Após receber grandes nomes da música brasileira, Campina Grande teve o interior de se palco principal modificado para atender a um paraibano. Zé Ramalho fez exigências pouco convencionais no dia-a-dia do intitulado Maior São João do Mundo.

A pedido do cantor, os camarins foram modificados para que ele pudesse adentrar sem precisar ter contato com quem o esperasse. A entrada foi reposicionada e só nesta quarta-feira (28) é que se entendeu o que foi feito.

Era por volta da meia-noite, quando ele chegou para o show que estava marcado para as 23h30. Os murmurinhos já davam conta que o atraso foi previsto para que sua entrada fosse direta para o palco.

Um corredor foi improvisado com fitas de trânsito e cavaletes, além de uma dúzia de seguranças, tudo para que a imprensa e os fãs não se aproximassem. Só alguns familiares tiveram acesso ao palco durante o show, impedindo inclusive os repórteres fotográficos de registrar a apresentação.

Antes, porém, as emissoras de TV foram aceitas no camarim por dois minutos, tempo suficiente para ouvi-lo contar um pouco de sua história na cidade, para onde se mudou quando criança, além da afirmação de que não cantaria Luiz Gonzaga, já que as músicas do Rei do Baião estão “batidas”, em sua opinião. Os demais jornalistas tiveram acesso a essas declarações pelos repórteres que tinha microfones e câmeras filmadoras.

As atitudes do cantor e de sua produção foram, segundo a organização do evento, as mais exigentes dos 31 dias de festas.

Cerca de 80 mil pessoas foram nesta noite chuvosa de quarta-feira ao Parque do Povo, acompanhar o show de Zé Ramalho. Esta foi a expectativa e foi o que aconteceu.

Em meio aos sucessos de sua autoria, ele passou por canções de Dominguinhos e Raul Seixas. Já o homenageado deste São João, Luiz Gonzaga, não entrou no seu repertório. “Suas músicas já estão muito batidas”, disse em entrevista às emissoras de TV, única imprensa recebida em seu camarim.

Antes, outro Zé, este sim que atendeu a todos os jornalistas, o Calixto, expressou sua vontade em cruzar com o Ramalho. “Gostaria que desse tempo de encontrar este meu conterrâneo e dar um abraço nele, mas acho que não será possível”. E não foi mesmo, já que o show do segundo paraibano atrasou em cerca de 40 minutos.

Entre músicas de Gonzagão, Calixto não deixou ninguém ficar parado, mesmo não sendo do jeito que esperava. “Lamentavelmente, o clima não estava bom para apresentar qualquer coisa nova. O som estava dando defeitos, tivemos que parar para consertar, mas acredito que conseguimos animar o público”.

Zé Calixto foi seguido por Ferro na Boneca. E logo após Zé Ramalho, Luan & Forró Estilizado encerrou a programação.