Tópicos | violência contra crianças

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou na quarta-feira (29) o projeto de Lei (PL) 3225/2023, que cria as Patrulhas ou Rondas Henry Borel, destinadas a impedir o uso de castigo físico e violência na educação de crianças e adolescentes. O projeto, do senador Wellington Fagundes (PL-MT), ganhou parecer favorável do senador Dr. Hiran (PP-RR). Agora, segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). 

Além de reprimir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante vitimando crianças e adolescentes, essas patrulhas ou rondas das polícias militares deverão difundir formas não violentas de educação. O nome das patrulhas é uma referência ao menino de 4 anos morto em 2021 por hemorragia interna após espancamentos no apartamento em que morava com a mãe e o padrasto, no Rio de Janeiro.

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O programa seria similar ao Patrulha Maria da Penha, que consiste em visitas periódicas aos lares de mulheres em situação de violência doméstica e familiar, para verificar o cumprimento de medidas protetivas de urgência e reprimir eventuais atos de violência.  Em sua justificação, o autor do projeto lamenta que muitas crianças e adolescentes brasileiros sejam vítimas de violência. Ele propõe a adaptação das Patrulhas Maria da Penha, de forma a dispor de um mecanismo ágil, de fácil acionamento e de resposta rápida.

Dr. Hiran manifestou apoio à proposta e afirmou que "o projeto demonstra ter importância ímpar para a urgente proteção de criança e de adolescente, em seu seio familiar, quando houver fundada preocupação de que possa ser novamente vítima do terrível ciclo da violência”. 

Caso Henry Borel O Caso Henry Borel refere-se ao assassinato do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, ocorrido em março de 2021, no Rio de Janeiro. O menino foi assassinado no apartamento onde morava a mãe e o padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como Dr. Jairinho. O caso gerou grande repercussão no Brasil, sendo muito assemelhado aos casos Isabella Nardoni, ocorrido 13 anos antes, e Bernardo Boldrini, ocorrido 7 anos antes.

*Da Agência Senado

Foram divulgados na manhã desta segunda-feira (25), no Centro de Filosifia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), os resultados da pesquisa Infância e Violência: Cotidiano de Crianças Pequenas em três comunidades do Recife.

O levantamento foi realizado pelo Centro de Análises Econômicas e Sociais (Caes), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisa em Criminalidade, Violência e Políticas de Segurança Pública (Neps) da UFPE. A ação já foi aplicada no Rio de Janeiro e também está sendo feita em São Paulo.

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Na capital pernambucana, o estudo realizou um diagnóstico profundo de violência contra as crianças nas comunidades de Santo Amaro, Chão de Estrelas e Canal do Arruda. Segundo dados da pesquisa, que ouviu mais de três mil entrevistados, entre eles pessoas das lideranças locais, habitantes das comunidades, pais, crianças e adolescentes, os principais tipos de violência sofridos pelas crianças no ambiente doméstico são receber gritos, agressão física e castigo.

O estudo também revela que os avós batem com mais frequência do que as próprias mães. De acordo com o professor da PUC do Rio Grande do Sul e coordenador do projeto, Hermílio Santos, a violência sofrida por essas crianças tem reflexo no desempenho escolar delas.“É muito difícil com essa instabilidade toda, causada pela violência, a criança ter um bom desempenho na escola. As crianças nessas comunidades vivenciam violência de todos os tipos”, afirmou.

O levantamento mostra que entre as comunidades pesquisadas, Santo Amaro lidera em casos de abuso sexual, que em sua maioria não são registrados oficialmente. Outro dado importante apurado pela pesquisa é que a violência também está presente em crianças com faixa etária de um ano. As que mais sofrem agressões são as de sete anos e as mães que mais costumam bater são as de 17 a 18 anos, seguidas das de 44.

Além da violência doméstica, essas crianças também são expostas a outros tipos de violência nas próprias comunidades. As mais comuns são testemunhar tiros, tráfico de drogas e pessoas segurando armas.

A pesquisa apontou que um dos principais problemas enfrentados nessas comunidades é a falta de estrutura, áreas de lazer e a erotização das crianças, com comportamento promíscuo, gravidez precoce, prostituição e abusos sexuais. A síntese do levantantamento pode ser econtrada aqui.

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