Somos mais de 190 milhões de brasileiros, entre esses estão quase 13 milhões de analfabetos. Número reduzido em apenas 1% em três anos. A preocupação é ainda maior quando temos acesso aos dados que colocam a região Nordeste com a maior concentração desses analfabetos, 52,7% ou 6,8 milhões de pessoas.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, realizada pelo IBGE, a taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos ou mais reduziu, passando de 9,7% em 2009 para 8,6% em 2011. Apesar dos números gerais não serem favoráveis aos nordestinos, ainda assim fomos a região que registrou maior queda na taxa no período analisado: 1,9 ponto percentual.
Ainda segundo a pesquisa, os estados de Alagoas, Maranhão e Piauí possuem os maiores índices de analfabetismo do país, de 17,3% a 21,8%. As regiões Sul e Sudeste apresentaram taxas de analfabetismo de 4,9% e 4,8%, respectivamente. Na região Centro-Oeste, a taxa foi de 6,3% e no Norte, 10,2%.
Um país alfabetizado cresce em todos os aspectos: econômico, desenvolvimento e inclusão social. Evidente que a ascensão econômica das classes C e D, e a competitividade do mercado de trabalho, contribuíram para a diminuição do número de analfabetos no país. E esse é um dos objetivos. Na concorrência profissional e para ter mais acesso ao mercado de trabalho, as pessoas precisam ter o mínimo de escolaridade e para atingir esse objetivo é preciso dar efetiva atenção à educação básica e ao ensino fundamental.
Tramita no Congresso Nacional uma proposta para elevar o volume de recursos para a educação para 10% do PIB nacional. Hoje, o Brasil investe 5,7% na área — ressaltamos que este é um dos índices mais altos entre os 42 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a frente de Reino Unido (5,6%), Suíça (5,5%) e Estados Unidos (5,5%), por exemplo. O grande problema está na forma em como esse valor é investido.
O Brasil é a sexta economia mundial. Os trabalhos voltados para a educação de jovens e adultos na última década contribuíram fortemente para a diminuição dos índices de analfabetismo. Aumentar o investimento para 10% não significará, necessariamente, uma melhora no desempenho dos estudantes. O que nos falta é qualidade no ensino básico e fundamental. O Brasil é o 15º que mais investe o PIB na área na lista da OCDE, mas ainda assim, o país se encontra somente em 53º lugar — de um total de 65 — no Pisa, um programa de avaliação da qualidade da educação da mesma organização.
Não há motivos para não incentivar a qualidade da educação. Pessoas mais educadas são mais propensas a votar com consciência e têm atitudes mais favoráveis na busca pela igualdade de direitos das minorias. E dessa forma, todos ganham – o país e o povo.