Tópicos | Ziggy Stardust

Nascido em Londres, Inglaterra, no dia 8 de janeiro de 1947, Bowie comemorou seu aniversário de 69 anos em 2016 com o lançamento do álbum "Blackstar", o 25º e mais recente trabalho de uma longa carreira. Embora integrado no mercado desde 1967 com álbum de título homônimo, David Bowie só emplacou de vez dois anos depois, quando a canção Space Oddity estourou nas rádios e alcançou o quinto lugar no UK Singles Chart. Ainda refém do sucesso da obra, o polivalente cantor, compositor, ator e produtor parecia fadado a se tornar um "one hit wonder", de carreira pouco reconhecida, coisa que ele temia mais que o fracasso.

Após um período de três anos de experimentação, que resultaram na produção de dois significativos e influentes álbuns - "The Man Who Sold the World" (1970) e "Hunky Dory" (1971) -, ele retorna em 1972 com a criação de seu personagem Ziggy Stardust e da banda fictícia Spider From Mars, com os quais alcançou um sucesso meteórico na Inglaterra. O performático e avant-garde artista era tido por carregar em seu interior uma enorme variedade de personagens que imploravam para sair e ganhar vida. Não por acaso conhecido como o camaleão do rock, sua carreira não se fragmenta em duas ou três fases como a maior parte dos músicos. Cada nova obra apresenta um Bowie diferente, mas ainda assim indiscutivelmente Bowie. No entanto, dentre tantos que apareceram pelas décadas de 70 à 2000, certamente o mais completo e real deles foi Ziggy Stardust, um alienígena que veio à Terra para salvá-la da destruição e perdeu tudo, menos seu legado.

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O glam rock protagonizado pelo extravagante e andrógino alter ego de Bowie foi certeiro, fazendo o artista manter o estilo em seus três álbuns posteriores - "Alladin Sane" (1973), "Pin Ups" (1973) e "Diamond Dogs" (1974). No entanto, é na noite de 3 de julho de 1973 em Londres, prestes a pisar nos palcos do Hammersmith Odeon para mais uma apresentação, que David toma talvez a mais arriscada decisão de sua carreira. No fim do show, antes do bis com “Rock ’n’ Roll Suicide”, Bowie declara ao público: “Este não é apenas o último show da turnê, mas também o último que faremos. Tchau. Amamos vocês”. Havia abandonado seu alter ego, decidindo mudar radicalmente de estilo musical e visual, explorar novos lugares e perspectivas. “Realmente queria que tudo acabasse. [...] Não conseguia decidir se estava criando os personagens, se eles me criavam ou se todos éramos um só”, declarou Bowie em entrevista à revista Melody Maker no final do mesmo ano. Ao contrário do esperado, o artista revelou-se como um ser mutável, de extrema facilidade e necessidade constante de inovar e se superar, emplacando mais 19 álbuns desde então.

O feito de Bowie, em seu ponto mais alto, não se tratava apenas de música e estilo, era um novo modo radical de liberação. “Estávamos dando permissão a nós mesmos para reinventar a cultura da maneira que queríamos”, escreveu o artista mais tarde. Criou um modelo de coragem, estímulo a permissão e liberação para que outros descobrissem e pudessem proclamar sua identidade sem inibição, medo ou vergonha. A canção "Changes", por si só, é um retrato da declaração de independência e ousadia para David e o público que ele definiria.

O artista, que se destacava também pela ousadia nas cores, texturas e brilho que integravam o estilo de seus personagens - principalmente Ziggy - lutava contra um câncer há 18 meses e faleceu no início desse ano, no dia 10 de janeiro em Nova Iorque, EUA. Pensando nisso, o personal stylist e apresentador do programa "Esquadrão da Moda" (SBT), Arlindo Grund, protagoniza um editorial especial em homenagem ao cantor. Confira no vídeo:

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