporando a prática de atividades físicas em suas rotinas. O assunto, que até algum tempo atrás não parecia estar tão presente na vida da população, agora já é uma grande pauta, e os jovens vêm começando a praticar exercícios em uma idade mais nova. A mudança da mentalidade é gradual e precisa alcançar os diversos círculos sociais, incluindo os pessoais e os de trabalho, mas a evolução do pensamento já está acontecendo”, finaliza Augustine.