Líderes não estão preparados para gerir pessoa com deficiência

Segundo pesquisa, 93% dos gestores não possuem preparo e 65% possuem resistência em entrevistar ou contratar profissionais

por Roberta Patu | ter, 12/08/2014 - 18:58
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De acordo com pesquisa publicada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), 93% dos gestores não possuem preparo para gerir uma pessoa com deficiência. Além disso, os dados apontam que gestores das empresas necessitam se informar melhor para gerenciar e entrevistar uma pessoa com deficiência (PCD) e que 65% dos líderes possuem grande resistência em entrevistar ou contratar profissionais com esse perfil. Esses dados fazem parte de pesquisa inédita realizada pela Catho e iSocial e ABRH.

Já para 82% dos respondentes, encontrar candidatos qualificados com deficiência é mais difícil em comparação aos que não possuem deficiência. Embora atualmente o Brasil possua mais de 6 milhões de pessoas com perfil para Lei de Cotas, mas as vagas chegam apenas a 800 mil, um déficit de mais de 5 milhões de pessoas - dados: Unicamp, 2010.

Sendo assim, as fontes mais utilizadas na busca por esse perfil de candidato parecem ser o grande problema, já que a maior parte das empresas buscam profissionais por indicações (58%), ONGs e entidades do terceiro setor (55%) e sites de emprego (50%). Enquanto os candidatos buscam vagas por sites de emprego (84%), consultorias (31%) e indicações (30%).

“Há pouca informação sobre o mercado para deficientes. Nós, da iSocial fazemos há três anos pesquisas com o candidato. Agora, poderemos cruzar as informações e tentar com estes resultados melhorar o desempenho nas seleções, identificar demandas e até mesmo descobrir caminhos para  aperfeiçoar a legislação”, aposta Jaques Haber, um dos sócios da iSocial, segundo informações da assessoria de imprensa.

Os dados ainda apontaram a percepção sobre a qualidade das oportunidades oferecidas às pessoas com deficiência. Os números comprovam que a qualidade dessas vagas ainda é muito baixa e, na maioria das vezes, a escolha do candidato não se faz por suas competências, mas por sua deficiência. 74% entendem que as vagas são ruins ou regulares, enquanto apenas 3% avaliam como ótimas.

Essa questão fica ainda mais evidente quando 81% dos profissionais de RH respondem que as empresas contratam pessoas com deficiência apenas para cumprir a Lei de Cotas. “Fala-se muito da lei de cotas, mas pouco do impacto para a pessoa com deficiência e para os responsáveis por selecionar estas pessoas nas empresas. Desta forma, esperamos que esses resultados possam nortear candidatos e recrutadores”, finalizou o head de Pesquisa e Estratégia da Catho, Luís Testa, de acordo com a assessoria de imprensa.

A pesquisa foi realizada com 2.949 profissionais de RH, em sua maioria mulheres, sendo que apenas 35% dos entrevistados possuem bom conhecimento sobre a Lei de Cotas, embora 45% possuam pós-graduação completa ou cursando. Quase metade dos profissionais de RH já entrevistaram pessoas com deficiência, o que mostra que boa parte dos respondentes já passou por essa experiência em algum momento.

 

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